Ibaneis e Rodrigo Rollemberg. Foto: Reprodução

Os dois finalistas da disputa pelo Governo do Distrito Federal estão atrás de novos apoios para alcançar a vitória. Enquanto Ibaneis Rocha (MDB) mira grupos à direita, como PSDB, PRB, PSD e PR, Rollemberg mantém conversas com PSol, PT e Novo

Por Ana Viriato e Isa Stacciarini

Após uma eleição com número recorde de candidaturas ao Palácio do Buriti, as forças políticas da capital reorganizam-se para definir as bases de apoio àqueles que disputarão o segundo turno em 19 dias: Ibaneis Rocha (MDB) e Rodrigo Rollemberg (PSB). Enquanto o emedebista mira alianças inclinadas à direita, como PSDB, PRB, PSD e PR, o governador mantém conversas com PSol, PT e Novo.

Com 41,97% dos votos válidos no primeiro turno, Ibaneis passou o dia entre reuniões e telefonemas para ampliar o alicerce da candidatura. “Conversei com muitos políticos que pretendem nos auxiliar, inclusive colocando pontos prioritários no plano de governo. Todos integram a turma que sempre fez política contra o governador, porque entendem que ele fez mal para a cidade”, disse o candidato.

Entre os caciques políticos que trataram de pontos da campanha com o emedebista, está o deputado federal e candidato eleito ao Senado Izalci Lucas (PSDB). O tucano convocou reunião com a Executiva Regional da legenda para hoje, na qual apresentará o encaminhamento de apoio ao ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no DF (OAB-DF). “Grande parte do que ele pensa estava no plano da nossa coligação. Portanto, não haveria dificuldades na execução”, afirmou o parlamentar. À época das negociações pelo primeiro turno, os dois chegaram a dialogar, mas acabaram divididos em dois grupos políticos distintos.

Ibaneis Rocha também espera conquistar a bênção do deputado federal licenciado e presidente regional do PSD, Rogério Rosso. Terceiro colocado na disputa pelo GDF, o pessedista convocou coletiva de imprensa, ontem, para apresentar uma lista com 25 pontos que considera fundamentais para a próxima gestão, como a regionalização do IPTU, o pagamento da terceira parcela do reajuste do funcionalismo e a extinção da Agência de Fiscalização do DF (Agefis). Conforme o parlamentar, o candidato que acatar as propostas receberá o suporte da legenda. “As questões precisam ser executadas nos primeiros 100 dias de governo — claro, com adaptações que se fizerem necessárias”, alegou.

Rosso e o emedebista devem se encontrar hoje e as conversas tendem a progredir. O fato de o parlamentar deter uma relação desgastada com Rodrigo Rollemberg (PSB) deve pesar no momento da decisão. Aliado e correligionário do deputado federal, o vice-governador Renato Santana rompeu com o chefe do Palácio do Buriti na metade do mandato. Ademais, entre rusgas, a sigla desembarcou da base do socialista em novembro do último ano.

O advogado ainda mira o PR, da deputada federal mais votada do DF, Flávia Arruda. À época das negociações que antecederam o primeiro turno, cogitou-se que Ibaneis ocupasse a Vice-Governadoria da chapa encabeçada pelo ex-secretário de Saúde Jofran Frejat (PR). No entanto, o médico desistiu da corrida eleitoral e o grupo de dividiu. Sob a articulação de José Roberto Arruda (PR), a legenda apoiou a candidatura de Alberto Fraga (DEM). Nos bastidores, classifica-se como “difícil” a manifestação favorável de Arruda ao emedebista. No entanto, o apoio do partido a ele é uma das saídas mais prováveis.

À esquerda

No outro lado do confronto, Rollemberg, que atingiu 13,94% dos votos válidos, mantém conversas com siglas alinhadas à esquerda, a exemplo do que aconteceu no primeiro turno, quando firmou aliança com PDT, PCdoB, Rede e PV. Apesar das críticas ferrenhas à gestão de Agnelo Queiroz, o governador pretende conquistar a base petista, representada por Júlio Miragaya no pleito do último domingo.

O PT estuda duas possibilidades: suporte ao socialista ou neutralidade. A decisão será tomada após a definição da postura do PSB e, portanto, do governador quanto à candidatura do presidenciável Fernando Haddad, que enfrenta Jair Bolsonaro (PSL) em 28 de outubro. “A defesa de Haddad é a absoluta prioridade do partido neste momento. Não temos como nos aliar a uma legenda que não participe desta movimentação”, disse Miragaya. A Executiva Nacional socialista reúne-se, hoje, para discutir o tema. No primeiro turno, a contragosto de Rollemberg, o PSB firmou acordo com petistas e não atuou como palanque para nenhum presidenciável. Naquele momento, a ideia petista era fragilizar Ciro Gomes (PDT).

O PSol avalia, pela manhã, como se portará no segundo turno da capital. O partido priorizará o candidato que adotar posição contrária a Bolsonaro, em consonância com decisão da Executiva Nacional. “Precisamos lutar contra o fascismo e o atraso. No DF, não temos qualquer identidade com Ibaneis Rocha. No caso de Rollemberg, há dificuldade programática”, explicou o presidente regional da sigla, Fábio Felix. Rollemberg ainda chegou a dialogar com Alexandre Guerra (Novo).

O que diz a lei

Tempo igual

Conforme a resolução do nº 23.551 do TSE, de 18 de dezembro de 2017, a propaganda eleitoral gratuita será transmitida, diariamente, na tevê e no rádio, a partir da sexta-feira, seguinte à realização do primeiro turno, até a antevéspera da eleição. Conforme as regras, a Justiça Eleitoral elabora a divisão dos dois blocos de 10 minutos de forma igualitária entre os dois candidatos. A exibição nas telas ocorrerá das 13h10 às 13h20 e entre 20h40 e 20h50. Nas rádios, as propagandas vão ao ar das 7h10 às 7h20 e entre 12h10 e 12h20.

 

Da Redação com informações do Correio

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here