Os depoimentos foram gravados em vídeo e chegarão ao Supremo Tribunal Federal na segunda-feira. Uma sala especial no 3º andar do STF foi preparada para receber toda documentação.

Foram concluídos na madrugada deste sábado (17), cerca de 900 depoimentos de donos, executivos, funcionários e ex-colaboradores da Odebrecht.  Todos os depoimentos foram ouvidos por uma equipe de procuradores de Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro e outras partes do país, num reforço para concluir todo o trabalho em duas semanas.

A Odebrecht fez um acordo de leniência e, os funcionários, de colaboração premiada, com os investigadores da operação Lava-Jato após serem alvo de uma devassa promovida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. Depois de nove meses de negociação, tudo foi assinado pela Procuradoria Geral da República em 1º de dezembro.

A partir daí o presidente afastado Marcelo Odebrecht, preso em Curitiba, seu pai, Emílio Odebrecht, e os demais funcionários passaram a contar o que sabiam sobre esquemas de corrupção no Brasil e no exterior. Uma amostra do potencial de estragos políticos foi dada apenas no documento que antecede os depoimentos do ex-diretor de Relações Institucionais da empreiteira Cláudio Melo Filho. Ele apresentou acusações e suspeitas contra praticamente todo o PMDB, incluindo o presidente da República Michel Temer e seus principais ministros e aliados no Congresso.

A partir de agora, os depoimentos, todos gravados em vídeo, seguem para o Supremo Tribunal Federal (STF), onde devem chegar na segunda-feira. O ministro-relator da Lava-Jato no órgão, Teori Zavascki, deverá analisar todos os acordos, os anexos e os depoimentos, mas vai verificar apenas se deve homologar a forma do pacto entre defesa e acusação — e não o conteúdo das denúncias e confissões. A expectativa é de que a homologação só aconteça a partir de fevereiro de 2017, depois do recesso do tribunal.

Pelo acordo, a Odebrecht se compromete a pagar US$ 6,8 bilhões em cerca de 20 anos ao Brasil, Estados Unidos e Suíça. A empresa e os funcionários e ex-empregados também deverão confessar crimes, entregar documentos e informações sobre outros participantes no esquema. Em troca, terão penas reduzidas e a firma poderá manter seus contratos com o poder público.

Depois de serem homologadas, as delações e o acordo de leniência poderão ser usados para fazer novas investigações, abrir inquéritos e ações penais contra os acusados.

Da Redação com informações do CB

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