Por Coluna Eixo Capital
Derrotado nas eleições ao Palácio do Buriti em 2018, o ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF) teve uma vitória com a eleição do amigo Jair Bolsonaro à Presidência da República. Porém condenações criminais o impediram de assumir cargos na Esplanada dos Ministérios.
Nos últimos dias, no entanto, começaram especulações de que Fraga poderia assumir a área de segurança, numa cisão do ministério comandado pelo ex-juiz Sérgio Moro. O tema bombou ao longo da semana, mas a popularidade de Moro atrapalha esses planos.
Veja a entrevista do ex-deputado concedida ao Correio
CB – O presidente Jair Bolsonaro vai mesmo recriar o Ministério da Segurança?
Fraga – Por enquanto, não. O Moro é o queridinho de vocês (da imprensa). Mas, se o colégio de secretários de segurança, o da Polícia Militar, da Polícia Civil e os peritos criminais querem a criação do ministério, é porque falta interlocução.
CB – O senhor trabalha por isso?
Fraga – Sempre defendi isso. Não é de hoje. Pedi, ainda na época do Temer, quando estava no Congresso e era líder da bancada da segurança. Não tenho nada contra o Moro, mas defendo uma pasta de segurança isolada.
CB – Moro não vai bem no Ministério?
Fraga – Não serei grosseiro a esse ponto. Reconheço o valor dele como grande jurista. Agora, dizer que ele entende de segurança também é demais.
CB – E a redução dos índices de criminalidade?
Fraga – Vamos dar o mérito para as polícias estaduais. Qual foi a medida que o ministério adotou que favoreceu a segurança? Ele isolou os líderes de facções nos presídios… Mas, quando fui presidente da CPI do Sistema Penitenciário, já defendia isso. Moro só liberou recursos para a segurança pública porque o Toffoli disse que não se pode contingenciar verba para a segurança.
CB – Mas Moro tem popularidade…Herói nacional?
Fraga – Herói nacional pra mim foi o Tiradentes. Joaquim Barbosa (ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal) também tinha (popularidade).
CB – Acha que Bolsonaro ainda pode rever isso e criar o Ministério da Segurança?
Fraga – Depois dessa histeria da imprensa, o movimento vai crescer. O presidente vai esperar. Acabei de falar com ele e ele disse que, na volta (da viagem à Índia), vamos falar sobre o assunto. Ele é o presidente e o Moro fica reclamando. Parece menino buchudo. O presidente não vai ficar com medo.
Com informações do CB
