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Capacidade da fábrica da Fundação Oswaldo Cruz é de entregar 300 milhões de doses da vacina contra Covid-19 ainda em 2022, afirma vice-presidente

Por Redação 

Após receber o aval para o uso do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) nacional na fabricação da vacina contra Covid-19, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) espera os resultados de experimentos científicos feitos no Reino Unido para saber se conseguirá usar a fórmula para imunizar crianças e adolescentes e também se a vacina terá algum tipo de adaptação à variante Ômicron do coronavírus.

Até o momento, os desenvolvedores do imunizante não receberam nenhum sinal negativo: nem de que a vacina seria ineficaz contra a Ômicron e nem que não poderia proteger crianças e adolescentes.

Por enquanto, os estudos mostraram que, diante do avanço de variantes, mais doses eram necessárias. Para a formação genética original do coronavírus, uma dose tinha alta efetividade. Na variante delta, esse mesmo nível de efetividade precisava de quantidade maior de resposta que era dada pela segunda dose. Neste momento, os dados apontam que a terceira dose da mesma vacina produz eficácia contra a variante Ômicron. O vice-presidente de Produção e Inovação da Fiocruz, Marco Kriger, no entanto, afirma que isso não significa que uma adaptação não possa dar resultado importante.

No Brasil já há estudos clínicos com novas formulações da vacina da AstraZeneca – a que no Brasil é produzida pela Fiocruz. É possível que as respostas venham num futuro próximo. Krieger estima que, se uma nova fórmula for mais potente, essa sinalização deve vir em fevereiro. Em março, portanto, já seria possível produzir uma vacina ajustada com IFA nacional. Até lá, são conduzidos estudos clínicos, de segurança e equivalência de resposta imune com a atual formulação e novos formatos da vacina.

Crianças e adolescentes

A Fiocruz espera ainda a resposta dos testes científicos em Oxford para entender qual o impacto da vacina em crianças e adolescentes. Em entrevista à CNN, a presidente da fundação, Nísia Trindade, confirmou a expectativa. “A AstraZeneca no Reino Unido vem realizando estudos clínicos para a vacina pediátrica, então estamos aguardando essa conclusão. É uma possibilidade”, disse ela.

Com isso, está no radar da Fiocruz a ampliação da entrega de vacinas ao Ministério da Saúde caso o sinal da Europa seja positivo. Hoje o compromisso é de 120 milhões de doses no primeiro semestre entregues à pasta.

Krieger afirma que a fundação tem capacidade para chegar a 300 milhões de doses entregues no ano de 2022. Isso significaria dobrar a produção, já que ao longo de todo ano de 2021 foram remetidas ao governo federal, 153,2 milhões de doses.

Cronograma

Com o IFA brasileiro, a Fiocruz não tem mais dependência da importação de matéria-prima. A produção efetivamente da vacina com insumo nacional começa na segunda-feira (10). O ritmo será acelerado. Inicialmente 20 milhões de doses serão entregues ao ministério. A fábrica está preparada para produzir um milhão de doses por dia.

O processo começa com o descongelamento da matéria-prima, que estava preservada à espera da aprovação –isso leva 3 dias. Ao todo, em 20 dias deve ser feita a produção e controle de qualidade. Isso significa que o processo deve ser concluído ainda no mês de janeiro, de modo que as primeiras entregas sejam feitas entre 1º e 4 de fevereiro.

Com CNN

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