Jean Carmo Barbosa. Foto: Agenda Capital

A Educação Midiática e um Parlamento Inovador necessidades para superação de fronteiras, combate a desinformação e preparar o Brasil para o futuro digital.

Por Jean Carmo Barbosa*

Atualmente e muito recorrente na vida do brasileiro o debate da política do cotidiano por meios digitais. As redes sociais se tornaram, com a expansão ao acesso da internet, nosso principal meio de acesso a informação e divulgação de ideias a respeito da nossa sociedade.

Estamos vivendo em uma Era em que praticamente todos os aspectos da nossa vida em sociedade são digitalizados ou mediados por máquinas ou (IA’s) Inteligência Artificiais.

Dos aspectos mais triviais, consumeristas, como compras, reservas e reclamações, são resolvidos pela internet, e-mails, chats e mensagens. Relacionamentos pessoais, novos ou não, adquirir conhecimento sobre o mundo, tudo disponível em diversos aplicativos e redes sociais. Aspectos mais vitais da vida geram milhões de algoritmos com capacidade de criar bases de dados e conexões inimagináveis e que não deixam de nos causar assombro.

E neste mundo em que os dados estão cada vez presentes no nosso cotidiano, destaco que a internet, tornou acessível ferramentas que mudam radicalmente nossa visão sobre o próprio mundo. Produzimos muitas Informações em espaços de comunicação rápida e imediata com a ascensão de tecnologia inovadora, que ambienta e aumenta nossa capacidade de interagir e produzir para a rede.

O cidadão que está altamente conectado gera uma inteligência digital que deveria estar a favor da construção do país e de relações humanas baseadas nos melhores ideais de solidariedade e fraternidade. Porém, não é isso que vemos em espaços de debate on-line nas grandes redes sociais e/ou espaços de debate e comentários de jornais, revistas e programas semanais. Presenciamos tensões, brigas, desrespeitos, difusão de notícias falsas conhecidas como Fake News que deturpam opiniões e divulgam ideias das mais baixas e nocivas ao ambiente social saudável.

Observando o aumento da ignorância nas redes e o estímulo a cegueira coletiva, há espaços que devem ser ocupados que forma mais qualificada e com a intenção de estimular a transformação necessária no ambiente digital. O Parlamento, Instituição basilar da Nação deve aproveitar a oportunidade disponível pela tecnologia digital para facilitar e aprimorar o debate político em nossa sociedade, está aí a possibilidade de massificar o debate nacional ao povo e com qualidade, é preciso que o cidadão entenda o que acontece no parlamento para emitir sua opinião e participar da política de forma construtiva.

Uma das características mais importantes de qualquer parlamento democrático é a capacidade de diálogo entre ambas as partes dos diversos setores que compõem a política nacional e a capacidade de acordar o mínimo para um o país.

O Ambiente das redes sociais, no mundo e em nosso país, tem sido palco de debates políticos intensos, apresenta-se e estimula-se a ideia de país dividido com instituições nacionais falidas e desacreditadas, para estimular a polarização e fissuras que não são boas para sociedade, para a nossa unidade nacional.

Empresas privadas utilizam algoritmos para todas as suas ações em rede, desde propaganda de produtos e serviços, a campanhas políticas de cunho ideológico, sendo está segunda parte muitas vezes mascarada para negar seu envolvimento na política geral, enquanto, usam mecanismos para favorecer a difusão do extremismo.

É preciso cautela ao terceirizar as discussões da política nas redes sociais, pois quando essa discussão chega ao parlamento, onde a decisão é ou deveria ser pensada para todos, no que vale a característica da busca pelo consenso, se ver o quanto a rede produzir uma pressão digital para influenciar as decisões. Quando o Parlamento não consegue promover acordos em que ambas as partes alcançam o consenso, muitas matérias não passam ou passam de forma prejudicial a boa parte da população e a própria efetivação da proposta, sofremos pela omissão legislativa que muitas vezes permite ao Judiciário interferir no poder Legislativo, vemos o crescimento desta tendência e um ativismo para que ela se concretize.

Embora não há concordância sob o papel das redes sociais, a cada dia ela se torna imprescindível, saudamos a Câmara dos Deputado por seu vanguardismo ao criar mecanismos de participação popular, como o e-democracia, as Audiências Públicas interativas e a recente criação da Secretaria de Participação, Interação e Mídias Digitais, sua criação visa garantir a ampliação dos canais de comunicação da Casa com a sociedade e o alcance do cidadão com interação e informações ágeis.

Esse esforço da Câmara dos Deputados é um passo que avança para uma necessária Educação Midiática, que precisa ser desenvolvida e ensinada aos cidadãos. A Casa se torna protagonista na criação destes mecanismos de participação da população, ao compreender o interesse social na pauta legislativa em um cenário em que é crescente o volume de interação dos cidadãos nas redes sociais digitais, tal ação deve ser estimulada com seriedade e compromisso para com a população. É uma ação extremamente saudável para o ambiente democrático.

*Jean Carmo Barbosa – Mestrando em Poder Legislativo, Pedagogo e gestor público. Foi Administrador Regional de Brasília e de São Sebastião. Atualmente é assessor parlamentar na Câmara dos Deputados e colunista do Agenda Capital.

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