Como fazer escolhas acertadas. Foto: Reprodução

Às vezes, são as escolhas erradas que te levam ao rumo certo

Por Delmo Menezes*

Os caminhos da vida são feitos de decisões e escolhas. A cada momento temos acesso a uma infinidade de escolhas. Algumas delas são feitas de forma consciente, outras não. Assim, o que cada um de nós é hoje, seja na sua vida profissional, seja na sua vida pessoal, é consequência destas escolhas e das ações adotadas para efetivá-las. A todo momento, queiramos ou não, conscientes ou inconscientes, por ação ou omissão, estamos sempre fazendo escolhas. E nunca é demais lembrar que não escolher já é uma escolha.

O que você vai almoçar? Como vai ao trabalho? Vai viajar no fim do ano ou passar o Natal com a família? Nossa vida é repleta de decisões a cada minuto. Essas decisões, até mesmo as mais simples e que aparentam ser insignificantes, podem transformar várias instâncias de nossas vidas. Hesitar na hora de fazer uma escolha é natural, mas se angustiar com o processo vai impedir você de colocar suas vontades em prática.

Por exemplo, em vez de consultar todas as páginas da internet com dicas do melhor celular para comprar, converse com um amigo, assim poderá diminuir seu tempo de pesquisa, e ter melhores opções.

Independentemente do tamanho da dúvida, um bom resultado depende de maturidade e autoconfiança. Do contrário, o processo pode se tornar angustiante e elevar a ansiedade a níveis estratosféricos.

Um dos propósitos da vida é aprender a usar nosso arbítrio com sabedoria. Contudo, não recebemos o arbítrio apenas para agir a nosso bel-prazer.

Fazer escolhas requer um equilíbrio bastante específico e de forças opostas: emoção e razão – além, é claro, de tentarmos prever o futuro próximo para saber se essas decisões serão as consideradas melhores. A tomada de decisão, independente do contexto em que nos encontramos, é algo que envolve os mais variados processos mentais. Se você é um ser indeciso por natureza, talvez as informações abaixo o ajudem a ficar mais seguro nas horas de enfrentar as escolhas – e não se arrepender depois:

1 – Tome cuidado com a precipitação

Na Universidade de Amsterdã, pesquisas foram feitas com pessoas que deviam escolher quatro modelos hipotéticos de carro para comprar. Quando elas analisaram as especificações básicas deles, as escolhas ocorreram de modo rápido e seguro – de modo relativamente instintivo (no que eles acreditavam ser o melhor). Porém, quando listas com recursos mais complexos dos veículos foram apresentadas, os prós e os contras das análises fizeram com que as decisões se tornassem mais demoradas e racionais.

Um dos maiores erros que cometemos ao tomarmos uma decisão é agir por impulso – agir com pressa e sem reflexão das consequências. Não estou defendendo a procrastinação, que é deixar para depois o que precisa ser feito agora.  Porém, não é bom proceder sem refletir.

2 – Ouça as pessoas que te amam de verdade

Com certeza você tem amigos que têm coragem de lhe contrariar, pessoas que lhe amam o suficiente para dizer que você está errado. Um amigo de verdade, é aquele que nos confronta quando for necessário, e é capaz de nos ajudar a fazer escolhas sábias.

3 – Escolha seus amigos

 Os bons amigos podem te levar a caminhos certos, mas as más amizades corrompem os bons costumes. Não escolha para amigo um homem de mau caráter. Cuidado, com a bajulação e os “amigos oportunistas”.

4 – Você não sabe tudo

As opiniões dos outros influenciam nossas decisões, isso é fato. Para assuntos pessoais, isso pode não ser muito bom, porém em outros casos é melhor deixar que pessoas com mais conhecimento tomem decisões por você do que você tentar mostrar algo que não sabe. Por exemplo, se você não entende de vinhos, é melhor que outras pessoas escolham os vinhos que serão servidos em um jantar.

5 – Não tenha medo de recomeçar

Eventualmente, nós tomamos decisões ruins, e descobrimos posteriormente que não gostamos. Às vezes começamos um curso ou um projeto profissional, e logo percebemos que não era aquilo que queremos. Quanto mais gastamos nosso tempo e dinheiro com algo que não nos satisfaz, mais nos sentiremos infelizes e a tendência é não dar certo. Se você tem o sentimento de que algo não foi bem decidido, é melhor não perder tempo e deixar o orgulho de lado, mudar seus planos e recomeçar. Insistir em escolhas ruins só fará você perder mais tempo.

6 – Não fique com receio das consequências

E se isso acontecer? E se aquilo se concretizar? Quando formos decidir algo, é importante não ficarmos neuróticos com o futuro – até porque ele é bastante incerto e mutável. Muitas vezes, nós superestimamos o impacto emocional de nossas escolhas. O psicólogo Daniel Kahneman, da Universidade de Princeton, diz que as consequências dos atos são menos intensas e mais breves do que imaginamos, porém que o sentimento de aversão à perda que tem como base o medo, é o que pode nos barrar.

7 – Decisões emocionais

O neurobiólogo Antonio Damasio, da Universidade Sul da Califórnia, realizou estudos com pessoas que possuíam danos na área emocional do cérebro e descobriu fatos bem interessantes. Por exemplo, as pessoas com danos cerebrais tinham maior dificuldade de escolher coisas simples, como o que vestir ou o que comer. Portanto, as emoções são cruciais na tomada de qualquer decisão.

A decisão firme reside em escolher algo e, quando certo disso, não pensar mais nas outras possibilidades que deixaram de existir depois que você já decidiu o que quer. Afinal, são as nossas escolhas, mais do que as nossas capacidades, que mostram quem realmente somos.

E para concluir

Em algum momento, com certeza tomaremos uma decisão errada. Apesar das consequências, elas também podem acabar tendo um efeito positivo, nos ensinando alguma lição que precisávamos aprender. Reflita sobre todas as decisões erradas que você já tomou. Às vezes, são as escolhas erradas que te levam ao rumo certo.

*Delmo Menezes – jornalista, teólogo, secretário executivo, gestor público e colunista do Agenda Capital

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