Jean Carmo Barbosa - gestor público, ex-Administrador Regional de Brasília e de São Sebastião, assessor parlamentar na Câmara dos Deputados e colunista do Agenda Capital.

Por Jean Carmo Barbosa*

O Governo do Distrito Federal tem ainda pela frente um desafio de reverter o quadro de desemprego no Distrito Federal, que, segundo informações da Pesquisa de Emprego e Desemprego no Distrito Federal – PED-DF, se mantém numa média de taxa de 19%, com pouca expressividade na redução desses índices e que tem entre as mulheres e a juventude a parcela mais afetada.

Diante do desafio, faço nesse artigo uma reflexão em torno do modelo de desenvolvimento e os desafios das políticas públicas de trabalho. Devemos transformar o modelo de desenvolvimento regional e dar ênfase a solução de questões no que diz respeito à qualidade, à eficiência do desenvolvimento e a sustentabilidade. O desenvolvimento é a base e sem a indução para um desenvolvimento econômico pleno não há geração de emprego e renda.

Infelizmente, isso não está descolado do cenário internacional, atualmente nossa economia enfrenta uma enorme pressão descendente, resultado de fatores globais e cíclicos, mas também, há elementos locais, devido a questões estruturais. Como exemplo dessa desaceleração econômica atual reside na queda do ritmo do crescimento industrial, causada por constantes crises políticas.

Para transformação do modelo de crescimento econômico, não podemos limitar – nos a lançar medidas em curto prazo, isso comprometera inevitavelmente o crescimento do Futuro. Face ao acúmulo de contradições e problemas do modelo tradicional e neoliberalista de crescimento econômico.  

Não será uma tarefa fácil, por não possuímos uma matriz econômica diversificada. Nossas principais fontes são: serviço público; as atividades do mercado privado; microempreendedores e trabalhadores autônomos que geram a maioria dos postos de trabalho disponíveis no DF e que tem sofrido diversas perdas com a recessão econômica que o país vive.

A indústria e a Agricultura desempenham um papel de pouco impacto em nosso Produto Interno Bruto – PIB, apesar de obter resultados com médias maiores que o desempenho nacional, temos um grande potencial, principalmente quando consideramos a área pertencente a Região Integrada de Desenvolvimento Econômico – RIDE, que engloba o DF e mais 33 munícipios dos estados de Goiás e Minas Gerais.

A integração da RIDE é um passo doloroso mais crucial para o desenvolvimento econômico e social da região. Doloroso pela complexidade do movimento e pelo fator social existente em completo estado de abandono do poder público local na região do entorno.

A única solução está em uma política de descentralização de recursos e investimentos, cujo debate já existe a bastante tempo, com idas e vindas e posicionamentos positivos e negativos dos diversos setores envolvidos.

Não será tarefa fácil. O resultado não será imediato e demorará anos para ser concluído, mas quando concluído teremos o segundo maior eixo comercial do país, com possibilidade de disputa real com o eixo São Paulo/Rio de Janeiro, o atual maior eixo comercial.

Portanto, cabe destaque ao Plano Estratégico do Distrito Federal 2019-2060 (PED-DF), lançado em maio, cujo objetivo é reduzir o desemprego para abaixo da média nacional. Para isso, a proposta é da gestão governamental de atuar como indutor do crescimento, atraindo negócios, investimentos e turistas. A ideia desse instrumento é diminuir a dependência do setor público com diversificação da matriz econômica. Instrumento ousado e importante, pois não podemos perder a oportunidade num contexto da 4º revolução Industrial.

Ao passo que se estrutura medidas em longo prazo, cabe ressaltar mediadas de curto prazo como a concessão de Crédito utilizando recursos do Fundo para Geração de Emprego e renda do Distrito Federal (Funger), destinado ao apoio e financiamento a empreendedores econômicos que possam incrementar os níveis de emprego e renda.

Poderemos dar um salto de desenvolvimento que influenciará tanto as economias local e nacional que talvez nem o próprio JK tivesse dimensão das possibilidades na época da construção da nova capital.

O DF não é apenas a Praça dos três Poderes, é uma cidade cosmopolita, com gente trabalhadora e com potencial para contribuir com o desenvolvimento econômico e social da região. É esse avanço que almejamos. Além de decisão política e envolvimento do legislativo, requer diálogo e participação popular.

*Jean Carmo Barbosa – Mestrando em Poder Legislativo, Pedagogo e gestor público. Foi Administrador Regional de Brasília e de São Sebastião. Atualmente é assessor parlamentar na Câmara dos Deputados e colunista do Agenda Capital.

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