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Vendido, perdido e revoltado

Por Raimundo Feitosa*

A coisa tá feia!

O desemprego pegou geral e o País de 200 milhões de pessoas tem, oficialmente, 13 milhões de desempregados. Sem emprego e sem renda, o povo se vira como pode.

A carestia tá matando!

Cesta básica, transporte público, combustível, educação, saúde e segurança, estão pela hora da morte. E, se um pai de família ousar fazer a festa de 15 anos da filha, já viu quanto custa?

Ainda arrumaram um jeito de sujar a ficha do trabalhador. O governo abriu o crédito, o mercado vendeu, o povo comprou e no ano passado já eram mais de 61 milhões de brasileiros com o nome sujo, devendo, 273,4 bilhões. Pior que isso foi a ONU declarar, no mesmo ano, que o Brasil perde cerca de 200 bilhões por ano com corrupção.

Os comerciantes reclamam da carga tributária (nem sei por que, se somos nós que pagamos) e ameaçam fechar as portas, para o desespero do povo. Pelo menos eles estão entre os honestos. Pior são as indústrias da fome, da seca, do medo e da propina.

Mas…

Estamos em ano eleitoral e o povo está #vendido-perdido-e-revoltado.  

Uma parte se revolta e vota no Bolsonaro, outra não vota em ninguém. Os esquerdistas defendem o Lula, condenado, preso e concorrendo (só no Brasil) e o resto que se dane. A direita não existe, e, o chamado centrão não tem uma liderança forte. Perdemos as referências. A crise é de liderança e de caráter. Tal o rei, tal o reino.

Na corrida palaciana, em nome da isonomia, que trata desigualmente os desiguais na exata medida de suas desigualdades, entrega-se o palco para quem tem mais. Mais tempo na TV para que tem mais coligação, mais “representatividade” e mais alianças políticas. A limitação de recursos para campanha é super bem vinda, mas não atinge a todos. Quem está no poder ou na mídia, naturalmente tem mais “publicidade”, o que compensa a falta de dinheiro.

A toca das raposas está em festa.

As velhas raposas da política dificilmente ficarão de fora. A renovação tão desejada, que, ao que tudo indica vai acontecer, pode não encontrar espaço para as mudanças necessárias. Os presidenciáveis com chance de ser eleitos são nossos velhos conhecidos. Gente que já mudou de lado, de discurso e de estratégia, mas carregam o ranso da velha política (tomara que eu esteja errado).

As promessas de investir em segurança, emprego, educação e saúde, são redundantes. A gente sabe que, com a estrutura destruída que temos, elas não serão cumpridas tão cedo. A gente queria mesmo era uma pessoa que inspirasse confiança. Alguém que não precisasse prometer, apenas se apresentar e dizer o que pensa.  Mas parece que vamos continuar na mesmice crônica que mata o Brasil. Contudo, não podemos nos omitir. É preciso ir às urnas, ainda que pelo sonho pífio de eleger os menos piores.  É o que temos pra hoje.

*Raimundo Feitosa – Jornalista, teólogo, escritor e colunista do Agenda Capital

2 COMENTÁRIOS

  1. Os jargões: Segurança, Educação, Saúde,… e outros nesta política estão em desuso. Agora é: Deus, Bíblia, Milagre,… O Brasil virou uma grande Universal do RD. Quem tiver fé alcança, quem não tiver; padece…

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