Neymar e Thiago Silva conversam com o árbitro durante a partida do Brasil contra a Costa Rica Imagem: REUTERS/Henry Romero

Por Redação

Quando Thiago Silva desabou em lágrimas antes da disputa de pênaltis nas oitavas de final da Copa de 2014, contra o Chile, o gesto disparou uma discussão sobre a estabilidade emocional daquela seleção. A reação do elenco à lesão de Neymar, o choro dos jogadores na execução do hino e o descontrole ao longo do 7 a 1 colocaram o aspecto psicológico como um traço fundamental daquele time, esquadrinhado pelos críticos na sequência daquele Mundial. Quatro anos depois, é nítida a preocupação da equipe brasileira na Rússia em controlar essa variável, com o Brasil de novo no “divã.

Principal assunto do dia a dia da seleção brasileira desde que a bola rolou, Neymar é hoje o principal “paciente”. Irritado, vem reclamando muito com árbitros, postou desabafo em redes sociais e desabou em lágrimas depois do apito final contra os costa-riquenhos. Os episódios colocam em xeque a capacidade de reação às críticas e à pressão em um palco como a Copa do Mundo. Além disso, sua postura em campo, reclamando da arbitragem com veemência, ganha um peso extra por conta do cartão amarela.

O camisa 10, líder de advertências na era Tite, está pendurado e pode desfalcar o time em um jogo importante se repetir o comportamento. Por conta disso, foi alvo de “terapia intensiva” ao longo do jogo contra a Costa Rica, levando broncas de Thiago Silva, Marcelo e Tite, como mostrou o UOL Esporte. Já o choro de alívio após o gol, ao contrário, foi amplamente apoiado pela equipe. A exceção foi Marcelo, que foi flagrado pela transmissão oficial pedindo a Neymar que levantasse a cabeça após o apito final.

Além de Neymar, a discussão sobre o fator emocional também passa pelo restante do elenco. O passado de Marcelo e Thiago Silva, por exemplo, foi relembrado quando Tite escolheu a dupla para capitanear o Brasil nos dois primeiros jogos, Fagner, escolhido para entrar em campo após a lesão de Danilo, também despertou temor por uma fama de violento e certo tempo de inatividade.

No cômputo geral, porém, o Brasil tem passado no teste. Neymar segue em xeque, mas é entre os dez que mais chutam e mais dão passes objetivos em toda a Copa do Mundo, segundo o site  WhoScored, sinais de que não tem se omitido. Thiago Silva e Marcelo, que não comprometeram em campo, se destacaram pelo posicionamento com relação a Neymar. Fagner, por sua vez, superou um nervosismo inicial, jogou bem e convenceu os críticos. Como um todo, o Brasil ainda teve calma para trabalhar a bola diante da Costa Rica e melhorou seu desempenho em relação à estreia contra a Suíça, superando a forte retranca dos caribenhos.

O tema é especialmente importante para Tite, que historicamente coloca a discussão em primeiro plano. “Os aspectos psicológico e emocional são fundamentais. São de três a sete jogos nesta Copa, as tensões são muito fortes e tem que aguentar as pressões. Todos aqueles que passaram por outras Copas vão me ajudar e ajudar a comissão técnica. Eles vivenciaram uma experiência única, que se aprende ganhando, empatando e perdendo”, disse, logo depois de anunciar os 23 jogadores que iriam à Rússia.

Da Redação com informações do GE

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