O deputado do DEM, Luiz Henrique Mandetta, será o novo ministro da saúde a partir de janeiro de 2019. Foto: Reprodução

Luiz Henrique Mandetta (MS) já atuou no Hospital Militar e no Hospital Geral do Exército, no Rio

Por Redação

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), anunciou o deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), médico ortopedista, como futuro ministro da Saúde. Este é o 10ª nome anunciado para o próximo governo e o terceiro ministro do Democratas.  “Estamos aqui como soldados para gente saber qual o melhor caminho para enfrentar a batalha”, disse pouco depois de ter sido confirmado ministro da Saúde.

O deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), escolhido pelo presidente eleito Jair Bolsonaro para ser o próximo ministro da Saúde, disse nesta terça-feira (20) que o acordo que garantiu atuação de profissionais cubanos no Mais Médicos parecia um convênio entre Cuba e o PT.

Mandetta deu a declaração logo após ser anunciado por Bolsonaro para ocupar a pasta. Ele falou com jornalistas no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, onde está funcionando o gabinete de transição do governo.

O nome de Mandetta foi defendido por grupos próximos a Bolsonaro, como o futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e o governador eleito de Goiás, Ronaldo Caiado. A Folha, já havia adiantado que Mandetta poderia ser anunciado nesta terça (20) como novo ministro de Bolsonaro.

O nome de Mandetta foi anunciado por Bolsonaro em reunião com a bancada da saúde em Brasília. Logo depois, ele publicou a escolha em suas redes sociais. “Com o apoio da grande maioria dos profissionais de saúde do Brasil, anuncio como futuro Ministro da Saúde, o Doutor Luiz Henrique Mandetta”, escreveu.

A deputada federal Carmen Zanotto (PPS-SC), membro da Frente Parlamentar da Saúde, afirmou que a nomeação de Mandetta foi escolhida por Bolsonaro e é respaldada pelo grupo de deputados.

Médico ortopedista, com foco em pediatria, Mandetta já atuou no Hospital Militar e no Hospital Geral do Exército, no Rio de Janeiro, e foi diretor da Santa Casa de Campo Grande e da Unimed.

Também foi secretário municipal de saúde de Campo Grande, cargo que assumiu em 2005 e onde ficou até 2010, saindo para candidatar-se a deputado federal, cargo que ocupa desde então. Mandetta, no entanto, não se candidatou às eleições neste ano.

Durante a campanha, Mandetta deu dicas para Bolsonaro. É dele, por exemplo, a ideia de investir em projetos para melhorar a saúde bucal de gestantes. O nome de Mandetta, porém, divide membros de entidades médicas.

Parte do grupo considera que ele deu força em projetos de lei do programa Mais Médicos, alvo de críticas dessas associações. Outros, no entanto, dizem ver nele um aliado para demandas da categoria, como na defesa de uma carreira de estado aos profissionais.

INVESTIGAÇÃO

Mandetta também comentou a investigação da qual é alvo por suposta fraude em licitação, tráfico de influência e caixa 2 no contrato para implementar um sistema de informatização na saúde em Campo Grande, no período em que foi secretário de Saúde do município.

O sistema de Gerenciamento de Informações Integradas da Saúde (Gisa) custou quase R$ 10 milhões entre recursos federais e municipais. Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) apontou um prejuízo de cerca de R$ 6 milhões em pagamentos indevidos por serviços não executados.

O futuro ministro relatou que explicou o caso ao presidente Jair Bolsonaro. Ele afirmou que deixou o cargo de secretário de Saúde em 2010 e que um deputado de oposição fez as denúncias – Mandetta não citou o nome do parlamentar.

Falei: olha, presidente, o senhor queria falar comigo, ótimo, estou orgulhoso, desafio grande, mas está aqui ó: tem isso, tem aquilo, tem inquérito, tem juiz, eu não sou afeito aos termos advocatícios. Ele me disse que eu não era nem réu, eu falei que não, mas eu mandei ele averiguar. Falei pra ele, na hora que o senhor citar eu tenho certeza que vai ser a Folha de S. Paulo que vai vir atrás. Eu sou assinante da Folha. Faz parte do trabalho de vocês. Tem dias que vocês vão ao médico e não gostam das perguntas que eles fazem. Acham o médico chato. Faz parte. Cada profissão tem sua característica”, afirmou.

O deputado atribui a questões políticas o fato de o sistema de informatização da saúde não ter sido implementado e diz que não foi ouvido durante todo o período da investigação.

DESAFIOS

Mandetta terá muitos desafios a enfrentar na gestão da saúde no Brasil. Área apontada em pesquisas como uma das principais preocupações da população, a saúde vive um paradoxo.

Em 30 anos, o SUS (Sistema Único de Saúde) consolidou-se como o maior sistema de saúde gratuito do mundo, atendendo a quase 75% da população do país.

A oferta de serviços, porém, é desafiada por um quadro crônico de subfinanciamento, que pode piorar nos próximos anos. Ao mesmo tempo, diante de uma projeção de aumento nos gastos, o sistema desperdiça recursos por conta da ineficiência.

E quem sofre é a população que enfrenta filas, tem dificuldade de acesso a especialistas, passa longo tempo à espera por cirurgias eletivas e encontra emergências superlotadas.

Da Redação com informações do G1 e Folha

 

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