Jair Bolsonaro estava acompanhado da esposa Michele Bolsonaro. Foto: Reprodução

Bolsonaro (PSL) chega à Presidência com missão de “dar um jeito no país”

Por Delmo Menezes

Jair Messias Bolsonaro (PSL), 63 anos, deputado federal e capitão reformado do Exército Brasileiro, é eleito o novo presidente do Brasil. Com segurança reforçada neste segundo turno, o presidente eleito votou na manhã deste domingo (28) por volta das 9h da manhã, usando colete à prova de bala por recomendação da Polícia Federal. O deputado do PSL concorreu com o candidato do PT Fernando Haddad.

No dia 06/09, Jair Bolsonaro, levou uma facada durante um ato de campanha em Juiz de Fora(MG). Foi socorrido e levado à Santa Casa de Misericórdia da cidade, com “uma lesão por material perfurocortante na região do abdômen”. Segundo os médicos, Bolsonaro chegou com a pressão baixa por causa da perda de sangue. O candidato teve lesões nos intestinos delgado e grosso e passou por uma cirurgia que durou cerca de 2 horas.

Bolsonaro liderou as pesquisas de intenção de voto desde o início da campanha eleitoral, em 16 de agosto, em todos os cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 31 de agosto, o Tribunal Superior Eleitoral indeferiu a candidatura de Lula, por 6 votos a 1. O PT substituiu, então, o ex-presidente pelo ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.

O que pensa Jair Bolsonaro

Gestão eficiente

Garantir recursos para onde realmente estão as demandas – estados e municípios – e não concentrar poder em Brasília.

Educação

Será feito maior investimento na educação infantil, ensino fundamental, médio e técnico. Teremos uma educação sem doutrinação.

Privatizações

Bolsonaro pretende realizar um programa de privatizações, mas diz que só divulgará as estatais depois de eleito. A respeito dos bancos públicos, disse “estudar” a possibilidade.

Programas sociais

Antes crítico do Bolsa Família, agora defende a manutenção do programa “com auditoria”.

Previdência Social

Diz ser contra a proposta de reforma apresentada pelo governo, por ela ser “grande demais”. O pré-candidato do PSL afirmou que estuda a questão e cogita propor mudanças graduais nas aposentadorias, priorizando o combate à “fábrica de marajás”.

Reforma Trabalhista

Votou a favor da proposta na Câmara dos Deputados. Em sabatinas e entrevistas, ele tem repetido o diz ouvir de empresários: que os trabalhadores brasileiros podem ter que escolher entre ter “menos empregos e mais direitos” ou o oposto.

Segurança Pública

Combate rigoroso à criminalidade, garantindo o direito à legitima defesa e dando condições de trabalho aos nossos policiais. Para combater a criminalidade, pretende promover o endurecimento de leis penais, fortalecer o policiamento e promover a revisão do Estatuto do Desarmamento.

Teto dos gastos públicos

Como deputado, votou a favor da PEC que congelou por 20 anos os gastos públicos.

Política econômica

Paulo Guedes, futuro ministro da economia, é a favor da manutenção do tripé macroeconômico (com regime de meta fiscal e de inflação, com câmbio flutuante) e defende a necessidade de uma simplificação tributária rumo a um imposto único federal.

Jair Bolsonaro (PSL), eleito neste domingo como o novo presidente do Brasil. Foto: Ricardo Moraes/Reuters)

Histórico

Casado com Michelle Bolsonaro desde 2013, Jair Messias Bolsonaro, formou-se na Academia Militar das Agulhas Negras em 1977 e serviu nos grupos de artilharia de campanha e paraquedismo do Exército Brasileiro. Tornou-se conhecido do público em 1986, quando escreveu um artigo para a revista Veja criticando salários de oficiais militares, depois do qual foi preso por quinze dias apesar de receber cartas de apoio de colegas do exército. Foi absolvido dois anos depois.

Bolsonaro ingressou na reserva em 1988, com o posto de capitão, para concorrer à Câmara Municipal do Rio de Janeiro naquele ano. Foi eleito vereador pelo Partido Democrata Cristão, partido que hoje está extinto. Em 1990, candidatou-se a deputado federal pelo Estado do Rio de Janeiro. Bolsonaro foi o candidato mais votado, com apoio de 6% do eleitorado fluminense (464 mil votos), sendo reeleito por seis vezes. Durante seus 27 anos na Câmara dos Deputados, Bolsonaro ficou conhecido por ser uma personalidade controversa, por conta de suas visões políticas populistas e de extrema-direita.

Discurso

Logo depois de eleito, o presidente da República eleito Jair Bolsonaro (PSL) afirmou neste domingo (28), ao ler o discurso da vitória na porta da casa dele, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, que o novo governo será um “defensor da Constituição, da democracia e da liberdade”.

De acordo com a apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com 96,27% das urnas apuradas, ele havia recebido 56,1 milhões de votos (55,49%).

“Faço de vocês minhas testemunhas de que esse governo será um defensor da Constituição, da democracia e da liberdade. Isso é uma promessa, não de um partido, não é a palavra vã de um homem, é um juramento a Deus”, afirmou.

Bolsonaro afirmou no discurso que assumiu o compromisso de fazer um “governo decente”, formado por pessoas com o propósito de transformar o Brasil em uma “grande, próspera, livre e grande nação”.

Bolsonaro declarou que a “liberdade é um princípio fundamental” e citou como exemplos a liberdade de ir e vir, político e religiosa, de informar e de ter opinião e de fazer escolhas.

“Como defensor da liberdade, vou guiar um governo que defenda e proteja os direitos do cidadão que cumpre seus deveres e respeita a leis. Elas são para todos porque assim será o nosso governo: constitucional e democrático”, declarou o presidente eleito.

O presidente eleito declarou que a futura administração precisa criar condições para “que todos cresçam”. Segundo ele, o governo federal vai reduzir estrutura e burocracia e cortará “desperdícios e privilégios”.

“Nosso governo vai quebrar paradigmas, vamos confiar nas pessoas, vamos desburocratizar, simplificar e permitir que o cidadão, o empreendedor, tenha mais liberdade e construir o seu futuro. Vamos desamarrar o Brasil”, declarou.

Bolsonaro declarou que seu governo “respeitará de verdade a federação”, garantindo que os recursos federais cheguem aos estados e municípios. “Precisamos de mais Brasil e menos Brasília”, disse.

Da Redação do Agenda Capital

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