Na foto Lidiane Pires Diretora de segurança alimentar e nutricional da Ceasa. Foto Paulo H. Carvalho / Agência Brasília

Semanalmente 34 mil pessoas são atendidas com refeições feitas a partir de insumos próprios para o consumo, mas que teriam o lixo como destino final

Por Redação

Desperdício é uma palavra que ninguém deseja ter em seu vocabulário e cotidiano. Assim, gestos que buscam evitá-lo merecem ser divulgados, como é o caso do programa Desperdício Zero da Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa-DF). A ação consiste na doação de alimentos fora dos padrões de venda no comércio a instituições cadastradas e famílias em vulnerabilidade social.

As frutas, legumes e verduras que colorem os lares e mesas dessas famílias e instituições estão próprias para o consumo humano e fazem a diferença. São produtos levemente danificados ou muito maduros, que costumavam ser descartados pelos agricultores e empresários que comercializam na Ceasa-DF. Com o Desperdício Zero isso mudou.

Em 2019, foram 323 toneladas de insumos que poderiam ter tido o Aterro Sanitário como destino final, mas viraram refeições nutritivas a quem precisa nas 135 instituições cadastradas. Missão que deixa a diretora de Segurança Alimentar e Nutricional da Ceasa-DF, Lidiane Pires, orgulhosa.

Foto Paulo H. Carvalho / Agência Brasília

“Nós vamos até os permissionários e agricultores e fazemos esse trabalho de convencê-los a doar o alimento e não jogá-lo fora nos contêineres. É um programa com pegada ambiental e social, porque deixando de colocar o alimento no contêiner você direciona a alimentação para quem precisa e assim emite menos gás carbônico (CO2), impacta menos o meio ambiente e reduz a quantidade de lixo carregado”, explica Lidiane.

Semanalmente, o programa atende 34 mil pessoas. Condição que colabora para a redução da perda de alimentos e a erradicação da fome, premissas do Dia Mundial da Alimentação, promovido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Variedade

Nesta segunda-feira (27), a Agência Brasília visitou o espaço do Banco de Alimentos, onde os produtos ficam armazenados antes de serem levados pelas instituições cadastradas. A oferta do dia contava com abobrinha, alface crespa, batata-doce e brócolis. Segundo a Ceasa-DF, a variedade média de produtos pode chegar a 40 itens.

Os alimentos ficam guardados em um galpão e, quando necessário, são armazenados em uma câmara fria. Eles recebem todo o cuidado e acompanhamento nutricional, tudo em nome da segurança alimentar.

As instituições beneficiadas também precisam seguir regras para transporte e manuseio de alimentos. Os produtos devem ser levados em caixas plásticas em bom estado de conservação. Elas não podem estar totalmente cheias, a fim de evitar danos aos alimentos. Também não é permitido colocar produtos diferentes em uma mesma caixa. O veículo utilizado para o transporte deve estar limpo e, além disso, automóveis com carroceria devem ter lona para proteger os alimentos.

Foto Paulo H. Carvalho / Agência Brasília

Criado em 2013, o Desperdício Zero é uma parceria entre Ceasa-DF, Secretaria de Agricultura e Emater-DF. Toda atividade do Banco de Alimentos, do qual o programa Desperdício Zero faz parte, é amparada pela Lei n°4.634/2011 e regulamentada pelo Decreto nº 37.312/2016, que dispõe sobre o Programa de Coleta e Doação de Alimentos no âmbito do Distrito Federal.

Quem pode participar

As entidades que recebem as doações no Banco de Alimentos são cadastradas e precisam apresentar documentos, como comprovante de endereço e estatuto social. Além disso, elas são monitoradas por nutricionista e assistente social.

A participação está condicionada a ser um espaço sem fins lucrativos, ter o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) do Distrito Federal, inscrição no conselho do segmento (da Criança e do Adolescente, do Idoso, entre outros) e um espaço apto para preparar as refeições e servi-las.

A doação de alimentos, no entanto, é irrestrita. Quem quiser distribuir alimentos frescos basta entrar em contato com a Ceasa-DF pelos telefones (61) 3363-1204 ou 99295-1791 e pelo e-mail [email protected]. O direcionamento dos donativos para as entidades é feito pela própria Ceasa.

Veja as regras básicas para o congelamento de alimentos:

1. Escolher alimentos de ótima qualidade;
2. Nunca congelar os alimentos em uma proteção, pois a baixa temperatura desidrata o produto, modificando o sabor e textura;
3. Embalar e identificar os alimentos em porções que serão utilizadas de uma só vez;
4. Retirar o ar dos sacos plásticos, fechando-os bem antes de serem levados ao freezer;
5. Manter um espaço livre em vasilhames usados para congelar líquidos. Durante o congelamento o alimento aumenta de volume;
6. Observar as recomendações de descongelamento de cada tipo de produto;
7. Um alimento não deve ser congelado duas vezes.

Alimentos que não devem ser congelados:

– Gelatinas
– Maionese e iogurte
– Vegetais para salada (alface, tomate, pepino, salsão, agrião e cebola)
– Merengue

Embalagens utilizadas:

Devem ser resistentes e atóxicas, como papel alumínio, papel manteiga, filme de PVC, saco de polietileno, polietileno em rolo; forma e bandeja de alumínios descartáveis; potes de vidro, recipientes de plástico rígido; tigelas e travessas refratárias; formas de gelo.

*Com informações da Ceasa-DF

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