Dia D de mobilização da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Sarampo.

Desafio do Brasil é garantir uma cobertura vacinal segura e efetiva durante a pandemia da Covid-19  

Por Luiza Barufi

Diante do alerta da Organização Mundial da Saúde e do Fundo das Nações Unidas para a Infância sobre uma possível queda nas coberturas vacinais durante a pandemia da Covid-19 em todo o mundo, o Governo Federal tem adotado medidas para ampliar o acesso à vacinação dos brasileiros de forma segura e efetiva. As iniciativas foram apresentadas pela coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, Francieli Fantinato, durante a XXII Jornada Nacional de Imunizações (SBIM 2020), na sexta-feira (16). 

Aos mais de dois mil participantes de todo o mundo presentes no encontro, Francieli destacou que o Brasil entrega, aproximadamente, 300 milhões de doses de imunobiológicos ao ano aos 38 mil postos do Sistema Único de Saúde. “Estamos realizando a Campanha Nacional de Vacinação para atualização da caderneta e também a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e as 18 vacinas para crianças e adolescentes estão disponíveis. Nossa meta é evitar a propagação de doenças como hepatites, meningites, HPV, tuberculose, febre amarela, sarampo e paralisia infantil”, reforçou. 

O Calendário Nacional de Vacinação atende toda a população brasileira, sendo 15 vacinas para crianças, 7 para adolescentes e adultos e 5 para idosos. Além disso, atende grupos especiais por meio dos 52 Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais. 

Ainda de acordo com Francieli, o desafio que o Brasil assumiu para ampliar a cobertura vacinal resultou, até o momento, em três campanhas de vacinação que ocorrem simultaneamente nos estados, Distrito Federal e municípios. 

Neste mês de outubro, cerca de 11 milhões de crianças na faixa etária de 1 a 4 anos devem ser vacinadas com a Vacina Oral Poliomielite. A meta é vacinar pelo menos 95% deste público. O valor investido na campanha contra poliomielite foi de cerca de R$ 10 milhões. Paralelamente, o governo brasileiro está incentivando a atualização da caderneta de vacinação para menores de 15 anos de idade. Há, ainda, a campanha para o combate de sarampo destinada ao público de 20 a 49 anos de idade. 

Outro ponto observado pela coordenadora é a necessidade de instituir um protocolo para garantir a segurança do profissional de saúde e da população que busca pelo serviço de vacinação. A orientação do Ministério da Saúde é que as ações de vacinação sejam realizadas respeitando o distanciamento social, uso de máscara, lavagem das mãos e uso de álcool em gel.

Impacto e queda de cobertura de vacinação

Francieli afirma que ainda é cedo para avaliar o real impacto da pandemia relacionada aos indicadores de vacinação e que, por isso, os esforços deverão ser mantidos para evitar a propagação de doenças até então eliminadas ou sob controle. 

Apesar do Brasil possuir o maior programa de vacinação do mundo, desde 2016 vem apresentando queda nos indicadores de vacinação. A coordenadora do PNI avalia que a propagação de notícias falsas; o desconhecimento sobre a importância e os benefícios das vacinas; e o medo a eventos adversos pós vacinação podem ter contribuído para a redução. 

Nesse sentido, Francieli mencionou que o Ministério da Saúde possui um canal de combate às fake news. Por meio do canal Saúde sem Fake News, as pessoas podem tirar quaisquer dúvidas sobre as notícias que estão circulando. “É importante buscar informação fidedigna”, ressaltou. 

Além disso, a coordenadora reforçou a atuação do Movimento Vacina Brasil, lançado no ano passado com o objetivo de resgatar o sentimento de segurança e comprometimento dos pais e também de articular com os diversos segmentos da sociedade. 

A Jornada Nacional de Imunizações é um evento da Sociedade Brasileira de Imunizações que reúne as principais referências brasileiras, convidados internacionais e instituições da área da saúde para debater o que há de mais recente sobre vacinação. Nesta XXII edição, foi debatida a necessidade de atenção para às coberturas vacinais que estão em declínio desde o ano de 2016 e atualmente revela um cenário preocupante devido à pandemia. Vale ressaltar que ao longo de mais de duas décadas de existência, a SBIm estabeleceu uma estreita relação com o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde.

Com informações do Ministério da Saúde

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