Por Ségismar de Andrade Pereira 

Pois então, tudo está certo como está. Essa pessoa é extremamente útil para você. Sabe esse colega de trabalho que é o seu calo no sapato? Esse que faz tudo errado e sobre o qual você diz para todo mundo que não suporta mais? Ou o seu colega que se veste de modo estranho, não combinando nada com nada e chega até a te incomodar?

Por mais que agora a sua vontade seja desconsiderar tudo isso, argumentado que é besteira. Tenho a dizer que não discordo de você, pois talvez seja mesmo uma tolice o que estou dizendo. Mas… talvez não.

Continuando… esse colega lhe permite perceber (ou acreditar) que sabe muito sobre o seu trabalho, e que você entende tudo o que faz e ele não. Ele lhe permite perceber (ou acreditar) que você entende tudo sobre adequação ou inadequação e ele não. Mas, para além disso, convido-lhe a olhar um pouco para sua arrogância. Convido-lhe a pensar se você, realmente, é tão superior quanto pensa. Convido-lhe a olhar para o seu colega tentando compreender a forma como ele pensa e as razões que o motiva a ser e agir como é.

Você já parou para pensar que talvez a sua postura de superioridade em relação a ele pode ser o causador da postura insegura dele, motivando-o a errar constantemente? Você já pensou que talvez haja em você o desejo de que ele continue sendo um pargo estragado e fétido, para que você tenha alguém a quem criticar e odiar?

Sartre em “O Ser e o Nada” (1943), nos apresenta uma reflexão muito inquietante “o inferno são os outros”. Vamos olhar para isso. Será que a inadequação está sempre nos outros?

Sinceramente? Talvez você tenha que descer do seu pedestal e enxergar que em essência você não é (ou não se torna) um ser humano melhor do que o outro se não consegue minimamente compreender as motivações do outro.

Agora imagino que minhas palavras começam a fazer algum sentido para você, mas também sei que talvez nunca venham fazer. Pois é possível que você tenha a necessidade de ficar focado nas falhas dos outros para não entrar em contato com a pessoa pequena que, inconscientemente, você teme descobrir que é.

Cuidado, pois as toxinas que você não tira do corpo vão lhe escapar pelos poros ou podem causar uma gastrite, uma ulcera, enxaquecas, obesidade, ou ainda, gerar um câncer dentro de você.

Mas será que você é de fato essa pessoa que tanto teme ser e da qual precisa se esconder? Será que esse não é mais um engano que você carrega sobre si mesmo/a?

Portanto te proponho: faça a escolha de tentar ser feliz; foque mais em você.

Da Redação 

Delmo Menezes
Gestor público, jornalista, secretário executivo, teólogo e especialista em relações institucionais. Observador atento da política local e nacional, com experiência e participação política.

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