Palácio do Buriti, Brasília/DF. Foto: Agenda Capital

Estrutura de senadores e deputados distritais e federais tem impacto direto na campanha dos candidatos ao Palácio do Buriti. Muitos deles, no entanto, não seguem as determinações das alianças nacionais

Por Redação

A base e o apoio de parlamentares fazem diferença na disputa pelo Palácio do Buriti. Deputados distritais, federais e senadores que disputam as eleições deste ano colocarão nas ruas cabos eleitorais para defender as próprias candidaturas e ajudar, nesse processo, a fortalecer o nome dos candidatos a governador que apoiam. Cientista político e especialista em políticas públicas pela Universidade de Brasília (UnB) Emerson Masullo avalia que os candidatos ao Legislativo têm o poder de trazer votos para os majoritários. “Quem se associa a nomes fortes e com boa imagem agrega isso à própria imagem, o que resulta em voto. Na medida em que faz boas coligações e alianças, garante-se uma possibilidade de maior aceitação na campanha”, explica.

A menos de uma semana para o início da campanha, alguns parlamentares, no entanto, não definiram qual caminho seguir e devem esperar até os últimos momentos para tomar posição. Outros, diante de acordos feitos pelos partidos para a composição majoritária, optaram pela neutralidade (veja quadro). Candidato à reeleição, o atual governador, Rodrigo Rollemberg (PSB), tem o apoio fechado de quatro distritais para a disputa deste ano. O socialista recebe o suporte, por exemplo, do pré-candidato ao Senado Chico Leite (Rede) e do pré-candidato a deputado federal Israel Batista (PV). Ele também terá ao seu lado Juarezão e Luzia de Paula, ambos do PSB. O primeiro tem base eleitoral em Brazlândia, e a segunda é liderança em Ceilândia, área com grande potencial de votos.

O governador ainda pode ter o apoio, mesmo que mais silencioso, de outros nomes que fazem parte de partidos que não compuseram com a coligação do socialista. O líder do governo na Câmara Legislativa, Agaciel Maia (PR), ainda não decidiu quem apoiará, mesmo que o PR tenha fechado com Alberto Fraga (DEM). “Teremos mais algumas reuniões nesta semana, mas, até o momento, não defini qual será a minha posição”, diz o parlamentar.

Neutralidade

Telma Rufino (Pros) e Lira (PHS) seguem na mesma direção. Os dois são de partidos que estão com Eliana Pedrosa (Pros), mas os distritais permanecem na base de Rollemberg na Câmara Legislativa e não anunciaram oficialmente apoio à candidata. Em contrapartida, o governador não contará com distritais do PDT. A sigla fechou com Rollemberg nos últimos momentos por decisão da Executiva nacional. Mesmo assim, os candidatos à reeleição Cláudio Abrantes e Reginaldo Veras ficarão neutros para a disputa majoritária. O presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle, não se candidatará a nenhum cargo nas eleições e também deve optar pela neutralidade. “Estarei junto com os candidatos do PDT e vou seguir a mesma decisão dos meus colegas deputados do partido”, disse.
Quatro distritais estão fechados com o deputado federal Rogério Rosso, pré-candidato ao GDF pelo PSD. O grupo de parlamentares representa o discurso de que a chapa tem adotado em defesa da família e de valores cristãos. Rosso conta, inclusive, com vice evangélico, o pastor Egmar Tavares (PRB). Pré-candidato a deputado federal, o distrital Julio César (PRB) traz a força da Igreja Universal para a candidatura de Rosso. Na convenção do PSD/PRB, no último fim de semana, ele destacou que lutará pela vitória do cabeça de chapa. “Vamos colocar todas as nossas forças na rua para ajudar Rosso”, afirmou.

O deputado federal Alberto Fraga, pré-candidato ao GDF pelo DEM, também aposta no discurso conservador em defesa da família e da segurança pública como algumas das bandeiras de campanha. No Legislativo local, Fraga conta com o apoio de dois distritais da bancada evangélica: bispo Renato Andrade e Sandra Faraj, ambos do PR.

O advogado Ibaneis Rocha, que disputa o cargo de governador pelo MDB, tem ao lado os três distritais do partido. Ex-policial civil, Wellington Luiz pode agregar votos da corporação para o pré-candidato ao Buriti. A distrital Celina Leão (PP) é outra que está na base de Ibaneis. Ela é pré-candidata a deputada federal e vista como nome forte na disputa pelos correligionários.

Mesmo sem se aliar a nenhum partido, a bancada do PT na Câmara Legislativa garante o apoio de três distritais ao candidato ao GDF Júlio Miragaya. Ele tem o suporte de Chico Vigilante, com base eleitoral em Ceilândia, de Ricardo Vale e do pré-candidato ao Senado Wasny de Roure.

Eliana Pedrosa, pré-candidata ao Buriti pelo Pros, tem assegurado o apoio de Liliane Roriz (Pros). A distrital não disputará essas eleições. Pedrosa tem ao lado outros nomes da família do ex-governador Joaquim Roriz, como a filha Jaqueline e a mulher dele, Weslian.

Congresso Nacional

Com o cenário montado para as eleições deste ano, pelo menos cinco das oito vagas de deputado federal do DF serão renovadas para o próximo mandato. Alberto Fraga (DEM) e Rogério Rosso (PSD) disputarão o Buriti, enquanto Izalci Lucas tenta um lugar no Senado na chapa de Fraga. Rôney Nemer (PP) e Vitor Paulo (PRB) não serão candidatos. Laerte Bessa (PR) disputa a reeleição no grupo de Fraga, os dois têm discurso alinhado na defesa de valores conservadores e da segurança pública. Pelo PT, Erika Kokay tenta a reeleição, assim como Augusto Carvalho (Solidariedade).

O senador Cristovam Buarque (PPS) foi um dos principais articuladores da coligação encabeçada por Rosso. Ele tenta se reeleger e faz dobradinha com o empresário Fernando Marques (Solidariedade). O senador Hélio José (Pros), que assumiu a vaga no Senado por ser suplente de Rollemberg, não caminhará ao lado do governador. Ele será candidato a deputado federal na chapa que tem como candidata ao GDF Eliana Pedrosa.

Sem partido, o senador José Antônio Reguffe não definiu o voto para essas eleições. “Não sei em quem votarei nem para governador nem para a Presidência. Sempre tive as minhas posições claras. Inclusive nos segundos turnos, quando as pessoas diziam para não indicar candidatos, mas também só vou apoiar alguém em quem realmente acredite”, ressalta.

Da Redação com informações do Correio

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