Candidado ao GDF Ibaneis Rocha. Foto: John Stan

Por Hélio Doyle

Eles podem até negar, mas os candidatos a governador com mais altas intenções de votos nas pesquisas estão de olho em Ibaneis Rocha, do MDB. Temem que ele suba mais alguns pontos e colocações nos próximos dias e forme uma “onda” difícil de ser quebrada, como as que levaram à eleição de Cristovam Buarque em 1994 e Rodrigo Rollemberg em 2014. Ambos começaram bem atrás e atropelaram no final do primeiro turno.

Embora tenha menos tempo para crescer, pois a campanha é menor, Ibaneis, em quinto lugar na última pesquisa Ibope/Rede Globo, com 9%, preocupa os segundo, terceiro e quarto colocados: Alberto Fraga, do DEM (14%); Rodrigo Rollemberg, do PSB (11%); e Rogério Rosso, do PSD (10%). E não deixa de incomodar até a líder, Eliana Pedrosa, do Pros, que está com 22% – nesse caso, também já tendo em vista Ibaneis como adversário no segundo turno.

Ibaneis, de 7% para 9%, e o general Paulo Chagas (PRP), de 3% para 5%, são os únicos candidatos que cresceram dois pontos percentuais em relação à pesquisa anterior do Ibope. Os demais ou caíram ou subiram um ponto. Isso não significa muita coisa, pois a margem de erro é de 3% e, por isso, dos 11 candidatos só Eliana Pedrosa está isolada. Todos os demais estão empatados com alguém.

O que indica as possibilidades de crescimento de Ibaneis são a superação da distância que mantinha em relação aos demais quando começou a campanha eleitoral (tinha apenas 2%) e o sentimento que é passado aos candidatos pelos seus aliados e cabos eleitorais que fazem o trabalho nas ruas e nos bairros. Todos constatam que Ibaneis está se tornando mais conhecido e aparecem mais eleitores dispostos a votar no ex-presidente da OAB-DF.

Os adversários atribuem isso ao dinheiro que Ibaneis estaria gastando para montar uma forte estrutura de campanha. Segundo eles, já são milhares de pessoas contratadas e mais de 150 candidatos a deputado federal e distrital cooptados. Ibaneis, que é o candidato a governador com maior patrimônio declarado, diz que vai gastar até o limite legal, de R$ 5,6 milhões, com recursos próprios. É tão rico que vai abrir mão do subsídio de governador.

Briga acirrada
Pode ser que a próxima pesquisa Datafolha/Rede Globo, que será divulgada nesta quinta-feira (20/9), mostre alguma movimentação nos números que permita ver o quadro com mais clareza, mas por enquanto o cenário continua embolado e indefinido. Eliana destacou-se do grupo que corre à frente, estando oito pontos acima do segundo colocado, mas a vantagem se reduz a dois pontos (19% a 17%) ao se considerar a margem de erro.

Nem mesmo Eliana está garantida no segundo turno, embora suas probabilidades sejam boas, principalmente porque ela está se consolidando no eleitorado mais pobre. Mas é Eliana que tem o menor índice de votos seguros (54%) entre os cinco primeiros colocados. Fraga tem 71%; Rosso, 70%; Ibaneis, 66%; e Rollemberg tem 63% de votos, em relação a seus índices, que podem ser tidos como certos.

Fraga está empatado tecnicamente com Rollemberg, Rosso e Ibaneis, que estão empatados com o general Paulo Chagas, que tem 5% dos votos e está empatado com Alexandre Guerra (Novo) e Júlio Miragaya (PT), ambos com 3%. Esse cenário é mais ou menos o mesmo desde o início da campanha.

O que se pode esperar agora, a 19 dias da votação, é o acirramento da briga pelo segundo turno. Se Eliana confirmar seu descolamento do grupo, os outros quatro estarão disputando a vaga restante como luta de vida e morte, e ela torcerá pela vitória do que achar que pode derrotar com mais facilidade. Se Eliana cair um pouco, a confusão aumentará.

As pesquisas que têm sido divulgadas apresentam simulações de segundo turno entre os candidatos mais votados. É interessante ver quem derrota quem, mas na verdade essas simulações praticamente nada representam e nenhum estrategista de campanha competente se fia nelas. Refletem uma situação e um cenário completamente diferente do que haverá no segundo turno real, quando os dois candidatos se enfrentam diretamente nos debates, o tempo na televisão é igual e as forças políticas recompõem suas alianças. O segundo turno é uma nova eleição e qualquer previsão agora pouco vale.

Da Redação com informações do Metrópoles

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