Ex-secretário Fábio Gondim deverá ser ouvido nesta quinta-feira (18), sobre supostas irregularidade na pasta.

A crise provocada pela revelação de gravações entre as deputadas Lilane Roriz (PTB) e Celina Leão (PPS), que preside a Câmara Legislativa, sobre supostas irregularidades na Saúde, provocou o atraso do início da sessão da CPI que que estava prevista para as 10h desta quinta-feira (18) com o ex-secretário da pasta Fábio Gondim.

A sessão teve início por volta das 11h30, após a reunião convocada por Celina com deputados da mesa Diretor da Casa. Fábio Gondim chegou no horário marcado para o depoimento e até as 10h50 aguardava na Câmara.

Em áudio gravado pela deputada Liliane Roriz, Celina fala sobre mudança de finalidade de uma emenda parlamentar para beneficiar deputados com dinheiro supostamente desviado da Saúde. Segundo a parlamentar, um “acordo” direcionou emendas parlamentardes para uma empresa que prestou serviço de UTI. Pela denúncia, o esquema envolveria repasse de 7% sobre o valor do contrato para os deputados.

Em entrevista à TV Globo nesta quarta (17), Liliane disse que a negociação tratava de uma “sobra orçamentária” de R$ 30 milhões, destinada originalmente à reforma de escolas e unidades de saúde. No começo de dezembro, os distritais aprovaram uma mudança no texto, direcionando o aporte para pagar dívidas do Palácio do Buriti com prestadoras de serviço em UTIs.

“[O dia da gravação] Foi quando eu comecei a entender as coisas, que já tinha um negócio que estava sendo concluído por um deputado. Que esse deputado estava trazendo esse negócio e que esse negócio seria dividido em seis partes, e que seriam R$ 30 milhões. Eu não sabia de onde vinha, nem tampouco o percentual disso”, diz a distrital.

Celina-LilianeOs áudios foram gravados em dezembro de 2015, logo após a votação do texto. No diálogo,  Celina Leão conversa com Liliane sobre “o negócio do recurso”, e diz que vai incluir a vice-presidente da Casa “no projeto”. Liliane diz que a conversa ocorreu porque ela ficou “muito contrariada, muito chateada” com a alteração no destino das verbas. Liliane renunciou nesta quinta-feira à vice-presidência da Casa.

O deputado Lira (PHS) disse que não tinha ouvido os áudios gravados por Liliane, mas afirmou que a CPI da Saúde não perde credibilidade para apurar possíveis desvios na área. Sobre alguma providência que os deputados poderiam tomar com base nas denúncias e um possível afastamento de Celina, ele deu a mesma resposta: “A Casa vai decidir”.

Deputados citados
Em outro áudio, Liliane conversa com ex-secretário-geral da Câmara, Valério Neves, sobre a destinação dos recursos. O então secretário-geral diz que a mudança ocorreu porque o esquema com um outro empresário tinha dado errado.

Liliane Roriz: Valério, me explica aquela história que eu não entendi.
Valério Neves: O que aconteceu? Tinha feito um negócio com o menino… O Afonso [inaudível]. Aí, o Bispo Renato e o Júlio [César] sentaram com o Afonso. [inaudível] E nada do compromisso com o grupo, que são seis pessoas. Você, Renato, a Mesa mais o Cristiano [Araújo].
[…]
Valério: Agora, se não tem compromisso… O Cristiano arrumou aquela parceria dele com as UTIs, e que nessa UTI teria [compromisso]. E aí, passou dinheiro para a UTI.

Os trechos fazem referência à composição da Mesa Diretora. Além de Celina e Liliane, presidente e vice, a formação inclui o primeiro secretário, Raimundo Ribeiro (PPS), o segundo secretário e líder do governo, Julio Cesar (PRB), e o terceiro secretário, Bispo Renato Andrade (PR). Destes, apenas Ribeiro não é citado nominalmente nos áudios divulgados.

Mesa nega crimes
Em nota divulgada no site da Casa, a Mesa Diretora da Câmara diz que a emenda responsável por alterar o destino dos R$ 30 milhões foi proposta pela própria Liliane Roriz e que os áudios estão “evidentemente editados, e as conversas estão fora de contexto”. A Mesa diz rejeitar “qualquer acusação da prática de ilícito” e “confiar nas investigações”.

O texto, de dois parágrafos, diz que a Mesa investiga Liliane em três processos, por prática de atos ilícitos e quebra de decoro parlamentar. Segundo a mensagem, a distrital pode perder o mandato em razão dessas suspeitas.

Fonte: G1

Delmo Menezes
Gestor público, jornalista, secretário executivo, teólogo e especialista em relações institucionais. Observador atento da política local e nacional, com experiência e participação política.

1 COMENTÁRIO

  1. Aonde iremos parar com esses nossos ” POLITICOS CORRUPTOS e IMORAIS? Brasília é uma cidade tão nova, não merece ser representada por essa CORJA de malfeitores.
    Vamos acordar povo! Chega de tanta vergonha.

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