Os agentes e delegados da Polícia Civil do DF, em assembleia realizada na tarde desta terça-feira (16), no pátio da sede da Polícia Civil em Brasília, decidiram entregar os cargos de chefia. Em uma decisão histórica, mais de 700 policias colocaram os cargos de chefia à disposição do governo, e mais de 2 mil entregaram ao sindicato um termo de Recusa para ocupar cargo em Comissão. O evento contou com a presença de 5 mil agentes e delegados da Polícia Civil.
A entrega dos cargos foi formalizada na assembleia e acatada por Agentes e Escrivães de Polícia, Agentes Policiais de Custódia, Peritos em Papiloscopia, Peritos Criminais e Médicos Legistas, cargos que fazem parte da base do Sinpol. O Sindepo também confirmou a entrega dos cargos de chefia ocupados pelos delegados.
Após a assinatura dos termos, os documentos foram encaminhados ao diretor da Polícia Civil, delegado Eric Seba, que estava presente na manifestação.
Segundo Eric Seba, “temos consciência da dificuldade do governo em atender as reivindicações, mas o posicionamento da categoria permanece. Não haverá abandono de postos, mas os cargos ficarão vagos. Os trâmites burocráticos das delegacias precisarão ser feitos por ordem de serviço”, declarou.
A assembleia dos policiais, ocorreu um dia após reunião realizada no Palácio do Buriti. Os delegados e policiais civis do DF, ficaram desolados, diante da negativa do GDF em conceder reajuste salarial a categoria, ou apresentar proposta concreta. A categoria solicita a isonomia salarial com a Policia Federal, que é uma tradição de muitos anos.
De acordo com o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, o governo não tem condições de arcar com este compromisso, devido um rombo de R$ 1 bilhão até dezembro. A corporação brasiliense e a Polícia Federal têm o mesmo regime jurídico, a Lei Federal nº 4.878, de 1965. Sampaio disse ainda que, “precisaríamos ver primeiro quais receitas conseguiríamos adicionar ao orçamento do DF. A partir daí nós poderemos fazer proposta”, declarou.
No fim da tarde, o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol-DF), divulgou nota na qual diz que “a medida é uma resposta ao Governo de Brasília, pela recusa em enviar a mensagem (ao Congresso Nacional) que mantém a isonomia da PCDF com a Polícia Federal”.
Ainda segundo a entidade, “haverá impacto direto nas investigações policiais. Os cargos colocados à disposição envolvem as delegacias circunscricionais e especializadas, os institutos de Identificação, de Criminalística e Médico Legal, além do Departamento de Atividades Especiais (Depate), Departamento de Polícia Circunscricional (DPC) e Departamento de Polícia Especializada (DPE)”.
O Sinpol, sindicato que representa a categoria, convocou nova assembleia para quinta-feira (18), em frente ao Palácio do Buriti, às 14h.
Da Redação do Agenda Capital
