CPI da Saúde quer “sessão conjunta” entre Marli Rodrigues e Renato Santana. O vice não confirmou presença. Nesta quinta-feira (21/7), também foi aprovada a convocação do secretário de Fazenda.

Foi aprovada nesta quinta-feira (21) pela CPI da Saúde na Câmara Legislativa do Distrito Federal, um pedido de acareação entre o vice-governador, Renato Santana, e a presidente do sindicato dos servidores de saúde (SindSaúde), Marli Rodrigues.

Foi aprovado também uma convocação para o secretário de Fazenda, João Fleury, prestar informações. No entanto, ainda não há data para a sessão. Nos grampos gravados pela sindicalista, ela e Santana falam na existência de um esquema de corrupção na Saúde que também passaria por contratos firmados pela pasta da Fazenda.

O procedimento foi sugerido em razão das contradições identificadas entre os depoimentos de um e outro à comissão, nesta quinta.

Oficialmente, o requerimento aprovado chama a acareação de “reunião conjunta”. O termo foi alterado para evitar a rejeição de deputados da base governista e do próprio vice-governador. Na prática, a reunião deve funcionar da mesma forma.

Um dos pontos contraditórios entre os dois depoimentos se refere a um dos áudios divulgados, em que Santana conversa com Marli e cita suposta autorização oficial para o pagamento da propina. “Autorizou a pagar 10% de propina. Eu não autorizei, mas o assunto chegou para mim”, diz ele.

Na manhã desta quinta, Marli afirmou que Santana atribuía a “autorização de propina” a Rodrigo Rollemberg. Confrontado, o vice disse “repudiar veementemente” a fala da sindicalista, mas não informou se outra pessoa seria responsável por esse aval.

Em função do cargo, o vice-governador não deve ser convocado, e sim, convidado. Isso significa que ele pode faltar à audiência sem apresentar justificativa. Em resposta ao deputado Wasny de Roure (PT), autor do pedido de acareação, Santana adiantou que não deve atender ao novo chamado da CPI.

“Eu acredito na competência da nossa Polícia Civil, que vai elucidar esse caso, como já elucidou uma centena de outros no prazo que a gente e que essa comissão precisa. Não quero concordar [com a acareação] nesse primeiro momento. Num segundo momento, se a investigação não resultar em nada, eu me disponho”, declarou Santana.

O requerimento foi aprovado com apenas dois votos favoráveis, dos deputados Wasny de Roure (PT) e Wellington Luiz (PMDB). Bispo Renato (PR), Cristiano Araújo (PSD) e Lira (PHS) se abstiveram, e Roosevelt Vilela (PSB) votou contra.

A comissão também aprovou a convocação de Marcelo Pereira da Silva, citado nos depoimentos pelo nome Marcelo Radical. A data não foi marcada. Segundo Santana, ele foi apontado por empresários como um “articulador” que prometia pagamento preferencial de faturas pendentes na Secretaria de Fazenda, em troca de propina. Silva abriu processo por calúnia contra o vice-governador.

Pela manhã, também foram aprovadas as convocações do ex-subsecretário de Logística e Infraestrutura de Saúde Marcos Junior e do atual ocupante do cargo, Marcello Nóbrega; do ex-secretário de Saúde Fábio Gondim; do ex-assessor de imprensa da Casa Civil Caio Barbieri e do médico Ivan Castelli, indicado para assumir a Saúde no início do governo Rollemberg, mas que acabou recusando o convite.

Manifestação do governador
Em entrevista na tarde desta quinta, Rollemberg disse que Marli Rodrigues “vai pagar muito caro” pelas denúncias “difamatórias e caluniosas” sobre o suposto pagamento de propina no GDF. Em depoimento à CPI, a dirigente sindical disse que o chefe do Executivo e a mulher dele, Márcia Rollemberg, têm ligação com irregularidades.

“É um absurdo que uma presidente de um sindicato, de forma leviana, sem apresentar nenhuma prova, sem apresentar nenhum fato concreto, faça acusações contra pessoas que têm a vida honrada. [Com] Pessoas assim nós vamos dialogar na Justiça. Eu tenho certeza que ela vai pagar muito caro pelas informações difamatórias e caluniosas que fez hoje à CPI”, declarou.

Organograma 
organograma11Durante a sessão na CLDF, nesta quinta (21), a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, entregou à CPI da Saúde da Câmara Legislativa um “organograma” manuscrito e um DVD com gravações que ela diz comprovarem um suposto esquema de propina na pasta. O conteúdo das gravações não foi revelado.

Questionada pelo deputado Reginaldo Veras (PDT), Marli disse que o ex-subsecretário de Infraestrutura e Logística da Secretaria de Saúde Marcos Júnior fez o documento enquanto explicava a ela as supostas irregularidades na pasta. Ela afirmou que ficou com o documento depois da conversa, que ocorreu em maio.

Nota da Secretaria da Saúde

Na noite desta quinta-feira (21), a Secretaria de Saúde do DF (SES), publicou nota para refutar as acusações de que há um esquema de corrupção na pasta e rebater denúncias de má-gestão. Segundo a nota, “não é verdade que haja qualquer preferência na ordem dos pagamentos realizados pela Secretaria. Alguns são priorizados em função do interesse público na manutenção da prestação dos serviços contratado, devidamente justificado em todos os processos. Exemplos são a alimentação dos pacientes nos hospitais, pagamentos de UTI e a aquisição de medicamentos”.

A nota diz ainda que “não é verdade que a SES dispõe de um contrato, no valor de R$ 12 milhões anuais, para fazer a manutenção de 1,7 mil veículos. Este serviço é prestado por meio de um contrato corporativo do GDF por meio da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão com a Ticket Car. Trata-se de ata de registros de preços, cujo valor anual máximo é R$ 11.897.987,58. O gasto mensal máximo pode chegar a R$ 991.498,97.

Sobre o subsecretário Marcello Nóbrega, a nota diz que é economista, tem qualificação e experiência para o cargo que ocupa e nunca foi motorista da senhora Márcia. Rollemberg.overno de Brasília nunca chegou perto de atingir esses limites anual ou mensal”.

Da Redação com informações do G1

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