Deputado Distrital Claudio Abrantes: Foto: Reprodução

Na CLDF, a  orientação é de que os deputados Cláudio Abrantes e Chico Leite votem de acordo com o que avaliam ser favorável à população

Por Millena Lopes

Quando o governador Rodrigo Rollemberg se elegeu em 2014, a Rede ainda não era um partido. Mas os aliados de Marina Silva que pensavam  a criação da legenda – filiados em siglas como PDT e PSB – estavam junto com a coligação vitoriosa. E até participaram da definição do programa ambiental  da  nova gestão. Agora, que é  oficialmente um partido político, a Rede tem se posicionado de forma mais independente no Distrito Federal.

O partido ainda avalia se aceita um convite do governador, feito há um mês, para participar de um núcleo duro de apoio ao governo, embora tenha cargos na administração pública e os deputados distritais estejam na conta do Palácio do Buriti como base aliada.  “Participamos do governo, queremos contribuir, mas a gente acha que um núcleo assim como quer o governador deve ser bem pensado”, explica o porta-voz da Rede no DF, Pedro Ivo. O momento ainda é de avaliação, ele diz. “Estamos consultando os filiados sobre isso”, completa.

A orientação à bancada na Câmara Legislativa – que, recentemente, perdeu a deputada Luzia de Paula para  o partido do governador – é de que os deputados – Cláudio Abrantes e Chico Leite  – votem de acordo com o que avaliam ser favorável à população.

“Nós somos parte do governo, ajudamos a construir o programa, mas vamos votar de acordo com a linha programática. Tudo o que estiver dentro do programa que elegeu Rodrigo Rollemberg, vamos apoiar. O que está fora do programa, vamos analisar”, resume o porta-voz da Rede.

Mais contribuição

Cláudio Abrantes explica que há “certa independência” da bancada. “Não podemos dizer que somos base do governo. Temos um alinhamento programático, mas não  temos participação no governo”, explica, citando que não se refere a cargos. “A bancada não contribui com nenhuma área específica”.

A Rede, conforme o parlamentar, tem conversado com o governo, já que quer contribuir com a gestão. “A Rede precisa ser ouvida amplamente em diversas áreas que pode contribuir. Hoje, o governo só escuta no campo ambiental”, diz.

Leite defende colaboração sem cargos

Chico-Leite-jpgPara Chico Leite, que tem pretensões claras para 2018, a Rede tem uma “atitude colaborativa” com o governo Rollemberg, com alguns cargos na área ambiental. Mas ele defende que o partido poderia contribuir sem os espaços. “Entendo que o governador deve escolher livremente seus auxiliares. Esta é uma tese que eu defendo dentro da Rede e isso não quer dizer oposição”, explica.

O deputado diz que seu posicionamento nada  tem a ver com os projetos políticos que ele tem para o DF. E reconhece que a Rede pretende lançar candidatos próprios à Presidência da República e para algum cargo majoritário no DF. Ainda não há, conforme ele diz, definição se o partido concorrerá ao Palácio do Buriti ou ao  Senado. “Isso vai depender do caminho até lá. Um descumprimento programático, por exemplo, pode levar a Rede a ter candidato a governador”, reconhece. “Mas não vai depender de cargos”, reitera.

Candidatura

Chico Leite é o nome mais forte do partido para concorrer na capital federal. Ele não esconde seu desejo de governar o DF, mas diz que, hoje, tem predileção pelo Senado. “Eu quero fazer as coisas devagar, com amadurecimento suficiente para que o governo não seja uma surpresa. Tudo a seu tempo”, argumenta.

Ao deixar claro que “a Rede vive independente  de governos”, destaca que Rollemberg é correto e honesto . “Mas nossa atitude não é de base  incondicional.  Enquanto eu cumprir mandato, eu vou me sentir livre para me posicionar de acordo com minhas convicções.”

No governo

Além de participar na definição das políticas públicas da área ambiental do governo Rollemberg, a Rede indicou nomes para os comandos da Secretaria de  Meio Ambiente,  para o Ibram e para a Fundação Zoológico de Brasília.

O partido marcou para este mês um seminário, em que pretende avaliar, junto aos filiados, a parceria. “Depois de um ano de governo, queremos analisar o o programa que ajudamos a construir e que foi  apoiado pela população. Como ele está? Está sendo implementado? Quais as falhas, as oportunidades e as grandes conquistas?”, explica o porta-voz da Rede, Pedro Ivo.

Na esfera nacional, o partido tem sido constantemente cobrado para que se posicione em relação ao pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, por exemplo. Recentemente, Marina Silva, a principal figura do partido, tem feito críticas pontuais aos últimos acontecimentos.

Resta saber se o governador Rodrigo Rollemberg vai aceitar este apoio de “independência”, pois na gestão passada o ex-governador Agnelo Queiroz, acreditava ter o apoio de 20 deputados na CLDF, quando abriu o olho, contava apenas com 13 parlamentares.

Fonte: Da redação com informações do Jornal de Brasília.

Delmo Menezes
Gestor público, jornalista, secretário executivo, teólogo e especialista em relações institucionais. Observador atento da política local e nacional, com experiência e participação política.

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