Por Eric Zambon

A fé move montanhas e determinou, nas últimas décadas, a ascensão da população evangélica no DF, que ganhou, da Câmara Legislativa, um feriado para homenagear a importante religião. Celebrado hoje, o Dia do Evangélico foi criado há 22 anos, em uma cidade ainda majoritariamente católica, conforme mostram as pesquisas da Companhia de Planejamento (Codeplan). Sinal de respeito global à crença dos evangélicos.

Muitos dos homenageados do dia não se sentem lisonjeados pelo feriado. Em frente à Igreja Universal do Reino Deus (IURD) da 212 Sul, três amigos conversavam antes de um culto e, inicialmente, se mostraram resistentes à abordagem da reportagem do Jornal de Brasília. “É complicado. Pode haver umas distorções”, justificou o estudante Jônatas Rodrigues, 22 anos. A desconfiança com a imprensa não é incomum no meio evangélico, não sem motivo.

Análise da fé

Jônatas critica a generalização da imagem dos fiéis. Frequentador do templo há 15 anos, ele afirma, inclusive, que as bancadas evangélicas na Câmara e no Congresso não o representam como ele gostaria. “Existe uma base de defesa à família, mas o resto não é parecido conosco”, assegura.

Seu amigo, Welder Moura, autônomo de 28 anos, critica também a proliferação de igrejas, que se espalham em comunidades. “A gente tem um pensamento que não é só ir à igreja, é seguir Jesus”, resume o rapaz.

Isaque Lorran, 19 anos, é autônomo e se converteu à religião há pouco tempo, mas concorda com os colegas e destaca a importância de representação política. “É bom para garantir um pluralismo no poder. Porque senão, não haverá ninguém para nos defender e perdemos a voz”, opina.

Parcela em crescimento

Desde 2011, a Codeplan registra crescimento na quantidade de evangélicos acima de 20% ao ano. Com isso, o número de seguidores está perto de alcançar 1 milhão em 2017 e representar um terço da população do DF.

Apesar de o catolicismo ainda ser dominante, a religião perdeu quase 3% de adeptos entre 2011 e 2016. Ano passado, uma RA, a Estrutural, registrou mais evangélicos (47%) do que católicos e o mesmo deve acontecer em breve na Fercal (39,40%), Recanto das Emas (33,57%) e Riacho Fundo II (33,55%). Os dados são da Codeplan.

A popularização acontece principalmente em comunidades de baixa renda, mas os índices em zonas de maior renda per capita também mostraram crescimento. As igrejas mais populares do DF, na ordem, são a Assembleia de Deus, a Batista e a Universal.

Da Redação com informações do JBr

Delmo Menezes
Gestor público, jornalista, secretário executivo, teólogo e especialista em relações institucionais. Observador atento da política local e nacional, com experiência e participação política.

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