Ex-vice-governador Tadeu Filippelli. Foto: Reprodução

Por Francisco Dutra

Em conversas reservadas, o presidente regional do PMDB, Tadeu Filippelli, adota com frequência cada vez maior a posição de pré-candidato ao governo do Distrito Federal. Se não for atingido por processo que conduza à inelegibilidade até a eleição, o ex-vice-governador planeja brigar nas urnas em 2018. O movimento não desagrada o ex-presidente regional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF), Ibaneis Rocha, recém-filiado na legenda, justamente, para concorrer ao Palácio do Buriti. Em nome de candidatura competitiva, abre mão da cabeça de chapa.

Apesar das denúncias feitas pela Policia Federal na Operação Panatenaico, Filippelli preserva os seus direitos políticos. O cacique do PMDB chegou a ficar momentaneamente inelegível por oito anos, em função de um processo sobre suposto uso indevido de publicidade do governo do DF para favorecimento nas eleições de 2014. Neste caso, Filippelli foi condenado no Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE/DF), ao lado do ex-governador Agnelo Queiroz (PT). Contudo, ganhou um recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), recuperando a elegibilidade.

Neste tabuleiro e com a máquina do PMDB debaixo do braço, Filippelli crava, nos bastidores, que está no jogo. Sua posição não é malvista por Ibaneis Rocha. “Não é problema. Quero uma aliança para Brasília sair do imobilismo. Se ele tiver condições de se candidato, não tenha duvida que terá nosso apoio. Entrei para reforçar o PMDB, para qualificar o debate. Comigo ou com ele, teremos uma candidatura. Se ele for o candidato terá o meio apoio, independente de cargos na chapa. O importante é promover o debate qualificado, pois nas últimas eleições venceu o menos pior”, afirma o ex-presidente da OAB.

Ibaneis também mantém as portas abertas para uma possível composição de centro direita. “O próprio Jofran Frejat (PR) também é um nome qualificado”, argumenta o advogado. Segundo o pré-candidato, o debate qualificado não definiu as urnas nas eleições de 2010 e 2014. “Rollemberg falou que iria fundir os fundos previdenciários? Falou que iria criar o Instituto Hospital de Base? Ele disse o que realmente iria fazer para o eleitor homologar o seu projeto? Em algum momento ele disse que não daria os reajustes dos servidores?”, questiona Ibaneis.

Enquanto Filippelli ainda não tem o futuro definido, Ibaneis segue em plena pré-candidatura. Além das conversas com a direita, o advogado constrói pontes com o PPS e PDT. Outro foco do ex-dirigente da OAB é o voto evangélico. Neste sentido, ele busca as forças evangélicas descontentes com a gestão Rollemberg, especialmente pela lentidão na regularização dos templos e com as recentes derrubadas de prédios religiosos.

PP tem servidor e tempo de TV como seus trunfos

Seja com Filippelli, seja com Ibaneis, o projeto eleitoral do PMDB para 2018 está fortemente ligado ao PP. Conduzido pelo deputado federal Rôney Nemer, a sigla tem conquistado espaços significativos entre os servidores públicos e nomes da iniciativa privada. A sigla também conta com um dos maiores tempos de televisão e rádio, atributo crucial nas eleições.

O PP cultiva laços estáveis com diferentes categorias. As alianças foram criadas por Rôney Nemer nas votações no Congresso Nacional e também na Câmara Legislativa. O parlamentar segue uma antiga orientação de campanha do ex-governador Joaquim Roriz. Em toda disputa eleitoral, Roriz defendia que o voto do servidor se multiplica.

Na campanha de 1988, Roriz prometeu o reajuste de 28% para os servidores, enquanto o governador da época Cristovam Buarque, então filiado no PT, negou a recomposição. O chefe do Executivo também estava em pé de guerra com os professores. A estratégia ajudou Roriz a demolir a vantagem de Buarque nas pesquisas de intenção de voto e ganhar a eleição com uma margem mínima de vantagem. No controle do Buriti, concedeu o aumento parceladamente.

A aproximação com os servidores será um ativo de peso na batalha por 2018. Principalmente pelo fato da gestão Rollemberg patinar nas relações com as categorias. Apesar da recente onda de nomeação de concursados, o atual governador não consegue pacificar os ânimos dos trabalhadores. E da mesma forma como Buarque, Rollemberg é alvo da indignação dos professores.

Da Redação com informações do JBr

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