Ex-secretário de saúde Jofran Frejat. Foto: Agenda Capital

Grupos aguardam decisão definitiva de Frejat para anunciar chapas. Líderes acreditam que o ex-secretário de Saúde comunique a sua posição até terça-feira

Por Redação / CB

A temporada de convenções partidárias começou ontem no Distrito Federal, em meio a um cenário indefinido. A grande pendência à formação de chapas é o mistério em torno do futuro de Jofran Frejat. O pré-candidato do PR ao governo, líder das pesquisas, desistiu de disputar o Palácio do Buriti, mas anunciou que pode voltar atrás. Uma decisão deve ser anunciada até terça-feira. A maioria dos grupos políticos ainda aguarda um desfecho para o caso, antes de anunciar a formação completa das chapas.

Os primeiros a realizar as convenções são os partidos que têm definidos os candidatos a governador e a vice. Na manhã de hoje, o Pros, o PTB e o PTC fazem um encontro conjunto, em que será anunciada formalmente a candidatura de Eliana Pedrosa ao governo e de Alírio Neto a vice. Os escolhidos para concorrer às vagas ao Senado ainda não foram selecionados. “Enquanto não houver a decisão do Frejat, fica difícil compor a chapa completa. Estamos discutindo com vários partidos, em especial com o DEM”, contou Pedrosa.

“Nossos diálogos ainda estão abertos e têm aparecido várias alternativas. Tudo pode mudar, menos a cabeça de chapa”, comentou o presidente regional do PTB, Alírio Neto. “Essa estabilidade que o nosso grupo oferece dá muita segurança aos projetos políticos de outros partidos. O grupo convidou o deputado Alberto Fraga (DEM) para ser candidato ao Senado na coligação, caso Frejat desista da disputa ao Palácio do Buriti.”

Mas Fraga não cogita abandonar a aliança formada por DEM, MDB, PR, Avante e PP. “Se o Frejat não for candidato, eu serei cabeça de chapa. Não vou medir forças com Rosso, Eliana Pedrosa ou Izalci. Eu sei o meu tamanho”, garantiu o presidente regional do DEM. Sobre as dúvidas a respeito da candidatura de Frejat, Fraga acredita no retorno do médico. “Não foi jogo de cena, mas ele volta à disputa. O importante é que o nosso grupo não se dissipou”, frisou o parlamentar.

O Partido Novo foi o primeiro a realizar o encontro partidário para formalização das candidaturas. Os integrantes da legenda, criada há três anos, se reuniram ontem à noite para oficializar a candidatura de Alexandre Guerra ao GDF. O Novo compôs chapa pura para a disputa a todos os cargos majoritários e proporcionais. O candidato a vice será o médico Erickson Blun. Para o Senado, o Novo optou por só um nome: o do advogado Paulo Roque. Serão ainda seis candidatos a deputado federal e 33 postulantes a distrital. “A gente não acredita em política de coalizão e defende uma política de coesão. Nossa nominata foi construída ao longo de mais de um ano, com processo seletivo de candidatos”, comentou Rodrigo Freire, pré-candidato a deputado federal pelo partido.

O PR e o DEM realizam convenção partidária conjunta, no dia 4. O presidente regional do PR, Salvador Bispo, aposta em anúncio sobre a candidatura de Jofran Frejat até terça-feira: “Ele vai voltar atrás.”

As convenções partidárias das siglas que integram a frente coordenada pelo senador Cristovam Buarque (PPS) devem ocorrer de forma separada. A primeira delas é a do PSD, prevista para 27 ou 28 de julho. Em 3 de agosto, o PPS reúne-se para bater o martelo sobre os candidatos. No dia seguinte, será a vez de PRB e PSC. Até o primeiro compromisso, a coalizão espera ter fechado os nomes da chapa majoritária.

O grupo lançou, quinta-feira, o deputado federal Rogério Rosso (PSD) ao Palácio do Buriti e confirmou Cristovam como postulante à reeleição. Resta fechar a composição da vice-governadoria, da segunda vaga do Senado e das suplências. Para dar as cartadas finais, os partidos tentam atrair novas alianças — Podemos e Solidariedade estão na mira. Além disso, aguardam a decisão do deputado federal Izalci Lucas (PSDB), que ameaçou deixar a coligação após ser preterido como pré-candidato ao GDF. “Temos demonstrado nosso respeito diante da importância dele e do PSDB. Esperamos que a situação se resolva, pois nossos partidos estão unidos a nível nacional”, ponderou o presidente regional do PPS, Chico Andrade.

Mas Izalci não pretende renunciar à pré-candidatura. O tucano considera realizar a convenção do PSDB em 5 de agosto, mas aguarda novas negociações para bater o martelo. “Eles (coligação de Cristovam) pensam muito em agregar partidos. Porém, quem vence eleição é candidato com propostas concretas. Se alguém me provar que tem um plano de governo melhor, abro mão de disputar o GDF. Mas esse não é o caso”, afirmou.

Com o apoio do centrão, formado, em parte, por PR, PP e DEM, ao presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), Izalci viu as portas se abrirem para uma negociação no DF com o grupo de Frejat, caso o médico decida retomar a pré-candidatura na segunda-feira. “Não tenho dificuldade com Jofran. Com a aproximação nacional de nossos partidos, haveria a garantia de um palanque para Alckmin em Brasília e diálogo com várias outras siglas”, destacou.

Dúvidas

A convenção do PSB-DF, do governador Rodrigo Rollemberg, está marcada para 28 de julho. A exceção da candidatura de Rollemberg, as decisões ainda estão em aberto. “Muita coisa pode mudar”, destacou o presidente do partido no DF, Tiago Coelho. O PSB pretende lançar a ex-secretária de planejamento Leany Lemos ao Senado em uma das vagas e deixar a outra disponível para os partidos aliados. “Mas isso também pode se alterar até lá”, observou Coelho.

O presidente do PDT-DF, Georges Michel, diz que a expectativa do partido é consolidar a candidatura de Peniel Pacheco ao GDF e a de Joe Valle ao Senado até a convenção, em 4 de agosto. O partido depende do resultado de alianças nacionais, pois o PDT negocia o apoio do PSB à candidatura de Ciro Gomes. “Já houve muitas mudanças dentro das chapas. Até lá a gente compõe e fecha essas questões. Ainda temos muitos partidos para conversar”, comentou Michel.

Um encontro em 28 de julho vai definir a chapa e a estratégia do PT-DF. O economista Júlio Miragaya e o bancário aposentado Afonso Magalhães se colocaram na disputa para concorrer ao GDF. Wasny de Roure, Chico Machado e Marcelo Neves pleiteiam candidatura ao Senado. Segundo a presidente do partido no DF, Érika Kokay, as alianças com outros grupos só serão discutidas após a apresentação da chapa. “O partido vai apresentar nomes para disputar o Buriti, mas obviamente está aberto a discutir nos limites propostos. O PT não irá compor em nome de conveniência eleitoral e ferir suas bases e princípios”, afirmou Kokay.

No páreo

Afonso Magalhães ou Júlio Miragaya

Situação da chapa:

Os 300 delegados do partido escolherão entre o bancário Afonso Magalhães e o economista Júlio Miragaya para o GDF. No Senado, definirão dois candidatos entre os nomes de Chico Machado, Marcelo Neves e Wasny de Roure. O vice não está definido.

Eliana Pedrosa (Pros)

Situação da chapa:

Está definida apenas a composição do Executivo. Eliana Pedrosa (Pros) disputará o Palácio do Buriti ao lado do vice, Alírio Neto (PTB). As vagas do Senado estão em aberto.

Coligação: Pros/PTB/PTC/PMN/Patriotas

Fátima Sousa (PSol)

Situação da chapa:

A professora da UnB Fátima Sousa é a pré-candidata ao GDF, com a conselheira tutelar Keka Bagno como vice. O auditor federal Marivaldo Pereira e o jornalista Chico Sant’Anna são os nomes do Senado.

Coligação: PSol/PCB

Jofran Frejat (PR)

Situação da chapa:

Toda a formação da chapa depende da decisão de Jofran Frejat (PR) de retomar ou não a pré-candidatura ao Palácio do Buriti. O médico bate o martelo na próxima segunda-feira.

Coligação: PR/MDB/DEM/PP/PHS/Avante

Paulo Chagas (PRP)

Situação da chapa:

Está definido apenas que Paulo Chagas (PRP) será o candidato ao GDF e o pastor Fadi Faraj (PRP), ao Senado. O partido ainda estuda os nomes da vice-governadoria e da vaga remanescente de senador.

Coligação: PRP

Peniel Pacheco (PDT)

Situação da chapa:

O partido lançou Peniel Pacheco ao GDF e Joe Valle ao Senado. Nacionalmente, porém, o PDT ainda negocia o apoio do PSB, de Rollemberg, à candidatura de Ciro Gomes. Caso ocorra, o acordo pode influenciar o cenário local.

Coligação: PDT

Rodrigo Rollemberg (PSB)

Situação da chapa:

O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) deve concorrer à reeleição ao lado do presidente regional do PV, Eduardo Brandão, como vice. Uma das vagas do Senado está reservada para Chico Leite (Rede).

Coligação: PSB/PV/Rede

Rogério Rosso (PSD)

Situação da chapa:

O deputado federal Rogério Rosso (PSD) concorrerá ao GDF e o senador Cristovam Buarque (PPS) tentará a reeleição. A vaga da vice-governadoria e a segunda cadeira do Senado estão em aberto.

Coligação: PSDB/PSD/PPS/PRB/PSC/DC

Da Redação com informações do Correio

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