Engenheiro que projetou viaduto em Brasília, Bruno Contarini (Foto: Larissa Batista/G1)

Bruno Contarini, de 84 anos, voltou à capital federal nesta quarta para reunião de gabinete de crise formado pelo GDF. Engenheiro afirma ter ‘vários papeis do projeto’ e ‘lembrar de tudo’.

Por Redação

O engenheiro calculista que projetou o viaduto que desabou na terça-feira (6) na área central de Brasília visitou o local nesta quarta (7). Ele veio do Rio de Janeiro para acompanhar as reuniões do “gabinete de crise” criado pelo governo do Distrito Federal depois do desabamento. Ao ser questionado sobre como se sente após o ocorrido, Bruno Contarini, de 84 anos, se emocinou e lamentou o desmoronamento de seu projeto.

“Deu vontade de chorar, mas fiquei satisfeito que não morreu ninguém.”

“É chato você ver uma coisa que deveria estar inteira, arrebentada por corrosão. Uma coisa que não precisava ter acontecido. O problema é esse”, disse. Contarini afirma lembrar de todo o projeto e ainda possuir papeis que podem ser usados na perícia da Polícia Civil.

“Eu trabalho em engenharia há 60 anos, então eu não trabalho com risco.”

O engenheiro, que mora no Rio de Janeiro, foi convidado a integrar uma comissão que vai avaliar o que sobrou do viaduto. Questionado sobre o tempo de execução do projeto, Contarini afirma que foram necessários 40 dias para colocar toda a estrutura de pé, na época da inauguração de Brasília. “Não é um prazo apertado, mas é um prazo normal”.

Em entrevista ao G1, Contarini também afirmou que “faltou manutenção” na estrutura. “Houve uma oxidação do material de sustentação [do viaduto] e essa armação falhou e provocou isso”, explica.

“Manutenção é necessária para qualquer obra de concreto […]. Se você vê uma fissura tem que tratar ela, e assim pode durar três, quatro ou 100 anos, disse.

Recuperação do viaduto

Contarini afirma que vai permanecer em Brasília durante todo o tempo da realização do estudo inicial de recuperação do viaduto, ainda sem data prevista para conclusão. O engenheiro diz acreditar que é possível resolver o problema da estrutura que desabou, apenas com a reforma. “Aí é uma questão de estudar mais”.

Viaduto desaba no centro de Brasília. Foto: Reprodução

A sugestão, no entanto, é contrária ao posicionamento do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) do DF, que recomenda a “demolição total” do viaduto. Ainda na terça (6), o órgão disse descartar a possibilidade de escoramento do que sobrou.

Segundo a presidente do Crea Fátima Có, há risco de queda total da estrutura e ameaça à vida de técnicos que atuarão no local, caso seja este o procedimento escolhido.

Comissão

A área onde ocorreu o desabamento no Eixão Sul vai ficar interditada, pelo menos, até o próximo dia 19. Este é o prazo para que o chamado gabinete de crise – coordenado pelo governo e integrando o Crea e especialistas da Universidade de Brasília (UnB) – determinar as obras que precisam ser feitas no local.

Com base neste relatório, o governo vai contratar uma empresa para realizar o trabalho. Será uma intervenção emergencial, ou seja, sem licitação. De acordo com o secretário da Casa Civil, Sérgio Sampaio, o governo vai aplicar “todos os recursos necessários” para resolver a situação no Eixão Sul e reformar pontes e viadutos que precisem disso com urgência.

Da Redação com informações do G1

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