Pr. Ronaldo Fonseca, ex-ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República. Foto: Reprodução

“Eu sou uma pessoa muita aberta ao diálogo. Tenho diálogo com todas as correntes políticas. Procurei conservar isso inclusive com 08 anos de mandato na Câmara dos Deputados” (Ronaldo Fonseca)

Por Delmo Menezes

Casado, pai de três filhas, o líder evangélico Ronaldo Fonseca, abriu as portas do seu gabinete nesta quarta-feira (24/06), para conceder uma entrevista exclusiva ao portal de notícias Agenda Capital. Fonseca não se furtou a responder nenhuma pergunta, principalmente sobre o seu retorno à política, pandemia do novo Coronavírus, lideranças políticas e o momento que o país está vivendo.

Na sua biografia constam cargos de peso como, ministro de estado Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, deputado federal por dois mandatos consecutivos (2011-2015 / 2015-2019), e presidente do Conselho Político Nacional da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB).

Como parlamentar se destacou em várias comissões temáticas, como: Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania; Comissão de Defesa do Consumidor, Comissão de Direitos Humanos e Minorias, e Comissão de Educação.

Ao ser questionado sobre qual cargo gostaria de concorrer em 2022, o ex-deputado federal foi categórico: “Gostaria de ser candidato a deputado federal”, disse.

Leia a íntegra da entrevista:

AC – O senhor sempre é lembrado no meio político como uma das principais forças do segmento evangélico. A que o senhor atribui esse reconhecimento?

RF – Essa lembrança vem do meu trabalho. Eu tive dois mandatos de deputado federal. No primeiro eu obtive 67.000 mil votos. Na segunda eleição eu tive 84.523 votos. O DF não teve até agora nenhum evangélico com mais votos que eu. Tem outros evangélicos que tiveram mandato e foram excelentes deputados, porém não tiveram o mesmo número de votos que nós tivemos nesta última eleição. E depois também tive que atuar como Ministro de Estado e fiz um trabalho muito dedicado à população do Distrito Federal, não apenas no meio evangélico, mas obviamente muito bem apoiado pelo nosso segmento. Não vou dizer 100%, claro que ninguém tem 100%, mas fica evidenciado que as lideranças e os evangélicos do DF aprovaram meu mandato.

Ex-deputado federal Ronaldo Fonseca. Foto: Delmo Menezes / Agenda Capital

AC – Até hoje as pessoas não entendem o motivo pelo qual ficou de fora do último pleito eleitoral. Qual foi o motivo real de não concorrer às eleições?

RF – Foi bom você fazer esta pergunta porque isso realmente é interessante. No dia em que eu comuniquei que não seria candidato nesta última eleição, sabe quem me ligou? O Rollemberg. Era quase meia-noite, quando me ligou. Ele estava viajando. Eu não estava no governo Rollemberg. Ele me ligou dizendo: “Ronaldo eu estou ouvindo isso de você, sabendo que não vai concorrer”, eu disse. É isso mesmo governador. Ele falou: “Não pelo amor de Deus não faça isso… você é muito importante”. Achei interessante porque eu não estava no governo Rollemberg, embora ajudando muito lá na Câmara. Foi a primeira pessoa que me ligou reclamando dessa decisão. E obviamente que outros me ligaram posteriormente. Deixa pontuar aqui para você o porquê da minha decisão. Primeiro. Eu costumo levar a minha vida sobre a direção de Deus, procuro orar falar com Deus sobre os meus projetos. Eu confesso a você que estava com um projeto de me oferecer ao Distrito Federal, e até sair candidato a governador. Mas depois eu vi que outras pessoas tinham chegado bem antes de mim na política. Eu respeito muito isso. Segundo. Eu vi outras pessoas que poderiam ser candidatos e eu não estava estimulado a ser candidato a deputado federal. Já tive dois mandatos e entendi que naquele momento eu tinha que dar oportunidade a outras pessoas. Me questionavam: “Ah porque você não vem ao Senado, a vice-governador ou outro cargo”. Veja bem, naquele momento, eu tinha um convite já circulando para poder ir trabalhar com o presidente Temer no Palácio do Planalto como Ministro de Estado. E no momento que foi para decidir, e foi em cima da hora, eu optei por atender o pedido do presidente Michel Temer em ajudá-lo no governo como ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República. Uma vez que eu fui, eu não podia mais ser candidato, porque o prazo para desincompatibilização já havia encerrado.

AC – O senhor pretende disputar as eleições de 2022 no DF? Se sim, qual o cargo eletivo que pretende concorrer?

RF – (Risos….) você está me acochando Delmo. Eu não costumo falar muito de futuro, embora eu me projete para o futuro. Eu entendo que o futuro pertence a Deus. Deixa te falar com sinceridade. Eu tenho orado bastante, falado com Deus, e ultimamente acredito que seja uma atuação de Deus na minha vida. Eu tenho aprendido e muito em tudo que fiz pelo Distrito Federal. Foram 08 anos como deputado federal e quase 01 ano como ministro. Eu fico me perguntando, isso não tem valor, isso não foi importante. Se você me perguntasse hoje: ‘Ronaldo qual o cargo que você gostaria de concorrer em 2022’. Vou ser sincero a você. Gostaria de ser candidato a deputado federal. Este é um pensamento meu, estou orando, claro que tenho que conversar com as lideranças do DF, vou ter que conversar com meus eleitores, mas o meu desejo é ser candidato a deputado federal em 2022.

AC – Se o segmento evangélico fechar com o senhor para uma disputa majoritária, o senhor declinaria do convite?

RF – Para a Candidatura majoritária, quem entende um pouquinho de política, sabe que não é a pessoa que decide. Candidatura majoritária depende de grupo, depende de segmentos. Eu sou uma pessoa muita aberta para o diálogo. Tenho diálogo com todas as correntes políticas, procurei conservar isso inclusive com 08 anos de mandato na Câmara dos Deputados. Do PT ao partido Verde e aos partidos da direita e centro, eu dialogo com todo segmento político do DF e do Brasil. Agora candidatura majoritária não sou eu que vou dizer. Eu entendo que candidatura majoritária depende muito das circunstâncias do momento, de grupos políticos. Não sou um político de ataque, não sou de provocar pessoas, não sou um político de desmerecer pessoas, não sou de achar que sou o melhor de Brasília.

Jornalista Delmo Menezes e o Pr. Ronaldo Fonseca. Foto: Agenda Capital

AC – Como está seu relacionamento com as lideranças evangélicas não somente de Brasília, mas de todo o Brasil?

RF – Estou como pastor há 35 anos e tenho bom relacionamento com todos. Destaco inclusive aqui, meu relacionamento com o ministério Madureira da Assembleia de Deus, que tem o meu amigo Bispo Manoel Ferreira, como presidente vitalício da Convenção Nacional. Sempre me apoiou, é uma pessoa que sempre admirei e posso dizer que é o meu líder também, não somente como pastor, mas como liderança política. Eu tenho um líder que é o meu presidente, o qual considero muito, que é o pastor José Wellington Bezerra da Costa, e hoje seu filho que é o nosso presidente, pastor Wellington Junior. Eu pertenço a CGADB (Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil), e respeito muito. Temos o pastor Orcival Xavier que é o presidente de uma Convenção aqui no Distrito Federal, que é uma pessoa que prezo demais assim como todo seu ministério. Fui apoiado duas vezes pelo pastor Orcival. Temos o pastor Reinaldo, que é o presidente de uma Convenção da Assembleia de Deus, bispo JB Carvalho, pr. Laudjair Guerra, pr. Ricardo Espindola, e outras lideranças no DF e em todo o Brasil. Tem uma pessoa que é uma grande liderança no país, o pastor Silas Malafaia. Somos de perfis diferentes. O Malafaia é de um jeito e eu sou de outro. Apesar de nossas diferenças, sempre respeitei o Silas Malafaia como respeito todas as lideranças do país, como o Marco Feliciano que é um amigo. Conheci o Marco Feliciano ainda adolescente, fomos da mesma igreja e eu já era líder de jovem na época. É meu amigo, fomos deputados federais juntos. Tem também o Bispo Robson Rodovalho o qual considero muito. Graças a Deus eu não tenho problema com ninguém.

AC – Hoje o senhor está filiado a algum partido político?

RF – Eu não estou filiado, embora eu tenha uma conversa muito adiantada com o presidente do PROS, resta apenas que eu decida. Se você perguntar ao Dr. Eurípedes, quem é o presidente do PROS-DF ele vai dizer que sou eu, porque eu tenho uma proximidade muito grande com o partido. No meu segundo mandato fui eleito pelo PROS, fui líder do partido na Câmara dos Deputados, gosto muito da legenda, tenho uma amizade pessoal com seus dirigentes, e no tempo certo vou decidir. Hoje não estou filiado a nenhum partido.

AC – Consta na sua vida pública, que o senhor não responde a nenhuma ação penal ou de improbidade e nem é investigado. Com a facilidade de acesso à internet para investigar o perfil dos candidatos, o senhor acredita que o eleitor vai levar isso em consideração?

RF – Hoje estamos vivendo um momento interessante em que isso pesa muito, que é a questão das redes sociais. É verdade, nos dois mandatos que tive eu era o único deputado federal do DF que não respondia a nenhum processo. Agora eu não me vanglorio disso. Porque eu vejo que muitos têm processos de forma injusta. Eu sou advogado criminalista. E eu vejo alguns colegas meus que tem processos, mas é covardia. Depois fica comprovado que eram inocentes. Covardia das acusações. Então você pode perceber que eu nunca utilizei isso para me vangloriar, nem quando eu era deputado, e nem agora, nunca utilizei isso, porque eu sei das verdades como muitos colegas meus que respondem, mas não devem. Agora é óbvio que a questão eleitoral mudou muito no Brasil, principalmente as cobranças do eleitorado através das redes sociais, e isso é bom para a democracia.

AC – Muito se fala que o DF está órfão de uma liderança que possa reagrupar as forças de centro-direita. O senhor se encaixaria neste perfil?

RF – De centro-direita eu sou, o meu perfil é este. Eu provei quando tive mandato. Não sou ultradireita, sou de centro-direita. Sempre respeitei muito a esquerda, respeito muito os políticos aqui do Distrito Federal. Eu vejo assim, eu acredito que existem muitas lideranças no DF que podem ser ressuscitadas. Eu não me colocaria como única liderança que poderia agrupar.

AC – Quais seriam estas lideranças?

RF – Temos muitas lideranças no DF, por exemplo: Robson Rodovalho que é meu amigo, teve mandato, pessoa que eu prezo muito, admiro, é uma pessoa interessante. Nós temos deputados distritais que estão aí. Por exemplo, temos o Rafael Prudente que é o presidente da Câmara Legislativa, um menino novo, jovem, promissor com uma carreira política muito grande. O pai dele foi um grande líder político no DF. Temos também o bispo Renato. Temos várias lideranças que eu poderia citar até quem não participou de nenhuma eleição. Temos também políticos como por exemplo, o governador Ibaneis Rocha. Eu não consigo ver o governador Ibaneis como político de centro-esquerda por exemplo. Eu identifico o nosso governador como centro-direita, e é um líder que hoje está frente do Distrito Federal.

Pr. Ronaldo Fonseca, Presidente da Assembleia de Deus de Taguatinga. Foto: Delmo Menezes / Agenda Capital

AC – Falando ainda sobre novas lideranças, como o senhor avalia a atuação do deputado Rafael Prudente a frente da CLDF?

RF – Eu já acompanho o deputado Rafael Prudente desde o seu primeiro mandato. Confesso a você que estou muito admirado com o trabalho dele à frente da Câmara Legislativa do DF e como presidente do MDB. Acho também que ele deve isso, muito ao Ibaneis e ao Filippelli que também é uma grande liderança no DF. Temos líderes no DF para os quais tenho uma amizade pessoal, como o Agnelo e o Magela, por exemplo. Apesar de serem de esquerda, tenho amizade com eles. Eu não tenho problema com nenhuma liderança política aqui no DF. Destacando o Rafael Prudente, eu quero dizer a você que é interessante que a população do DF fique de olho no Rafael, porque é uma liderança jovem com muito futuro político, e atua na política de forma muito inteligente. Eu referendo o mandato de deputado e como presidente da CLDF.

AC – E os antigos como por exemplo, o ex-governador José Roberto Arruda?

RF – Sou amigo pessoal do ex-governador Arruda. Tenho muita admiração por ele, por sua inteligência política e pela liderança que ainda exerce. Mesmo quando ele estava impedido de concorrer, a gente via pessoas nas ruas querendo elegê-lo. Se a justiça não impedisse, teria sido eleito no primeiro turno naquela eleição. No radar do eleitor de Brasília, o Arruda é sempre bem avaliado. E agora com um desempenho muito bom, sua esposa, a deputada federal Flávia Arruda. Um cidadão como o Arruda que está sem mandato há alguns anos, faz de sua mulher a mais votada para deputada federal, como que não vamos reconhecer esta liderança? Goste ou não goste dele, temos que respeitar o Arruda. Eu admiro, converso sobre política muito com ele, porque vejo ele muito inteligente nesta área. Tem as suas dificuldades pessoais que não vou entrar aqui no mérito, mas é uma pessoa para a qual o eleitor de Brasília ainda não tirou do seu radar.

AC – A sua passagem pelo Palácio do Planalto como ministro do governo Temer, foi elogiada até mesmo por seus adversários políticos. Caso seja convidado a retornar ao governo federal aceitaria?

RF – A minha experiência como ministro foi muito boa. Era considerado como ministro palaciano com uma secretaria muito próxima do presidente que é a Secretaria-Geral da Presidência da República, que hoje é liderada por um cidadão muito competente que é o ministro Jorge, o qual admiro muito. Não tenho amizade pessoal com ele, mas acompanho seu trabalho. Eu diria para você o seguinte: Depois de um tempo em quarentena como ministro, eu optei por ficar em quarentena e de acordo com a legislação atual, depois que você deixa o ministério, você não pode por um período de 06 meses, ocupar nenhum cargo privado incompatível com o exercício da atuação. Hoje estou advogando, voltei para advocacia. Estou gostando muito desse meu retorno como advogado na área criminal, e continuo presidindo a ADET. Agora é óbvio que eu não negaria um convite na área federal, pelo fato de servir a população do Distrito Federal, e de todo o Brasil. Um ministro não se prende apenas aonde mora. Como uma pessoa pública, tenho vínculo muito forte com as pessoas, acho que eu não negaria um convite.

AC – Como o senhor avalia a atuação do governo Bolsonaro, ele que é muito próximo dos evangélicos?

RF – O presidente Bolsonaro foi uma expectativa muito grande não somente dos evangélicos, mas também dos conservadores. Na Câmara dos Deputados convivi muito proximamente com ele. Fui líder de partido, tive dois mandatos, fui ministro, e nessa questão política entendo um pouco. Uma das coisas que admiro muito no presidente Bolsonaro é que ele não mudou, continua sendo o mesmo Bolsonaro de quando era deputado federal. Eu tive 08 anos de mandato junto com ele. E geralmente você e os eleitores podem perceber, que um político quando conquista um cargo, fica meio receoso (agora sou deputado, agora sou senador, governador). Interessante que o presidente Bolsonaro se você for observar, ele não mudou absolutamente nada. O cargo não subiu a sua cabeça. O que está se estranhando hoje no Brasil, é ter um presidente transparente como ele, do jeito como era quando deputado. Porque geralmente o presidente quando assume fica: “agora sou presidente, tenho que tomar cuidado…”. É claro, que ele tem umas falas fortes, tem algumas pessoas que o classificam como radical. Agora eu não consigo classificá-lo simplesmente, porque vejo que ele tem um ideal. O que ele está fazendo hoje, foi o que ele prometeu nas eleições. Quem votou nele não pode reclamar e dizer: “ah agora é outro Bolsonaro”. Uma virtude dele e que não mudou.

‘Sou de centro-direita. Sempre respeitei muito a esquerda, respeito muito os políticos aqui do Distrito Federal’. (Ronaldo Fonseca). Foto: Delmo Menezes / Agenda Capital

AC – Aqui no Distrito Federal, como o senhor avalia o governo de Ibaneis Rocha (MDB)?

RF – Eu sou até mesmo suspeito de falar sobre isso, porque eu gosto do governador Ibaneis. Ele foi meu presidente na OAB. Lá na Câmara dos Deputados eu ajudei quando ele era o presidente da OAB. Me lembro que ele me ligou mais de uma vez pedindo apoio na CCJ, e eu o atendi. Não tinha uma proximidade com ele, mas depois no segundo turno das eleições o apoiamos. Admiro o trabalho dele e umas das coisas que eu gosto no governante, o Ibaneis tem, que é a coragem. Ele não tem medo de resolver e decidir. O Distrito Federal precisa realmente de alguém com coragem, determinação, vontade de fazer as coisas. “Ah mas pode cometer erros”, claro, quem não comete erros. Eu costumo apontar na vida das pessoas o que elas têm de melhor. Erro a gente supera e pode ser consertado. Vejo que o DF está em boas mãos, o governador Ibaneis responde positivamente as pessoas que votaram nele, e você percebe a vontade de resolver os problemas do DF. O governante tem que fazer isso, resolver problemas. Você percebe que o governo está presente nas questões difíceis tentando resolver os problemas que são muitos. Vejo que o Ibaneis não atende somente uma classe da sociedade, mas atende a todos. Não estou participando do governo Ibaneis, mas consigo me identificar de forma positiva.

AC – Estamos vivendo dias difíceis com esta pandemia que assola o país e o mundo. Como o senhor vê a atuação de nossos governantes em relação ao enfrentamento da Covid-19?

RF – Este é um assunto que obviamente como cidadão brasileiro estou envolvido nele. Tenho uma liderança como pastor de igreja (ADET), e tenho a responsabilidade de preservar as pessoas. Vou te dar um exemplo. O governador Ibaneis autorizou em decreto a abertura dos templos religiosos. Eu não abri as igrejas. Nós temos 50 igrejas aqui no Distrito Federal. Eu não abri nenhuma. Eu entendo que o governo não tem condições de fiscalizar as nossas 50 igrejas. Eu também não vou ter condições de andar em todas igrejas para saber como está sendo feito o controle da pandemia. E como a curva não baixou em Brasília, eu não acho prudente neste momento abrir o templo. Prefiro fazer os cultos drive-thru como estou fazendo. Agora a forma de administração desta pandemia no Brasil, infelizmente foi contaminada pela política, e nós estamos sofrendo hoje. A população brasileira está sofrendo, porque este tema foi contaminado pela política. É o Doria de um lado lá em São Paulo, é o presidente de outro lado, é o governador do Rio de Janeiro, são os governadores de esquerda de outro lado, e virou o que virou, e isso atrapalhou a administração em todos os lugares do país. É por isso que o Brasil está hoje com esta curva elevada onde milhares de pessoas já morreram infelizmente. Se você me perguntar se acho que é o momento de reabrir, a resposta é não. No meu ponto de vista deveríamos começar com lock down, e depois isolamento social e depois iriámos avançar para o distanciamento social, para só depois fazer a reabertura. Você percebe que neste momento que estou dando a entrevista, várias cidades grandes estão retrocedendo e algumas até com lock down. Então a administração desta pandemia no Brasil, lamento profundamente que foi contaminada pela discussão política, pelo embate político e quem está sofrendo é realmente a população.

AC – E para concluir, como o senhor vê a oposição em relação ao governo Ibaneis?

Primeiro agradeço por esta oportunidade. Politicamente falando, você percebe que Brasília é uma cidade de paz. As pessoas ficam reclamando cadê a oposição, cadê a oposição. Meu amigo a oposição existe! Mas você percebe que até a oposição em Brasília está evoluída. Está entendendo o momento de Brasília e do Brasil, e ela está atuando de forma discreta, mas não é omissa. É mérito de um governador. É interessante que haja oposição. Quem governa sabe disso. E muitas vezes a oposição aponta erros e o governante precisa corrigir. Eu percebo que em Brasília, temos um clima bom (falando de política). Eu me encaixo muito bem neste clima, pois dialogo com todas as correntes políticas de Brasília. Entendo que é importante a gente reconhecer o trabalho da oposição e vejo que estão fazendo uma oposição mais inteligente.

Para concluir, gostaria que você escrevesse, que só permiti dar esta entrevista, pela sua seriedade, pelo trabalho que você faz. Sei que não vai deturpar o que estou falando aqui.

Da Redação do Agenda Capital

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