Debate dos pré-candidatos ao Governo do Distrito Federal.

Pré-candidatos decepcionaram no primeiro debate na corrida ao Buriti

Por Delmo Menezes

O primeiro debate promovido pelo Metrópoles nesta segunda-feira (9), no auditório da LBV, marca o início do confronto entre os pré-candidatos ao Governo do Distrito Federal. A maioria dos “governadoriáveis” encararam pela primeira vez um debate em uma disputa ao Palácio do Buriti, justificando assim, o nítido nervosismo apresentado pelos postulantes ao Executivo.

A plateia composta na maioria por cabos eleitorais, ficou dividida entre vaias, palavras de ordem e aplausos. A mediadora do debate, jornalista Lilian Tahan, controlou o ímpeto dos manifestantes, e colocou ordem na plateia quando os ânimos ficaram mais exaltados. A presença de apoiadores que adentraram sem identificação, foi bastante criticada por lideranças de outros pré-candidatos que estavam em número inferior.

Podemos ressaltar que o debate, de uma maneira geral, foi fraco por falta de ideias, propostas e soluções para o futuro do DF. Os debatedores usaram seu tempo sem nenhuma profundidade sobre temas relevantes como Segurança, Saúde, Transporte e Educação, preferindo fazer um discurso populista, ignorando os eleitores.

Segue abaixo uma análise sucinta dos pré-candidatos:

Pré-candidato ao GDF, Paulo Chagas. Foto: Metrópoles

Paulo Chagas (PRP) – carrega sobre si o fato de não ter nenhuma habilidade política, pois é um general da reserva. Errou feio quando afirmou que os negros são os que mais matam no país, e foi vaiado pela plateia com palavras de ordem. No final do debate falou ao Agenda Capital que foi mal interpretado e que aqueles dados são da Folha de São Paulo e estão aí para todo mundo ver. “Não quis discriminar ninguém”, disse Paulo Chagas. Em outra oportunidade quando foi acionado para falar sobre a segurança, educação e outros temas, não conseguiu fazer um discurso convincente. “Não vejo necessidade de se fazer políticas públicas para favorecer qualquer raça, já que somos todos iguais perante Deus”, afirmou. Mesmo tentando atrelar sua imagem ao do pré-candidato à presidência, Jair Bolsonaro, neste primeiro debate frustrou as expectativas do seu eleitorado.

Pré-candidata ao GDF, Fátima Sousa. Foto: Metrópoles

Fátima Sousa (Psol) – Com um português bem rebuscado por ser professora da UNB, usou da retórica para mostrar à sua militância que é a candidata melhor preparada para o Executivo. Mostrou um discurso socialista, baseado em suas convicções, afirmando que logo no início do seu governo trará os “intelectuais e os professores para lutar por essa cidade”.  Uma de suas principais bandeiras será tirar o monopólio de empresários do sistema de transporte público. Procurou atacar sempre que teve oportunidade, os pré-candidatos Jofran Frejat e o governador Rollemberg. Mostrou um pouco de conhecimento sobre a área da saúde, sem contudo se aprofundar no assunto, apesar da sua experiência como gestora no Ministério da Saúde. Fez discurso voltado principalmente para os servidores públicos.

Pré-candidata ao GDF, Eliana Pedrosa. Foto: Metrópoles

Eliana Pedrosa (Pros) – Mostrou-se nervosa e insegura quando teve que se explicar sobre as empresas de sua família que tem contrato com o GDF, após questionamento do jornalista Cláudio Humberto, da BandNews FM. Durante o debate, a pré-candidata fez questão de elogiar o seu vice, Alírio Neto (PTB). Segundo ela, o governador atual até tentou fazer algo pela cidade, mas “faltou diálogo com a sociedade”. Eliana não conseguiu passar segurança em temas relevantes quando foi questionada sobre Educação, Saúde e outros temas. “Precisamos dar a todas as crianças um tablet para que elas possam dialogar com esse mundo novo”, disse a pré-candidata ao GDF. Faltou-lhe experiência em debates deste porte.

Pré-candidato ao GDF, Rodrigo Rollemberg. Foto: Metrópoles

Rodrigo Rollemberg (PSB) – O atual mandatário do GDF aproveitou de sua experiência em pleitos anteriores e na ausência de bons debatedores, foi até bem. Mesmo quando foi vaiado pela plateia, conseguiu contornar a situação e deu o seu recado. Falhou quando recorreu ao discurso que vem adotando desde o início do mandato, de olhar para o “retrovisor”, culpando sempre a gestão anterior. “Eu peguei essa cidade destruída pela corrupção”, declarou. Mandou bem quando discorreu de sua atuação nas obras de infraestrutura do Sol Nascente, ao ser questionado pela pré-candidata do Psol, Fátima Sousa.  Rollemberg afirmou ter entregue mais escrituras do que todos os governos anteriores juntos. Assim como os demais pré-candidatos, o seu discurso foi muito voltado aos seus apoiadores, sem conseguir passar à população, propostas concretas em caso de reeleição.

Pré-candidato ao GDF, Alexandre Guerra. Foto: Metrópoles

Alexandre Guerra (Novo) – Tentando se apresentar como o “outsider” de Brasília, o CEO do Giraffas fez o discurso fácil que todos querem ouvir. Com seu jeito descolado e jovial, mostrou uma certa segurança e postura, sem contudo, apresentar nenhuma proposta concreta para resolver os graves problemas que afeta a população do DF. Com uma retórica diferente do político tradicional, tentou passar a imagem de um executivo moderno, porém sem empolgar o auditório. Afirmou que não fará “acordos com a Câmara Legislativa para governar o Distrito Federal”. Atacou o deputado Izalci na aprovação da Lei do Fundo Partidário, que destina cerca de R$ 3 bilhões para partidos e suas campanhas. Em outro bloco do debate, Izalci negou ter votado a favor do projeto. Guerra poderá ser lapidado para o futuro, mas peca hoje por ser neófito na política.

Pré-candidato ao GDF, Jofran Frejat. Foto: Metrópoles

Jofran Frejat (PR) – O líder das pesquisas no DF, foi muito aquém daquilo que se esperava devido à sua vasta experiência no executivo. Preferiu adotar um tom mais ameno e mesmo quando foi questionado, manteve o equilíbrio. Ao ser perguntado pela pré-candidata Fátima Sousa sobre a extinção do programa Saúde em Casa, mostrou segurança e afirmou: “Nós não acabamos. Nunca foi extinto, ele ficou compatibilizado com as unidades de Saúde do DF”.  Fez um rápido retrospecto de sua gestão nos anos que assumiu a Secretária de Saúde. Frejat é um político hábil e deverá reunir seus assessores mais próximos para aproveitar melhor o tempo em debates futuro.

Pré-candidato ao GDF, Izalci Lucas. Foto: Metrópoles

Izalci Lucas (PSDB) – O presidente do PSDB-DF, ficou na maioria das vezes tenso e mostrou um certo nervosismo no início, talvez pela presença de sua desafeta Maria de Lourdes Abadia, que estava sentada a sua frente no auditório. Izalci é um político preparado, e já enfrentou vários embates na Câmara Federal.  Com certeza nos próximos confrontos deverá ficar mais solto e apresentar à população seus projetos para o DF. Defendeu a ampliação do metrô e o investimento em transporte de ferrovia. Ressaltou a aprovação da lei que autoriza o DF a conceder incentivos fiscais para empresas similares aos de outras unidades do Centro-Oeste. Ao ser questionado por Alexandre Guerra que o acusou de movimentar o PSDB a seu favor, o parlamentar contestou, afirmando ter levado a sigla “para todas as cidades”.

Nota do Editor

O sentimento que fica após o debate, é que ainda existe um vácuo de novas lideranças no Distrito Federal, capaz de influenciar o eleitorado sobre os sérios problemas que atinge a nossa capital. Nos parece, que alguns “governadoriáveis” provavelmente nem registrem suas candidaturas, pois o que vimos nesta segunda-feira (9), foi uma frustração em relação ao nível de políticos que se propõe a governar Brasília. Esperamos que no próximo debate, os candidatos tragam propostas concretas, para que a população do DF que já está descrente com a política, façam uma melhor avaliação na hora decidir o seu voto.

Da Redação do Agenda Capital

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