GDF se diz empenhado em cumprir com o prometido. Sindicatos alertam que outro adiamento pode provocar onda de greves.

Um ano após prometer pagar a última parcela do reajuste dos servidores em outubro deste ano, o governo do Distrito Federal ainda estuda como honrar o compromisso, aprovado na gestão passada. A promessa de pagar o reajuste daqui a dois meses pôs fim a uma greve que paralisou 15 categorias no funcionalismo público por quase três meses no ano passado.

O governo informou que o impacto que o orçamento teria com os reajustes é de cerca de R$ 100 milhões por mês. Só em 2016, o governo gastaria R$ 200 milhões, e em 2017, R$ 1,3 bilhão.

Os cálculos não levam em conta os aumentos reivindicados pelos servidores neste ano, como    os da Polícia Civil ou do Metrô. Paralelamente, o GDF já estima um rombo de R$ 1 bilhão no caixa para fechar o ano, diz o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio.

Oficialmente, o governo não assume que existe o risco de não conseguir garantir os reajustes. Apenas diz que está “empenhado” em achar uma solução. Para tentar colocar as finanças em ordem, afirma ter tomado uma série de medidas, como o aumento de impostos, venda de imóveis, renegociação da dívida com a União, concessão de espaços públicos à iniciativa privada e combate à sonegação fiscal.

“Nós estamos trabalhando duro para aumentar nossas receitas, as nossas receitas tributárias, as transferências da União, com esse objetivo de cumprir todos os acordos assumidos. A situação é difícil por conta da crise nacional”, disse o governador Rodrigo Rollemberg. “O nosso objetivo é cumprir aquilo que foi acordado com os servidores públicos em relação ao reajuste de outubro.”

Por outro lado, os sindicatos estimam que o GDF vai novamente tentar adiar a liberação do reajuste. “Está claro. Caso o governo não cumpra o compromisso assumido com os servidores, teremos várias greves de todas as carreiras no Distrito Federal. O DF vai parar”, disse o presidente do Sindicato dos Servidores (Sindser), André Luiz da Conceição.

“A promessa de reajuste agora em outubro foi a razão principal dos retornos [dos servidores em greve no ano passado]. Era para ter recebido aumento já em outubro de 2015. Até o momento, o governador não nos deu uma resposta sobre isso.”

Entenda o caso

Em setembro do ano passado, o GDF suspendeu pagamento da terceira parcela do reajuste aprovado pela gestão de Agnelo Queiroz. O motivo alegado era a falta de orçamento, provocado pela queda na arrecadação, motivada pelo baixo consumo no Brasil. Por causa disso, diversas categorias – como médicos, técnicos e auxiliares em enfermagem, professores, agentes penitenciários, agentes rodoviários e agentes socioeducativos – cruzaram os braços.

Os reajustes previstos vão de 3,5% do salário (para servidores da Educação) a até 22,21% (para dentistas). Já o retroativo dos reajustes ficou acertado de ser liberado só em 2017.

Da Redação com informações do G1

Delmo Menezes
Gestor público, jornalista, secretário executivo, teólogo e especialista em relações institucionais. Observador atento da política local e nacional, com experiência e participação política.

1 COMENTÁRIO

  1. Acho engraçado que o GDF diz ser um “rombo” nos caixas pra pagar o servidor. Que palavra devemos usar quando há verdadeiros roubos ao erário público?

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