Foto: Nikolai Trishin

Washington divulga informação na véspera de viagem do presidente Joe Biden a Arábia Saudita e Israel, dois rivais regionais de Teerã que resistem a apoiar as sanções ocidentais contra Moscou.

Por Redação

O governo dos Estados Unidos afirmou nesta segunda-feira (12/07) que o Irã se prepara para fornecer à Rússia centenas de drones, incluindo aqueles com capacidade de portar armas, para serem usados na guerra na Ucrânia.

O conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, afirmou não estar claro se o Irã já havia fornecido algum desses sistemas não tripulados à Rússia, mas garantiu que os EUA têm “informações” indicando que Teerã se prepara para treinar forças russas no uso desses aparelhos já neste mês de julho.

“Nossa informação indica que o governo iraniano está se preparando para fornecer à Rússia até várias centenas de drones, incluindo drones com capacidade de armas, em um cronograma acelerado”, disse ele a repórteres.

Sullivan avalia que isso é prova de que os intensos bombardeios russos, que possiblitaram a Moscou ganhos de território no leste ucraniano nas últimas semanas, ocorreram sob “um custo para a sustentabilidade de suas próprias armas”.

Viagem de Biden

A revelação de Sullivan ocorre às vésperas da viagem do presidente americano, Joe Biden, a Israel e Arábia Saudita, onde o programa nuclear do Irã e as tentativas de Teerã de influenciar a região serão discutidos.

A decisão dos EUA de revelar publicamente que o maior rival regional de sauditas e israelenses estaria ajudando a rearmar a Rússia ocorre em meio à resistência de Israel e a Arábia Saudita de se unirem aos esforços globais para punir Moscou pela invasão da Ucrânia, devido aos seus interesses domésticos.

Sullivan também observou que o Irã forneceu sistemas aéreos não tripulados semelhantes aos rebeldes houthis do Iêmen, para atacar forças da Arábia Saudita antes de um cessar-fogo ser alcançado no início deste ano.

Ele também argumentou que a Rússia “já fracassou substancialmente em alcançar seus objetivos na Ucrânia”, apontando em parte para o fracasso em tomar a capital Kiev.

Russos devem intensificar ataques

Enquanto isso, o Exército ucraniano alertou que as forças russas estão planejando lançar alguns de seus ataques mais fortes na região de Donetsk.

“Há sinais de que unidades inimigas estão se preparando para intensificar as operações de combate na direção de Kramatorsk e Bakhmut”, disseram militares ucranianos, referindo-se às duas principais cidades da região ainda sob controle ucraniano.

Os últimos ataques na Ucrânia ocorrem enquanto a Europa se prepara para novos cortes no fornecimento de gás russo.

Na segunda-feira, a gigante russa Gazprom iniciou mais de uma semana de manutenção de rotina no gasoduto Nord Stream 1. A Alemanha e outros países aguardam o retorno do fornecimento de gás, mas temem que o corte do combustível torne-se permanente.

No leste da Ucrânia, o número de mortos após o bombardeio no sábado de um prédio de apartamentos na cidade de Chasiv Yar, na região de Donetsk, subiu para 33, segundo os serviços de emergência. Dezenas de equipes de resgate trabalhavam nesta segunda-feira nas ruínas do edifício parcialmente destruído com a ajuda de uma escavadeira mecânica.

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Com informações do site DW – md/bl (DPA, AFP, AP)

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