Pesquisa aponta riscos de contaminação levada pela peça utilizada pelos profissionais

Por Érika Bragança / Ag. Saúde

O registro de queixas de servidores no livro do refeitório do Hospital Regional do Guará sobre o uso de jaleco no local deu início há mais um processo de conscientização aos servidores. Responsável pela área, o Núcleo de Nutrição e Dietética (NND), que já utiliza displays informativos nas mesas, colocou um cabide com jaleco cheio de ilustrações representando as bactérias que o item pode carregar. O Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar (NCIH) também participou da ação. Em média, por dia, 125 servidores comem no local.

Os jalecos são um veículo potencial para transmissão de microrganismos, podendo vir a servir como fonte de infecção associada aos cuidadores de saúde. São progressivamente contaminados durante os atendimentos realizados aos pacientes. Rosemary Caldas, chefe do NND, realiza um trabalho continuado de sensibilização. Mas percebeu que precisava chamar a atenção dos profissionais de uma forma mais impactante.

“Esse é um trabalho que fazemos sempre, principalmente, com o display nas mesas. Infelizmente, o problema voltou a acontecer e percebi que a forma de chamar a atenção era trazer a realidade com o próprio jaleco e ilustrar as bactérias. Customizamos com os microrganismos, para ver se, de uma forma bem visual, conseguimos levar o servidor a refletir sobre o que ele está fazendo e carregando. Precisamos dessa cooperação porque isso é segurança do paciente”, declarou.

PESQUISA – Uma pesquisa recente identificou que os jalecos apresentaram contaminação por microrganismos de importância infecciosa ou etiologicamente animado capaz de produzir doenças. Destacou-se a presença de S. aureus resistente à Vancomicina e Staphylococcus epidermidis nos punhos em 50% dos casos investigados numa utilização por um período de quatro horas. Ambos são bactérias superresistentes. Na entrada do refeitório, há pia para higienização e arara para colocação do material.

Svetlânia Silva, chefe do NCIH, ressaltou que o profissional precisa estar sensível à situação de contágio que expõe o refeitório. O ambiente é isento de bactérias da atenção hospitalar. No momento em que o profissional entra, ele já está expondo o local ao risco de contaminação. “Com a ação, queremos que o profissional perceba o que ele traz para dentro do ambiente. Os punhos são os principais vilões. Não tiramos essas coisas da nossa cabeça. Isso tudo faz parte de normas regulamentadoras”, destacou.

NORMA – Para os profissionais de saúde, o jaleco faz parte do seu vestuário porque é considerado, pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), um equipamento de proteção individual (EPI). Em qualquer nível de complexidade, os profissionais devem utilizar vestimenta de trabalho adequada, de acordo com o risco biológico o qual está exposto.

Segundo a Norma Regulamentadora NR 32 do MTE e Ministério da Saúde, não é permitido o uso do jaleco em refeitório. Sua utilização indevida (como uso fora do ambiente de trabalho) pode causar sérias consequências para a saúde pública. O uso de outros tipos de uniformes, como as jaquetas utilizadas pelo SAMU, também se enquadram na determinada norma.

Da Redação

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