Emergência do HRT. Foto: Reprodução

O pronto-socorro tem 68 leitos, mas, nessa sexta-feira (26/1), 160 pessoas estavam internadas na unidade. Vídeos mostram corredor abarrotado

Por Isadora Teixeira

Quem buscou atendimento no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), nos últimos dias, encontrou o pronto-socorro superlotado. Na sexta-feira (26/1), a emergência tinha 160 pacientes, mais que o dobro da capacidade, de 68 leitos. Como consequência, as alas e os corredores da unidade estavam abarrotados.

Os pés de Maria Antônia de Lima (foto abaixo), 57 anos, apresentavam dormência. Ela contou ao Metrópoles que foi ao HRT acompanhar a mãe, Elízia Luiza de Lima, 80. As duas chegaram por volta de meia-noite de sexta, mas a idosa recebeu atendimento somente quatro horas depois, de acordo com Maria. Apenas às 6h, porém, a paciente foi internada. Desde então, a filha afirma não ter conseguido encontrar um local para se sentar.

Elízia tinha sintomas de problemas na vesícula quando foi levada ao hospital, pois sentia fortes dores abdominais e estava vomitando. A filha conta que os servidores não esconderam a gravidade da situação.

“A atendente colocou minha mãe numa cadeira dura e disse que precisávamos rezar para ter alguma alta, pois só assim haveria ao menos uma maca”, relata.

Um vídeo gravado por Maria Antônia mostra os pacientes em macas espalhadas pela ala feminina. Apesar de ser exclusivo para mulheres, homens também são vistos no local, por causa da falta de espaço. É possível observar um corredor lotado.

Confira o vídeo: 

O outro lado
Em nota, a Secretaria de Saúde admitiu que o pronto-socorro do Hospital Regional de Taguatinga está operando acima da capacidade. Mas, conforme disse, isso ocorre “para assegurar assistência a todos os usuários que buscam a unidade”.

A pasta informou que foi decretada “bandeira vermelha” por duas vezes na semana passada. Com a medida, são feitos remanejamentos dentro do próprio hospital a fim de desafogar a emergência.

Segundo a Superintendência da Região Sudoeste de Saúde, com a superlotação, sempre que necessário, a pasta lança mão do Protocolo de Capacidade Total, conforme as Portarias nºs 386 e 408, de 3 e 10 de agosto de 2017, respectivamente. Destaca, ainda, o esforço de toda a equipe para garantir assistência aos pacientes procurando a unidade.

O HRT é o segundo maior hospital da rede pública de saúde do Distrito Federal. A casa de saúde atende uma área onde reside 1,5 milhão de pessoas.

A presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Brasília (SindSaúde), Marli Rodrigues, confirmou que a situação é recorrente nas unidades de saúde do DF. “Os funcionários trabalham acima da capacidade física deles. Atendem muitos pacientes ao mesmo tempo, sem condições. Isso é ruim porque coloca a vida dos doentes em risco”, afirmou.

Segundo ela, o governo não conseguiu usar corretamente os recursos que retirou do Instituto de Previdência dos Servidores (Iprev). “A saúde continua um caos, funcionários expostos a todos os perigos. Não dá para fazer da saúde um trampolim político”, completou.

Caos recorrente
O caos na emergência do hospital não é novidade. Em 5 de junho de 2017, o Metrópoles mostrou que os servidores precisaram acomodar os pacientes pelos corredores e até em macas quebradas. A situação motivou um protesto por parte dos trabalhadores.

Na ocasião, a reportagem recebeu uma série de imagens que retratavam as péssimas condições de atendimento na unidade. Segundo técnicos e enfermeiros, na emergência, existiam 64 leitos, oficialmente. No entanto, havia 194 pacientes internados.

Da Redação com informações do Metrópoles

1 COMENTÁRIO

  1. Eu como servidora, passei momentos difíceis a procura de atendimento, me sentir humilhada, imagine outros usuários que estão sofrendo, nesta saúde caótica, é triste ver minha Brasília, nossas cidades satélites, se deprorando a cada dia mais nossa saúde! nesta falta de gestão ! Falta de ver a verdadeira necessidade do povo! !

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