Palácio do Buriti, sede do governo do DF. Foto: Reprodução

Posição do partido no DF deve definir duas chapas na corrida ao Executivo local: a de Rodrigo Rollemberg e a de Jofran Frejat. Ciro Gomes, presidenciável pedetista, defende união com PSB, mas lideranças locais rejeitam apoio ao governador

 Por Alexandre de Paula

 A menos de quatro meses do primeiro turno das eleições, o cenário político do Distrito Federal passa por turbulência. Na disputa pelo Buriti, um impasse dentro do PDT mexe no cenário e atrasa a definição das chapas, principalmente em duas das oito pré-candidaturas ao GDF: a do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e a de Jofran Frejat (PR). Apesar da resistência de lideranças locais do PDT quanto a apoiar Rollemberg, Ciro Gomes, pré-candidato do partido à Presidência da República, pediu que os pedetistas do DF aguardem antes de fechar acordos. “Estamos trabalhando a questão nacional, e o PSB é a chave da nossa estratégia”, disse Ciro, ao participar, no Correio, de um ciclo de sabatinas com pré-candidatos ao Palácio do Planalto.

Lideranças do PDT local, no entanto, preferem buscar uma composição com o pré-candidato do PR, Jofran Frejat, cenário em que o distrital Joe Valle (PDT) disputaria um lugar no Senado. O PDT apoiou Rollemberg em 2014, mas ficou insatisfeito com o papel da sigla nos últimos anos e rompeu com o governador. O distrital Reginaldo Veras (PDT) tem posição firme nesse caso. “Seria até promíscuo a gente ter se afastado antes e voltar agora por uma aliança assim. Nada contra o governador, mas tudo contra a forma como ele tratou o nosso partido nesses quatro anos. Foi nosso aliado de primeira hora, mas (na composição de governo) fomos colocados em quinto plano”, avalia. Para Veras, caso a aproximação acorra, o apoio viria por imposição. “Partido é partido. Se acontecer, será uma união pelo tempo de tevê.”

Também distrital pelo PDT, Cláudio Abrantes mantém oposição a Rollemberg. “No meu horizonte, não passa nenhum tipo de aliança com o governador. E tenho certeza de que essa é posição majoritária dentro do PDT no DF”, afirma. Abrantes destaca que o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, garantiu, em reunião com a Executiva local na última terça-feira, que o PDT teria autonomia para composições no DF. “Tivemos a garantia de que vamos decidir o nosso caminho. Tenho toda confiança no nosso candidato à Presidência da República. Vamos dar um palanque forte para ele aqui, mas sem Rollemberg”, opina.

Segundo o presidente do PDT/DF, Georges Michel, Ciro Gomes ainda não procurou a direção do partido para tratar da questão. “Não houve nenhuma conversa direta sobre isso. Temos uma posição de não apoiar o governador. Nós consideramos que não fomos bem recebidos pelo governo. E Rollemberg teve um comportamento muito hostil aos nossos deputados”, destaca. “Mas o PDT é um partido democrático. Não vamos recusar nenhum tipo de diálogo. Conversaremos abertamente caso Ciro nos procure para promover esse debate”, pondera.

Último momento

Líderes do PSB, porém, acreditam que a aliança entre os partidos seria positiva para o projeto de reeleição do governador Rodrigo Rollemberg. “Desses partidos todos, o PDT é com quem a gente tem mais convergência ideológica. A gente não vê com nenhuma estranheza uma aliança entre PSB e PDT. Como o próprio Ciro Gomes comentou, seria uma solução para muitos cenários. É algo que teria um impacto muito positivo”, explica o presidente do PSB no DF, Tiago Coelho.

Coelho reforça que a definição do PDT será importante para determinar os rumos da disputa pelo Executivo local em 2018. O PSB busca alianças com partidos de centro-esquerda. “Esse diálogo com a esquerda progressista vem acontecendo e, embora não em uma conversa isolada, isso inclui o PDT”, ressalta.

O pré-candidato ao governo local pelo PR, Jofran Frejat, também espera uma decisão do PDT. As negociações para que Joe Valle ocupasse uma das vagas na corrida pelo Senado estavam em andamento, mas não devem continuar avançando sem uma definição. “Essa aliança depende da desistência do Alberto Fraga (DEM) ou do Paulo Octávio (PP) ao Senado. Ouvi de um e de outro que podem abrir mão, mas não vamos fazer isso sem a certeza de que o PDT realmente virá”, destaca.

Para Frejat, o quadro permanecerá em aberto até os últimos momentos. As convenções para definição das chapas ocorrem entre 20 de julho e 5 de agosto. “Ainda vai levar tempo para que tudo se estabeleça. Política é assim, são muitas conversas”, diz.

Da Redação com informações do Correio

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