Foto: Sindate-DF/Divulgação.

Servidora foi agredida com socos e chutes de paciente na UBS 9 do P Sul, após ser informada de que não havia médico

Por Delmo Menezes

A servidora da Secretaria de Saúde do DF, Débora Evelin, 35 anos, lotada na UBS 9 do setor P Sul, Ceilândia-DF, foi agredida com socos e chutes na tarde desta quarta-feira (22), por um paciente que queria trocar uma receita, e não havia médicos disponíveis no momento.

De acordo com a técnica de enfermagem, um paciente entrou gritando e por este motivo, ela achou que estava acontecendo algo e foi atendê-la, apesar de ser rotineiro esse tipo de situação na UBS. Ao chegar ao corredor, ela viu que se tratava de um surto psicótico e tentou conversar com a paciente de forma calma e perguntou do que ela precisava. Agitada, a paciente disse que queria trocar a receita do seu remédio, no entanto a técnica de enfermagem informou a ela que somente médicos podem fazê-lo. “Ontem nós não tínhamos médico”, conta.

Débora foi golpeada no rosto após informar que não havia médicos na UBS – (crédito: Ana Luisa Araujo)

A partir desse momento, a paciente, que já estava nervosa, agitou-se ainda mais alegando que ela teria que trocar a receita. Quando foi informada novamente que não seria possível, ela desferiu um soco em Débora, seguido de chutes nas costas dela. A técnica de enfermagem alega que já estava sentindo dor na região em que foi agredida. “Os pacientes precisam entender que não é nossa culpa, nós trabalhamos demais e nos esforçamos, a falta de médico não é um problema da nossa alçada”, frisa.

Segundo o relato de Débora, a Unidade Básica de Saúde sofre com a falta de médicos há pelo menos três anos. Quando os servidores começaram a debandar da unidade, a equipe era composta de seis médicos, mas, com o tempo e com os acontecimentos, esse número foi drasticamente reduzido, sobrando apenas uma médica, que está de férias.

“Todos os órgãos competentes estão cientes disso. Nós não temos médicos nessa unidade, o último que saiu foi em razão de uma agressão verbal que sofreu de um paciente”, expõe a técnica.

De acordo com o diretor do Sindate, Newton Batista, é importante que população esteja do lado dos técnicos em enfermagem, porque eles estão ali para prestar o melhor atendimento. “Precisamos dar um basta nesses casos de agressões. Não dá para continuarmos aceitando isso e não tomarmos uma atitude. Os profissionais de saúde não são saco de pancadas”, disse.

Carlos Anderson, técnico de laboratório, afirma que a Secretaria de Saúde precisa se posicionar a fim de esclarecer à comunidade que a falta de médicos não é culpa dos profissionais que atendem na UBS. “Até agora, não houve, do governo, nenhuma explicação para intermediar a situação e explicar para a comunidade porque as coisas estão assim”, desabafa.

Diretores do SINDATE-DF realizam manifestação em frente a UBS 9 do Setor P Sul, Ceilândia-DF. Foto: Divulgação.

No mesmo dia em que aconteceu a agressão, os servidores da unidade prepararam um lanche para as mães da comunidade, sem saber do que ocorreria mais tarde. “A gente se esforça, faz as ações com dinheiro do próprio bolso e ainda é tratado dessa maneira”, afirma a enfermeira da mesma equipe Graziele Teixeira.

Assim que a reportagem chegou à UBS, os servidores entraram em reunião para tratar do caso que ocorreu nesta quarta-feira, a fim de saber como proceder daqui em diante. Procurada, a Secretaria de Saúde ainda não deu um retorno sobre o caso.

Nota de Repúdio do Sindate: Agressão na UBS 9 de Ceilândia

O Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Distrito Federal (Sindate-DF) vem a público repudiar a agressão sofrida pela técnica em enfermagem Débora Evelin na última quarta-feira (22/06).

Débora estava na triagem e acabou levando socos de uma paciente, após informar que não havia como assinar a receita de psicotrópico por não ter médico na unidade. Ainda de acordo com a técnica em enfermagem a agressora gritou muito dentro da UBS.

O Sindate não compactua e nem aceita nenhuma forma de violência contra os profissionais de enfermagem, principalmente quando eles estão exercendo suas atividades que são de extrema importância para a população. Não há nada que justifique agressões físicas e verbais dentro das unidades de saúde do DF.

Na manhã desta quinta-feira (23/06), a direção do sindicato esteve presente na UBS 9 para participar da manifestação contra a violência aos profissionais de saúde.

O diretor do Sindate, Newton Batista, ressalta a importância da população estar ao lado dos técnicos em enfermagem, porque eles estão ali para prestar o melhor atendimento. “Precisamos dar um basta nesses casos de agressões. Não dá para continuarmos aceitando isso e não tomarmos uma atitude. Os profissionais de saúde não são saco de pancadas”.

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Da Redação do Agenda Capital e CB

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