A mulher afirma que procurou João de Deus em 2006 para que a mãe, com câncer no ovário, pudesse ser atendida, mas o médium tirou proveito da fragilidade dela

Por Redação

A reportagem do Correio localizou uma moradora do Distrito Federal que conta ter sido vítima de abuso sexual do médium João de Deus em 2006. Moradora do Noroeste, com 49 anos, ela diz ter se sentido motivada a quebrar o silêncio de 12 anos após ver as denúncias de outras vítimas, que começaram a vir à tona no sábado (8/12). Ela pede para não ter a identidade revelada por medo de represálias.

O assédio, conta, aconteceu quando ela buscava uma cura para a mãe, que sofria com um câncer. “Foi o pior dia da minha vida. Ele ejaculou em mim e disse que não tinha sido ele, mas uma entidade”, desabafa. Na próxima segunda-feira (10/12), ela pretende, com o apoio da família, ir até a delegacia de Abadiânia para oficializar a denúncia. A Polícia Civil de Goiás abriu inquérito para investigar os casos. “Toda vez que eu me lembro, é uma tortura. Mas acho que, daqui para frente, será mais fácil lidar com isso”, completa.

Outros testemunhos

Com a repercussão das denúncias de abusos sexuais contra o médium João Deus, diversas mulheres têm passado a dizer que também foram vítimas do religioso. Após uma moradora do Noroeste dizer ao Correio que foi assediada por João de Deus em 2006, uma segunda mulher relatou ao jornal ter tido uma experiência semelhante, em 1999.

Moradora de Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Fereral, a mulher, de 41 anos, diz que procurou o médium em Abadiânia (GO) para tratar de uma depressão. Segundo ela, numa das consultas espirituais, o religioso pegou a mão dela e colocou dentro de sua calça.

“Quando saímos do salão de orações coletivas, onde recebemos passes, ele já estava na sala reservada. Um dos ajudantes permitiu que eu ficasse sozinha com ele. Eu ia sentar no sofá, mas ele não deixou. Pediu para que eu ficasse de pé”, diz. Neste momento, a mulher prossegue, João de Deus teria “incorporado uma entidade”.

“Ele começou a me apalpar, tremendo e gemendo. Dizia no meu ouvido que era oração. Ele pegou minha mão e a colocou dentro da calça dele. Eu fechei a mão. E ele dizia para eu abrir a mão. Ele reclamou: ‘Filha, você não quer ficar curada?’. E pedia para eu segurar (o pênis dele)”, relata.

Hoje, casada e mãe de duas filhas, de 14 e de 6 anos, ela diz que segue em frente, mas com a religiosidade abalada. “Perdi a fé. Não frequento mais lugar nenhum. Criei minhas filhas com muita cautela. Só pensava que elas poderiam ser vítimas de uma atrocidade dessas. Fico mais aliviada que a verdade tenha aparecido. É como tirar um peso das minhas costas”, conclui

A assessoria do médium João de “deus” nega toda às acusações. O Ministério Público investigará o caso.

Da Redação com informações do Correio

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