Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que o governo vai decretar Emergência em Saúde Pública. Foto: Reprodução

Boletim epidemiológico ressalta que esforços devem ser realizados para garantir equipamentos, capacitar recursos humanos e estruturar a rede de internação

Por Redação 

O Boletim Epidemiológico 7 divulgado nesta segunda-feira (7) reforça a necessidade de isolamento social para o preparo da rede de saúde pública. Segundo o documento, as medidas retardam o pico da epidemia, tempo que deve ser utilizado pelos gestores locais para preparar a assistência aos pacientes. O documento alerta que instituir medidas não-farmacológicas e não providenciar o aumento de capacidade de absorção de casos leves e graves pelo sistema de saúde é uma medida inefetiva. Assim, qualquer medida de relaxamento não será possível sem o preparo da rede de atenção à população. 

“As medidas de distanciamento social visam, principalmente, reduzir a velocidade da transmissão do vírus. Ela não impede a transmissão”, afirma o documento. Embora traga uma sinalização de data, 13 de abril, o boletim condiciona qualquer situação de diminuição do isolamento social às medidas de estruturação do sistema. O momento é importante para reforçar a estrutura com os seguintes parâmetros:

EQUIPAMENTOS

Respiradores: o documento cita itens fundamentais para a resposta à doença como a disponibilidade de respiradores. Esse é um dos principais equipamentos utilizados na assistência aos casos mais graves.

Equipamentos de Proteção Individual: um dos pontos mais sensíveis que podem levar ao colapso do sistema é a contaminação de profissionais da área de saúde e seu afastamento. A disponibilidade de itens de proteção, como gorro, óculos, máscaras, luvas e álcool em gel é fundamental em todos os períodos da epidemia. 

Testes laboratoriais: O material é utilizado em estratégias diversificadas. Neste momento, a aquisição de testes e distribuição está voltada para diagnosticar casos graves e óbitos, objetivando acompanhar a doença pela rede sentinela e a proteção das forças de trabalho de segurança e saúde. 

RECURSOS HUMANOS

Pelo segundo boletim consecutivo, o Ministério da Saúde ressalta que há carência de profissionais de saúde capacitados para manejo de equipamentos de ventilação mecânica, fisioterapia respiratória e cuidados avançados de enfermagem direcionados para o manejo clínico de pacientes graves de COVID-19 e profissionais treinados na Atenção Primária para o manejo clínico de casos leves de Síndrome Gripal. Profissionais das diversas áreas da saúde como médicos clínicos e intensivistas, enfermeiros, fisioterapeutas, bioquímicos, biomédicos, epidemiologistas, entre outros, devem estar capacitados para pronta resposta durante a epidemia. 

LEITOS DE UTI E DE INTERNAÇÃO

Finalmente, a avaliação é que os leitos de UTI e de internação não estão devidamente estruturados e nem em número suficiente para a fase mais aguda da epidemia. O Ministério da Saúde deve concluir nesta semana com estados e municípios um painel de acompanhamento real dos leitos disponíveis e ocupados que estão reservados para o atendimento a pacientes com COVID-19. Esta preparação inclui estratégias de telemedicina, de Atenção Primária à Saúde (APS) para casos leves e estratégias de cuidado intensivo em hospitais e UTIs para casos graves.

O Ministério da Saúde avalia que as estratégias de distanciamento social adotadas pelos estados e municípios, contribuem para evitar o colapso dos sistemas locais de saúde, como vem sendo observado em países como EUA, Itália, Espanha, China e recentemente no Equador. Assim, as medidas de distanciamento social ampliado devem ser mantidas até que o suprimento de equipamentos (leitos, EPI, respiradores e testes laboratoriais) e equipes de saúde (médicos, enfermeiros, demais profissionais de saúde e outros) estejam disponíveis em quantitativo suficientes.

Fonte: Ministério da Saúde 

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