Ponto de votação na Região Metropolitana de Porto Alegre (Foto: Alexandra Freitas/G1)

Lages seria a capital e a moeda seria o pila, diz fundador de movimento separatista do Sul, Celso Deucher. São 2,5 mil urnas divididas em 900 cidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Por Redação

Pegando “carona” na onda dos separatistas da Catalunha, desde às 8h deste sábado (7) acontece o plebiscito informal organizado pelo movimento separatista “O Sul é Meu País” sobre a possibilidade de separar os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná do restante do país. A votação é realizada em 80% dos 497 municípios gaúchos, e também nos estados vizinhos, onde estão distribuídas um total 2,5 mil urnas, segundo a organização.

De acordo com o movimento, a votação chamada de Plebisul tem caráter simbólico, uma vez que não tem validade legal. Os participantes respondem “sim” ou “não” à pergunta: “Você quer que o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul formem um país independente?”. As urnas devem ficar disponíveis para votação até às 20h em algumas cidades.

O voto é depositado nas urnas, e em seguida o participante é convidado a assinar um projeto de lei sobre o tema que será apresentado oficialmente ao legislativo. Para que seja encaminhado, são necessárias as assinaturas de 1% dos eleitores de cada um dos três estados.

Pila, seria a moeda oficial do grupo separatista. Foto: reprodução

O movimento que promove plebiscito informal pela independência da Região Sul lançou cédulas em homenagem a personagens históricos. Pila, é a moeda que os separatistas criaram.

Com mais de 600 mil votos obtidos na consulta realizada em anos anteriores, a coordenadora geral do movimento Anidria Rocha acredita que neste ano os votos devam chegar a 2 milhões, impulsionados pela crise política e de representatividade política pela qual passa o Brasil.

Na essência, o grupo de Celso Deucher, um dos fundadores do movimento “O Sul É o Meu País” questiona o que, de fato, é legítimo questionar em um momento de crise: como pode um Estado como o Rio Grande do Sul, dono do quarto maior PIB do país, não ter dinheiro sequer para pagar salários?

De acordo com Deucher, o Brasil é mesmo uma falsa federação: quase 60% do bolo tributário é engolido por Brasília, o que produz absurdos como governadores mendigando ao presidente da República até para construir uma ponte. Mas o que empobrece o país não é a unidade territorial e política – esta, aliás, é uma conquista –, é justamente a hipertrofia do poder central.

O movimento tomou uma proporção enorme por causa da crise política, social e econômica pela qual passa o país, o movimento por independência e liberdade cresce em todo o país, outros estados tentam entrar com projeto de lei para que a população seja consultada, é uma busca por liberdade”, afirma Anidria.

O analista de sistemas Diego Ennes Lima, de 33 anos, era um dos integrantes do movimento que realizava a votação na manhã deste sábado na Região Carbonífera, onde nforam distribuídas cinco urnas na cidade de Charqueadas.

Ele diz que sempre quis morar fora do país, mas não vê perspectivas na política do Brasil. “Era a forma de sair do país sem romper tantos paradigmas. Por isso entrei nessa causa”, afirmou.

De acordo com a organização, apesar da contagem ser manual, ela será auditada tanto por pessoas favoráveis, como contrárias a separação, e o resultado deve ser publicado no site do grupo entra este sábado e o domingo (8).

Da Redação do Agenda Capital com informações complementares do G1

1 COMENTÁRIO

  1. Acredito que esse movimento separatista não traz algo bom à economia nacional. Ao contrário dos demais países da América Latina, colonizados pela Espanha, o Brasil sempre teve uma tendência à união. Basta ver a quantidade de países de língua espanhola e apenas um gigante de língua portuguesa.
    Há de se ressaltar que os custos para composição de um estado independente são altíssimos (principalmente a formação de embaixadas), além do que pode-se ocasionar muitos conflitos regionais entre pós e contra a separação. Em todos os casos o que manda é o povo, e se assim o decidirem que seja feito por um processo judicial e que obedeça a Constituição Brasileira e outros regulamentos internacionais.

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