A prefeitura do Rio construiu uma ala Vip especial no hospital municipal Miguel Couto, no Leblon (zona sul), que está sob investigação do Ministério Público do Estado do Rio.

A obra foi concluída em maio, mas os leitos permanecem indisponíveis aos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde)  no município. As informações foram antecipadas pelo jornal “O Globo” nesta quarta-feira (27).

De acordo com o MP, um inquérito civil foi instaurado para apurar se o espaço estaria fechado à população para atender apenas aos pacientes relacionados à Olimpíada.

O Miguel Couto é uma das unidades hospitalares classificadas como de referência para o atendimento de emergência nos Jogos Olímpicos de 2016. Mas é também uma das principais unidades da rede municipal e seguirá prestando atendimento ao público durante o evento.

As novas instalações estão situadas no bloco E do hospital, onde também foram construídos oito consultórios no local. Os quartos de luxo são climatizados, com piso de granito, decorados com móveis novos e equipados com TVs de LCD e acesso à internet. Existe ainda uma recepção exclusiva para esta nova área.

Há sinalização bilíngue no local, com placas em inglês e português nas portas.

A ala vip do Miguel Couto foi descoberta durante uma inspeção realizada em maio por promotores da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Saúde da Capital. Na ocasião, as obras estavam em fase final de acabamento.

Saúde no rio. doentes-dorme-chãoEnquanto isso nos demais hospitais da rede pública de saúde do Rio de Janeiro, pacientes são atendidos no chão ou nos corredores superlotados dos hospitais. O Estado enfrenta uma de suas piores crises financeiras, espelhadas na situação do sistema de saúde pública, com filas, unidades em funcionamento irregular, salários atrasados, reclamações e o estado de emergência decretado pelo governador.

O MP recomendou a Secretaria Municipal de Saúde, que inclua as suítes e os consultores no sistema de regulação para que toda a rede seja beneficiada.

A recomendação faz parte de “um inquérito civil instaurado para apurar supostas irregularidades no funcionamento do hospital relativas às deficiências de recursos humanos, estrutura física, instalações e equipamentos; e falta de medicamentos”, informou o MP, em nota.

Da Redação com informações MP/Folha

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