Por Leandro Colon

Eduardo Cunha não tem quaisquer condições de permanecer como deputado federal, Dunga precisa ser demitido do comando da seleção brasileira imediatamente, e Marco Polo Del Nero já deveria ter deixado a presidência da CBF há muito tempo.

Se um plebiscito fosse realizado hoje no país sobre o futuro dos três, provavelmente veríamos um massacre de votos pela cassação de Cunha e outro a favor das quedas de Dunga e Del Nero.

Seria um raro momento de consenso no futebol e na política. Raríssimo. No caso de Cunha, pesquisa do Datafolha já mostrou que 4 a cada 5 brasileiros querem sua cassação.

O Conselho de Ética tem reunião marcada nesta terça (14) para votar o parecer do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) a favor da perda do mandato do hoje presidente afastado da Câmara.

Réu no STF sob acusação de receber propina de esquemas de desvio da Petrobras, Cunha é acusado de ter mentido aos pares no ano passado quando negou, em depoimento à CPI da Petrobras, ter contas na Suíça.

Investigações de procuradores brasileiros e suíços ligaram o deputado a offshores no país europeu. Teve de tudo, até cópia de passaporte e assinaturas dele, além dos gastos “exacerbados” (segundo palavras do Ministério Público Federal) de sua mulher Cláudia Cruz, agora ré na Lava Jato, com cartões de créditos no exterior. Mesmo assim, Cunha nega ser o dono das contas.

O placar é apertado no Conselho de Ética e são reais as chances de Cunha ser absolvido se a deputada Tia Eron (PRB-BA) votar contra o parecer de Marcos Rogério. A batalha, porém, continuará no plenário da Casa, que dará a palavra final.

Aliado do presidente afastado, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) sinalizou o acordão nos bastidores ao declarar que tentará convencer Cunha a renunciar ao comando da Câmara após eventual absolvição no conselho.

Nesta mesma terça, a CBF deve se reunir para discutir o futuro do técnico Dunga, que levou a seleção brasileira a protagonizar mais um vexame com a vergonhosa desclassificação na primeira fase da Copa América (algo que não ocorria desde 1987) após uma derrota para o inexpressivo Peru.

As críticas em relação ao treinador se restringem ao futebol, mas o erro por sua escolha tem um culpado que estará mesa na reunião na CBF: Marco Polo Del Nero, investigado pelo FBI nos Estados Unidos sob a suspeita de integrar uma quadrilha que assaltou milionários contratos de direitos de marketing e transmissão televisiva.

Entre Cunha, Dunga e Del Nero, o técnico da seleção é o único sobre o qual não pesa qualquer suspeita de desvio de dinheiro. E é também o único que realmente pode cair nesta terça-feira.

Da Redação com informações da Folha

Delmo Menezes
Gestor público, jornalista, secretário executivo, teólogo e especialista em relações institucionais. Observador atento da política local e nacional, com experiência e participação política.

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