Por Delmo Menezes

Há um ditado popular que diz que o país de fato só começa a funcionar depois do carnaval.  O período pode até mudar, mas quase sempre o feriado da folia coincide com férias escolares, recesso político e uma sensação de que janeiro e fevereiro são meses praticamente “parados”. Como neste ano o carnaval foi mais cedo, acredita-se que ainda no mês de fevereiro, o Brasil volte a sua rotina normal.

O ano de 2018 é considerado por especialistas, como um ano curto. Um ano de copa do mundo, de eleições e muita movimentação no Congresso Nacional. Um ano em que dificilmente a classe política arriscará qualquer aprovação em que venha sofrer desgaste perante a opinião pública.

O governo Temer promete nos próximos dias defender com unhas e dentes a reforma da Previdência, embora comente-se nos bastidores, que dificilmente irá atingir o quórum mínimo para sua aprovação no Congresso Nacional. Analistas apontam que tema, altamente impopular, deve provavelmente ficar para o próximo presidente.

As lideranças governistas defendem a aprovação, que pode ser votada em primeiro turno na Câmara provavelmente em fevereiro, como forma de equilibrar as contas públicas e ajustar a Previdência Social. A oposição, por sua vez, alega que as mudanças na atual legislação prejudicam os trabalhadores e atingem direitos adquiridos.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin rejeitou na última sexta-feira (09/02) um pedido de habeas corpus feito pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ação tentava impedir uma eventual prisão do petista após o fim dos recursos na segunda instância da Justiça Federal. Com isso, o imbróglio continua e deverá ser decidido pelo plenário do Supremo.

A Crise fiscal ainda pesa, apesar da melhora em indicadores econômicos. A questão fiscal ainda é um problema para o Brasil. De acordo com as projeções do Banco Central, a dívida bruta do país poderá chegar perto de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018. O valor é considerado pelas agências de classificação de risco um limite perigoso, que aponta para um quadro de insustentabilidade da dívida.

 Comenta-se que depois do carnaval, a Polícia Federal retome o cronograma de operações. Os policiais têm um acúmulo de investigações aguardando apenas autorização judicial para a execução de mandados, tanto em inquéritos antigos quanto novos.

É também um ano de Copa do Mundo, onde a maioria dos brasileiros ficarão de olhos ligados na telinha da TV nos meses de junho e julho, na tão aguardada conquista do hexacampeonato mundial. Depois de um começo difícil nas Eliminatórias, Tite colocou ordem na casa e conquistou o primeiro lugar.

A eleição de 2018 será uma das mais imprevisíveis desde a redemocratização. Para começar, essa será a primeira eleição presidencial em que as empresas estão proibidas de fazer doações para campanhas. Com recursos financeiros cada vez mais escassos (as empresas não poderão realizar doações), os partidos/candidatos só poderão receber doações de pessoas físicas até o limite de 10% da renda de pessoas física. Por anos, grandes empresas abasteceram os cofres de campanhas milionárias em trocas de favores políticos. Parte dos esquemas de corrupção, inclusive da Lava-Jato, foram de empresas que doaram a políticos.

A partir das eleições deste ano, também será aplicada a chamada cláusula de desempenho para que os partidos tenham direito ao Fundo Partidário. Depois de muita polêmica e poucos dias antes do prazo final para a norma valer em 2018, Câmara e Senado aprovaram a criação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, que nas eleições deste ano receberá R$ 1,716 bilhão.

E o que vem… Depois do carnaval? Onde ficou a alegria. A folia.
A realidade da fantasia? O que temos para comer Brasil? (Dayse Sene)

Da Redação do Agenda Capital

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