Ex-governador do DF, Joaquim Roriz

Por Redação – CB

O Distrito Federal que conhecemos hoje tem as marcas da passagem de Joaquim Domingos Roriz pelo Palácio do Buriti. Por quatro vezes, o goiano de Luziânia ocupou o mais alto cargo do Executivo local, uma vez como governador biônico e três eleito pelo voto direto da população. Essa longa permanência no poder fez dele, nas últimas três décadas, o mais influente político da cidade após Juscelino Kubitscheck, o fundador e também fonte e referência para Roriz.

Seus fãs e correligionários o consideram “pai dos pobres” e “tocador de obras”, mas seus adversários — e foram muitos durante a vida — o acusam de populismo e de ter inchado o DF, distribuindo lotes e atraindo milhares de pessoas. Roriz também foi alvo de seguidas denúncias de corrupção. O fato é que Brasília mudou muito desde a chegada de Joaquim Roriz ao poder. Em todos os aspectos.

O ar bonachão e o jeito simples de se comunicar com os moradores, principalmente os mais necessitados, foram sua marca registrada. Roriz estava sempre nas ruas. Sua política habitacional alterou eixos urbanos, criando cidades e dando protagonismo a regiões que até então eram olhadas com algum desdém pelo Plano Piloto. Porém, tudo isso teve um preço.

A Brasília cartão-postal passou a conviver com os problemas do Brasil: violência em alta, saúde e educação precárias, transporte ruim e engarrafamentos. Tudo isso acabou na conta do político Joaquim Roriz.

Mas a imagem dele está ligada fortemente a muitos avanços, benfeitores e obras, como o metrô, a Ponte JK, a duplicação de rodovias, novos viadutos e os canteiros de flores — ironizados pelos rivais, mas símbolos de uma Brasília bonita e limpa –, além da construção de muitos monumentos pensados por Oscar Niemeyer e esquecidos nos governos militares.

É atribuído ainda a Roriz o acirramento político na cidade, a divisão entre “azuis” e “vermelhos”, que não foi superada. Muitas outras polêmicas atravessaram a trajetória do político. Após uma carreira de triunfos — gabava-se de nunca ter perdido uma eleição –, amargou derrotas na vida pública. Teve que renunciar ao mandato de senador após denúncias de corrupção, e foi impedido pela Lei da Ficha Limpa de se candidatar mais uma vez ao GDF.

Doente, Roriz saiu de cena, mas manteve sua influência sobre os políticos locais. Seu apoio foi disputado intensamente por candidatos a todos os cargos. Morreu ontem, aos 82 anos, mas deixou um legado importante. Foram acertos e erros na política e na administração pública, que precisam ser levados em conta por todos aqueles que desejam governar o Distrito Federal.

Da Redação com informações do Correio

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