Dr. Cid. Carvalhaes. Foto: Agenda capital

Por Dr. Cid Carvalhaes*

Retroago-me em tempos remotos. 50 anos de Medicina. Honrosa missão. Percorri caminhos seguros, ágeis, eficientes, pantanosos, escorregadios, não raro surpreendentes. Aprendi, como muitos colegas, profundo respeito aos nossos semelhantes. 

Ser médico é amar o ser humano, sem quaisquer restrições. Por mais que se viva pela Medicina, mais surpresas vamos encontrando pelos caminhos. Quanto mais transcorre o tempo, menos sabemos do ser humano e suas mazelas. Somos todos propícios a elas. 

Encerram segredos indesvendáveis em muitas ocasiões. A vida é bela, porém, finita. O que fazemos como MÉDICOS é “negociar” com a natureza. Nem sempre ela aceita nossas propostas.

Ser médico é verdadeiro desafio. Enfrentamos esses desafios com o passar do tempo e, por mais que se possa dizer da aquisição de experiências, mais medo temos ao enfrentar os desígnios biológicos. 

Somos surpreendidos por decisões de “autoridades” permitindo aos não MÉDICOS solicitar exames e prescrever medicamentos. Segurança? O amor incondicional ao ser humano despertado nos MÉDICOS flui pelo ralo da insensatez. E prováveis complicações. Quem responderá por elas? Efeitos adversos, erros de diagnósticos, terapêuticas equivocadas? Quem vai encará-las. Possivelmente aciona-se o MÉDICO, “herói” para os incautos. 

Algumas ditas “autoridades” liberam o EXERCÍCIO ILEGAL DA MEDICINA, crime previsto na nossa codificação legal. Responderão por ele?

*Dr. Cid Célio Jayme Carvalhaes – Médico neurocirurgião e advogado. Foi Presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Presidente do Conselho Deliberativo da SBN, Presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo e Presidente da Federação Nacional dos Médicos. Especialista no Direito Médico e da Saúde e Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Direito da Escola Paulista de Direito. É Colunista do Agenda Capital.

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