Ex-deputado distrital Raimundo Ribeiro

Por Raimundo Ribeiro*

Esse debate sempre surge quando alguém quer se firmar perante a opinião pública (na maioria das vezes apenas publicada, não pública. Muitos afirmam: “fulano é o único político que pode andar nas ruas”. Outros dizem “beltrano não pode andar nas ruas”.

Relembro quando na década de 80, o Brasil era presidido por Sarney que, ao editar o, inicialmente vitorioso Plano Cruzado, era ovacionado nas ruas numa demonstração de felicidade do povo. Criou-se até a figura do fiscal do Sarney que impedia na força os reajustes de preços nos supermercados, emprestando notoriedade ao Carrefour.

Um ano depois o Plano Cruzado fracassou e o que era “ovacionado” passou a receber “ovadas” quando se atrevia a sair nas ruas. Aqui, abre-se um parêntese para relembrar que o único Político que se recusou a “surfar na onda” foi Brizola que, corajosamente previu o fracasso do plano logo após a cortina de fumaça se dissipar. Este episódio, historicamente contemporâneo já sinalizava a fragilidade da popularidade.

Mas a história é pródiga em lições e retrocedendo mais no tempo nos deparamos com um teste de popularidade feito há 2.000 anos, quando Pilatos perguntou ao “povo” quem deveria ser libertado e quem deveria ser morto. Os “candidatos” eram um líder dos revoltosos-Barrabás, e o outro um profeta que anunciava a proximidade do Reino de Deus-Jesus.

O “povo”, flagrantemente manipulado por fariseus, escribas e “doutores da lei”, a quem Jesus dispensava o tratamento de hipócritas, escolheu libertar Barrabás e crucificar Jesus. 

Entretanto, o tempo, pai da verdade, jogou na privada da história os nomes dos “populares” Barrabás, Caifás, e Pilatos, imortalizando o nome de Jesus no coração das pessoas de bem. Certamente, os exemplos históricos ensinam que popularidade é fugaz, efêmera, e momentânea, e a credibilidade é construída com atos, ensinamentos e sem alarido. 

*Raimundo Ribeiro – Cristão, Católico (devoto de Nossa Senhora Aparecida); Advogado; Ex-secretário de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania do DF; Ex-deputado distrital. Colunista do Agenda Capital.

(As opiniões dos nossos colunistas não refletem necessariamente a linha editorial do Agenda Capital)

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