Atriz Paolla Oliveira fantasiada de índia. Foto: Reprodução.

Por Miguel Lucena*

O politicamente correto, importado dos Estados Unidos, botou o pescoço para fora neste Carnaval, massacrando as atrizes Paolla Oliveira e Viviane Araújo por terem se fantasiado de índias. Foram consideradas racistas, na esteira das manifestações da ativista Katu Mirim no sentido de que índio não é fantasia. É melhor sair nu por aí.

Tudo pode ser fantasia, menos o nada. Nessa pisada, podem se preparar para o fim da ala das baianas, reis e rainhas, príncipes e princesas, tudo representações de histórias que vivemos e contamos, postas mais em evidência no Reinado de Momo.

Pela ótica da ditadura politicamente correta, heterossexual se vestir de mulher também deveria ser proibido, porquanto quem assim procede, não sendo transexual, estaria agindo com preconceito de gênero.

Li protestos vindos da Bahia contra mulheres brancas que se vestiram de Iemanjá na festa de 2 de fevereiro, em Salvador, como se a rainha do mar tivesse cor.

A coisa mais hipócrita, autoritária e falsa que surgiu nos últimos tempos foi a farsa do politicamente correto, criada para calar as críticas a comportamentos antissociais, como praticar atos obscenos em público. Silencia a manifestação de desagrado, mas libera toda a devassidão, desde quando tudo que desbanque a maioria é permitido. É proibido proibir, a menos que a ação, mesmo inocente, se refira a minorias.

A maioria silenciosa precisa criar coragem e enfrentar esses chatos, antes que eles suprimam a verdadeira liberdade, a beleza e o bom gosto naturais das coisas da vida.

*Miguel Lucena é Delegado de Polícia Civil do DF, jornalista, escritor e colunista do Agenda Capital.

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