Francisco Dutra

Alinhada com sindicatos dos servidores públicos, a oposição subirá o tom das críticas ao governo Rollemberg na Câmara Legislativa. Adversários do governador planejam derrubar pautas governistas costurando alianças pontuais com deputados distritais independentes e governistas descontentes.

“Rollemberg não consegue governar Brasília e quer dizer como vai funcionar a Câmara. Isso é apequenar os parlamentares. O governador quer que seus projetos cheguem e sejam votados sem nem passar por audiências públicas. Isso é inadmissível”, alfinetou o deputado distrital, Bispo Renato (PR).

Sob a liderança do deputado Wasny de Roure, a bancada do PT dificilmente votará projetos estratégicos do Buriti, ao contrário do que o partido fez no ano passado. O líder petista pretende reforçar uma oposição técnica. E ainda neste semestre, lançará um blog para destrinchar as  ações do GDF.

Projetos

“O governo está tão inoperante que estamos no meio do primeiro semestre e ainda não vimos um projeto importante dele. Mas quando chegar algum, os parlamentares  independentes  serão o fiel da balança. E acho que votarão conosco”, argumentou o deputado  Wellington Luiz (PMDB).

Segundo o distrital, enquanto as pesquisas de opinião mostram a queda da aprovação do governo, a oposição tem ganhado intenções de voto. “No começo deste mandato, eu tinha 0,6% dos eleitores. Agora subi para 2%. A tendência da oposição é crescer”, afirmou.

O discurso da oposição tem sido norteado pela insatisfação dos servidores com os projetos do GDF, a exemplo da contratação de Organizações Sociais na Saúde. E os parlamentares vêm priorizando agendas com lideranças sindicais.

Articulação

1 Sabendo que Rollemberg pretende enviar a Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS), Wasny de Roure montou uma equipe para mapear a questão fundiária no DF, antes dos debates na Câmara.

2 Hoje a  oposição é composta por seis deputados distritais, do PT, PMDB e PR. Entre os independentes, estão parlamentares da Rede Sustentabilidade e do PPS.

3 O deputado Chico Vigilante (PT) começou uma sequência de denúncias contra com GDF em várias áreas, a exemplo da Saúde. Em 2015, quando era líder do PT, ajudou o Buriti em votações cruciais.

Mudança pode gerar conflito

Após o fechamento da janela política, o PR passou a conviver com dois oposicionistas, o deputado Bispo Renato, e uma das lideranças governistas, o deputado Agaciel Maia. Os dois garantem que a diferença de posições não terminará em conflito. No entanto, os demais distritais apostam em um futuro atrito durante eventual votação polêmica.

Agaciel teria migrado do PTC para o PR procurando uma legenda com tempo de televisão, fator fundamental na disputa para deputado federal em 2018.

“Agaciel é um bom nome, capaz de candidatar-se para qualquer posição. Quando chegou no PR, falamos que somos oposição. Se hoje ele entende que ajuda mais o DF no governo, tudo bem. Mas quando tiver uma questão envolvendo nosso estatuto ou uma escolha da  legenda, vamos cobrar uma posição”, afirmou  Bispo Renato.

Tendo parentes no diretório regional do PR  no Rio Grande do Norte, Agaciel negociou a filiação, com a garantia de manutenção da aliança com Rollemberg.

“Não voto tudo que o governo quer. Fui contra o aumento do IPTU. Estou no lado do governo apenas naquilo que for bom para o DF. A divergência de ideias é boa. Leva à discussão e ao amadurecimento antes do plenário”, argumentou Maia.

Da Redação com informações JBr

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