Paulo Guedes. (foto: Daniel Ramalho/AFP)

Ministro da Economia e o presidente Jair Bolsonaro participaram de cerimônia de posse de novos dirigentes de instituições financeiras nesta segunda-feira, no Palácio do Planalto

Por Redação

BRASÍLIA – O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, nesta segunda-feira, 7, em evento de posse dos novos presidentes dos bancos públicos, que o dirigismo econômico corrompeu a política brasileira e travou o crescimento econômico. Segundo ele, os presidentes das instituições terão de enfrentar distorções no crédito estatal que, afirmou, foi alvo de fraudes que serão reveladas quando o novo governo abrir a “caixa-preta” desses bancos.

Na manhã desta segunda, o presidente Jair Bolsonaro já havia publicado mensagem semelhante em sua rede social. Ele e o ministro participaram da solenidade de posse dos presidentes do Banco do Brasil, Rubem Novaes, BNDES, Joaquim Levy, e Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, no Palácio do Planalto.

“O mercado de crédito está estatizado. Quando o BNDES recebe aportes para fazer projetos econômicos estranhos, para ajudar os mais fortes. Nós liberais não gostamos e achamos que isso é uma transferência perversa de recursos”, afirmou. “A Caixa foi alvo de saques, fraudes e assaltos ao dinheiro público. Isso ficará óbvio mais à frente, na medida que essas caixas-pretas forem analisadas.”

Segundo o ministro, os bancos públicos se perderam “em associações com piratas privados, políticos corruptos e algumas criaturas do pântano” e será missão dos novos presidentes das instituições impedir isso.

“Houve transferência de renda em falcatruas, para alianças políticas, para ajudar amigos do rei, empresários que chegam perto do poder econômico”, afirmou. “O povo brasileiro cansou de assistir esse desvirtuamento, usando a máquina de crédito do Estado.”

Para Guedes, não há problema em subsidiar o crédito para as classes mais pobres, mas não se pode usar isso como desculpa para desvirtuar o funcionamento dessas instituições.

“A estatização do crédito reduz os recursos à disposição da economia. Sobra menos para o Brasil com juros absurdos. O juro para o povo brasileiro vai pra lua, enquanto há outro juro baratinho. Esse tipo de distorção que os presidentes irão enfrentar”, afirmou.

Em seu discurso, Bolsonaro reafirmou que quer tornar públicos todos os contratos dos bancos estatais, incluindo a sua gestão e de seus antecessores. “Não podemos permitir qualquer cláusula de confidencialidade pretérita”, ressaltou.

Ele disse que tem orientado os “jovens” que estão à frente da política econômica a atuarem sob o lema “transparência acima de tudo”, em referência ao slogan do seu governo.

“Todos os nossos gastos terão de ser abertos ao público, e o que ocorreu no passado também. Aqueles que foram a essas instituições porque eram amigos do rei buscar privilégios não serão perseguidos, mas atos tornar-se-ão públicos”, declarou.

Caixa venderá até R$ 100 bilhões em securitização de crédito imobiliário

O novo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, afirmou que pretende vender de R$ 50 bilhões a R$ 100 bilhões em securitização, no mercado financeiro, para que a instituição continue a atuar no mercado imobiliário.

“É fundamental discutir mais a parte imobiliária. Hoje, temos problemas de funding (financiamento). Venderemos de R$ 50 bilhões a R$ 100 bilhões no mercado financeiro, cinco a dez vezes mais do que foi feito em toda a história”, afirmou.

Segundo ele, a Caixa tem 93 milhões de clientes e é o quinto maior banco do mundo em clientes. Guimarães citou ainda três determinações do presidente Jair Bolsonaro para sua administração: “Não podemos errar; mais Brasil, menos Brasília; e o legado a ser deixado”.

Guimarães afirmou que a Caixa tem R$ 40 bilhões em dívidas em Instrumento Híbrido de Capital e Dívida (IHCD) e que ela será paga por meio da venda de participações em empresas controladas. “Pelos menos duas serão este ano”, pontuou. “Queremos também a participação dos funcionários. É fundamental.”

Ele anunciou que, nas próximas 27 semanas, “estaremos sábado e domingo em Estados do País. Vamos começar por Roraima e Amazonas”. O objetivo é ouvir das pessoas o que elas pensam da Caixa. “Sábado vamos ouvir clientes. Domingo, vamos às comunidades carentes”, disse. “O microcrédito hoje está a 22% ao mês. Queremos devolver cidadania às pessoas”, disse. “A Caixa não vai fazer sozinha. Vamos fazer via Banco do Nordeste, via Banco do Brasil. Nosso foco são comunidades carentes, onde temos impacto relevante.”

Da Redação com informações do Estadão

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