Polícia Civil do DF atuando no combate ao crime. Foto: Reprodução

A facção criminosa nasceu no Recanto das Emas, mas expandiu a atuação para Santa Maria e Gama. Entre dos detidos está um advogado

Por Redação

Para desmantelar uma das facções criminosas mais fortes do Distrito Federal, a Polícia Civil cumpre, na manhã desta terça-feira (12/8), 55 mandados de prisão (49 preventivas e 6 temporárias) e 54 de busca e apreensão. Os agentes encontraram armas e drogas com os suspeitos. Os alvos são líderes e integrantes do Comboio do Cão, organização criminosa que é investigada por, ao menos, 24 homicídios, tráfico de drogas, lavagem de dinheiros e outros delitos. O grupo atua também dentro do sistema carcerário do DF.

Mais de 300 agentes e delegados foram às ruas para cumprir 49 mandados de prisão preventiva e 55 de busca e apreensão. Entre os detidos, está um advogado acusado de trabalhar para a organização criminosa. Além do DF, a ação ocorreu simultaneamente em municípios de Minas Gerais, Goiás e Piauí.

No presídio, o grupo ganhou força e controla atividades de tráfico e de jogos de azar, de acordo com as investigações da Polícia Civil. A facção tem até um estatuto que regulamenta as práticas dos integrantes. Entre as regras, está a definição de que quem se opuser ao grupo ou ao membros do grupo enfrentará a punição dentro ou fora da prisão.

Para sustentar as atividades, a facção se valia de uma complexa rede de lavagem de dinheiro envolvendo laranjas. O esquema é alvo de um inquérito próprio e é peça fundamental para desmantelar a organização criminosa. A Operação Rosário viabilizou o sequestro das contas bancárias de 60 pessoas, além de 17 veículos e 11 imóveis.

A operação, batizada de Rosário em referência ao costume religioso utilizado também para espantar demônios, é comandada pela Coordenação de Repressão a Homicídios e de Proteção à Pessoa (CHPP). A investigação começou com base em uma série de assassinatos registrados com os quais a facção tinha envolvimento.

Ao analisar os crimes em conjunto, a equipe da CHPP encontrou elementos para analisar na atuação da organização. Os assassinatos mantinham relação com disputas por território com outros grupos criminosos. A partir disso, a investigação seguiu com uso de medidas cautelares sigilosas, autorizadas pela Justiça, que permitiram coletar dados e provas sobre os crimes praticados.

Fora da cadeia, a facção mantém atividades de tráfico em quase todo o DF, pratica roubos de veículos e comércio ilegal de armas. Segundo a apuração da Polícia Civil, as ações eram marcadas por violência e pelo uso de forte armamento, com uso de pistolas que permitem tiros de rajada. Diversos homicídios foram cometidos pelo grupo, em geral em decorrência de problemas e desentendimentos com outros criminosos.

Códigos de conduta

O CDC tenta implementar métodos de disciplina e códigos de conduta. Um exemplo constatado pela PCDF foi a criação de um “tribunal do crime”, que consiste no julgamento de integrantes que descumpriram as regras impostas pelas lideranças.

Investigação

O delegado-chefe da Coordenação de Repressão a Homicídios e de Proteção à Pessoa, Fernando Cesar Costa, explica que a Operação Rosário faz parte de uma mudança de metodologia no setor em que os crimes de homicídio são analisados em conjunto com outros delitos. “Nós sabemos que grande parte dos homicídios que ocorrem no Distrito Federal estão vinculados à atuação de grupos criminosos organizados voltados sobretudo para o tráfico e para grandes roubos. Dentro dessa lógica, nós passamos a agrupar os inquéritos e analisá-los sob a ótica de atuação de um grupo organizado”, afirma.

A unidade policial ainda pediu o sequestro de bens e bloqueio de contas das principais lideranças do bando. O intuito é atacar e enfraquecer o braço financeiro da quadrilha.

Da Redação com informações do CB, Metrópoles e PCDF

Delmo Menezes
Gestor público, jornalista, secretário executivo, teólogo e especialista em relações institucionais. Observador atento da política local e nacional, com experiência e participação política.

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