Joe Valle, ex-presidente da Câmara Legislativa do DF. Foto: Reprodução

Por Eduardo Brito – JBr

Faltando dez meses para as eleições de 2018, o presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle, calcula em 50% as chances de que concorra ao Palácio do Buriti contra o atual governador Rodrigo Rollemberg. “Essas chances até há pouco eram menores”, diz o deputado, mostrando que sua disposição para disputar está crescendo.

Joe insiste em que, embora esteja na fila, tem gente antes dele. Cita o ex-secretário Jofran Frejat, “que tem grande recall vindo da eleição passada, além de toda uma história no Distrito Federal. Joe tem conversado não só com Frejat, mas com o grupo do ex-governador José Roberto Arruda, que o apoiou na eleição passada.

Refere-se também ao ex-presidente da OAB-DF Ibaneis Rocha, que se filiou há pouco ao PMDB do ex-vice-governador Tadeu Filippelli. Para Joe, Ibaneis pode trazer à campanha não só seus conhecimentos na esfera jurídica, mas também o apelo da novidade na política.

O deputado não esconde sua decepção com o governador Rollemberg, embora tenha sido seu secretário do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos. Diz que assumiu a pasta, investindo portanto no atual governo, logo após a fusão com várias outras, mas foi deixado à míngua, sem verbas e sem respaldo. Dez meses depois, preferiu retornar à Câmara.

A partir daí, viveu uma sucessão de confrontos com o Buriti. No mais recente, a Câmara Legislativa derrubou proposta para incorporar ao Orçamento verba decorrente de remanejamento de R$ 1,2 bilhão em verbas do Iprev, o instituto de previdência dos servidores públicos. Embora o Buriti alegasse que o dinheiro correspondia a aporte do Executivo para pagamento da própria previdência antes da fusão que levou ao Iprev, a Câmara recusou a tese.

Quando se negociava um acordo, diz Joe, o Buriti divulgou nota com críticas violentas à Câmara. Na opinião do presidente, foi um gesto de hostilidade desnecessária, de caráter nitidamente pessoal.

Afinal, pensa ele, Rollemberg aposta na rejeição de seus oponentes e, por isso mesmo, procura desgastar eventuais adversários.

Redução de gastos garante o que mostrar

Um trunfo de Joe Valle é a sua gestão na Câmara Legislativa. Não se trata apenas de economizar – devolveu R$ 70 milhões ao Executivo como resultado do aperto de cintos – mas da eficiência. Conseguiu, aliás, cortar rubricas inteiras, caso da verba dos distritais para Correios, e fixar cotas trimestrais da verba indenizatória, sem cumulatividade. Também adotou critérios mais rígidos para utilização e rastreamento dos ressarcimentos, o que poupou 16,3% este ano.

Também criou novos programas para popularizar o Legislativo, reconhecidamente impopular, como o Câmara com Vida, que chegou a 60 mil visitas este ano. Repaginou o Câmara em Movimento, aquele programa de visitas às cidades, dando-lhe mais eficácia. Todos os nove encontros com a comunidade terminaram na escolha, pelos participantes, de dez prioridades para a cidade. É verdade que dessas 90, nada menos do que 85 “referiam-se ao outro lado da praça”, diz Joe, em menção ao Executivo, mas a população está sendo ouvida.

A atual gestão também acaba com antigos mitos, como o excesso de aprovação de leis inconstitucionais. Levantamento feito pela equipe da Câmara mostrou que, das 8.446 leis aprovadas entre janeiro de 1991 e novembro de 2017, 90% não tiveram sua constitucionalidade decretada pelo Judiciário. Das demais, foram 623 as que foram julgadas inconstitucionais, o correspondente a 6,6%. O levantamento não mostra, mas Joe admite que as contestações baixaram mesmo nos últimos sete anos.

Da Redação com informações do JBr

Delmo Menezes
Gestor público, jornalista, secretário executivo, teólogo e especialista em relações institucionais. Observador atento da política local e nacional, com experiência e participação política.

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