Plenário da Câmara Legislativa do DF. Foto: Agenda Capital

Por Redação

O debate sobre o projeto de lei complementar nº 122/2017, do Executivo, que trata da reforma no regime previdenciário dos servidores públicos, voltou a ser o assunto principal dos deputados distritais, na sessão ordinária da Câmara Legislativa do Distrito Federal desta terça-feira (12). O assunto continuou rendendo discussões acaloradas, mas só deve entrar na pauta de votação na próxima semana, segundo decisão do colégio de líderes.

O deputado Professor Reginaldo Veras (PDT) demonstrou insatisfação com o governo de Rodrigo Rollemberg na sessão da Câmara Legislativa desta terça-feira (12). Depois de ler nota do presidente do PDT/DF, Georges Michel, afirmando que o governador tem intimidado e pressionado os parlamentares a votarem favoravelmente ao projeto de lei complementar que cria a nova previdência dos servidores, Veras adiantou que irá votar pelo “afastamento ou independência total” do partido em relação ao governo, na próxima convenção do PDT no dia 17 de setembro.

O distrital disse ter feito o compromisso de manter uma postura de independência desde o início de seu mandato, “conforme prometido aos eleitores”. Ele lembrou ter votado contra o projeto do “Pacto por Brasília” – que previa o aumento de impostos – em 2015, e ter sido contrário, também, ao projeto que criou o Instituto Hospital de Base, ambos apresentados pelo governo. Veras reforçou, ainda, ser contra o PLC nº 122/2017, que trata da previdência. “A proposta contraria bandeiras históricas do partido e retira direitos dos trabalhadores”, argumentou.

Ontem, o Diário Oficial do DF anunciou a exoneração de servidores indicados pelo PDT para os quadros da Secretaria do Trabalho, e hoje o governador Rollemberg afirmou que “quem não vota com o governo não participa do governo”.

O deputado Chico Vigilante criticou os gastos do GDF em publicidade nos últimos dias, segundo ele, para garantir posicionamentos favoráveis ao projeto na mídia. “Se este projeto for aprovado, daqui a três anos, o DF estará numa situação pior do que o Rio de Janeiro, com atraso de salários e de aposentadorias”, afirmou.

O líder do governo, deputado Agaciel Maia (PR), voltou a defender a proposta como uma solução para manter em dia os pagamentos de salários do funcionalismo e também das empresas e trabalhadores terceirizados. Ele lembrou que na semana passada ele e outros distritais acompanharam empresas terceirizadas em negociação por empréstimos junto ao BRB, já que o GDF não tem recursos para pagar os contratados.

Na opinião de Agaciel, a situação é grave e o projeto representa um alívio para as contas do governo. “O abismo está ali na frente, nós vamos querer cair nele?”, ponderou.

O deputado Cláudio Abrantes (sem partido) lamentou a postura do governador. Segundo ele, Rollemberg foi eleito com o discurso de fazer uma nova política, mas continua praticando o velho “toma lá, dá cá”. Abrantes repudiou as retaliações do governador contra os deputados que tem algum tipo de divergência com ele. O caso mais recente seria a exoneração de nomeados pelo PDT por conta da disposição dos deputados do partido votarem contra o projeto.

Para o distrital, a atitude do governador é mais uma comprovação de prática da velha política. Abrantes também assinalou que o “terrorismo” promovido pelo GDF está causando estragos na economia do DF.

Outros deputados rechaçaram as retaliações do governador contra o PDT, como os deputados Wasny de Roure (PT) e Raimundo Ribeiro. O deputado Wellington Luiz (PMDB) disse que o governador Rollemberg tem muita dificuldade para dialogar. Segundo ele, sempre que há divergências, o governador parte para o ataque a sindicalistas e parlamentares, principalmente pela mídia. “Acreditar neste governo é acreditar em Papai Noel vestido de bailarina. Não é assim que se faz política, não é assim que se avança”, completou.

O deputado Wasny, no entanto, destacou que o governador também usa deste tipo de estratégia de atacar parlamentares e sindicalistas. O deputado lembrou que no domingo o governador declarou que ele teria agido de má fé ao acionar a Justiça para impedir a votação do projeto. “O governador deveria ter equilíbrio e sensatez. Perdeu meu respeito com este tipo de comportamento”, afirmou.

Da Redação do Agenda Capital com informações da CLDF

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