Delegado de Polícia Civil Dr. Miguel Lucena. Foto: Agenda Capital

Por Miguel Lucena*

I

Quando o povo no sertão

Resolvia se juntar,

Em um forró ou comício,

Já se ouvia alguém falar:

– Valei-me, como tem gente,

Isso ali é um fuá!

II

Quando na área a pelota

O jogador ia jogar,

Meu pai ficava no aceiro

Do velho campo a gritar:

– Zé Calunga, lance a bola

Bem no meio do fuá!

III

Com o tal coronavírus,

Que veio de importação

Das terras do oriente,

Passou por China e Japão,

Tornou-se até perigoso

Alguém apertar uma mão.

IV

Tentaram esconder o vírus

Na Província de Hubei,

Um médico foi perseguido,

Mas ele é que era a lei,

Morreu gente de carrada,

A quantidade eu não sei.

V

Dizem que além do morcego,

Que espalha feze ruim,

Existe um outro hospedeiro,

Que é um tatu mandarim,

Vendido no meio da feira,

Chamado de pangolim.

VI

O povo pobre da China

Come até risco no chão:

Rato, morcego e barata,

O ferrão do escorpião

E o pangolim cozido

Com uma tijela de pirão.

VII

O vírus se espalhou

E saiu matando gente

Pra tudo quanto foi lado,

Não sobrou um continente,

E é preciso cuidado

Pra conter esse vivente.

VIII

Pra não se contaminar,

Evite aglomeração,

Não dê uma de beijoqueiro,

Não se aperte em multidão,

É bom sempre se lembrar

De higienizar as mãos.

IX

Lave com água e sabão,

Também passe álcool em gel;

Espere passar a crise

Pra sair em lua de mel

Por outras partes do mundo,

Cada um faz seu papel.

X

Esse é um vírus cruel,

Que mata mais gente idosa.

Por isso, indo ao banheiro,

Quando voltar cheio de prosa,

Lave as mãos com jeito e gosto,

Não me venha com mão sebosa.

*Miguel Lucena é Delegado de Polícia Civil do DF, jornalista. Escritor e colunista do Agenda Capital

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