Ministro Sergio Moro. Foto: Reprodução

Por Coluna do Estadão

O pragmatismo que o Centrão impôs a Jair Bolsonaro encontrou uma pedra no caminho: o partido do presidente. Apesar de um inédito acordo unindo o poderoso bloco a Rodrigo Maia e aos interesses do Planalto para votar em plenário a MP que tira o Coaf de Sérgio Moro, o PSL se recusou a matar no peito o mico de pregar em discurso o combate à corrupção e, na prática, virar as costas a Moro. A sigla decidiu por obstruir a votação e agora quer ver o Planalto dividir publicamente a conta do desgaste ou se empenhar de verdade em ajudar o ministro.

Melhor dos cenários. Na articulação do governo, o episódio foi tratado como sendo “do jogo da democracia”, mas cada dia a mais de obstrução é um dia a menos para aprovar a MP. Há esperança de fechar um acordo na próxima semana.

Peso-pesado. Sem o PSL, os deputados que defendem o Coaf com Moro, a Funai com Damares e a Integração Nacional como está não chegariam a 30.

Help! Onyx Lorenzoni, Major Vitor Hugo e Maia ligaram para os rebeldes pedindo acordo na votação. Sem sucesso. O ministro disse que é melhor Moro perder o Coaf do que a medida caducar (em 3 de junho).

O Infiltrado. Líderes do Centrão dizem que José Nelto (Podemos-GO) fez jogo duplo: esteve na reunião de ajustes na MP, mas, na hora “H”, sua bancada foi contra as mudanças.

Click. O bolsonarista e dono da Havan, Luciano Hang, visitou ontem Rodrigo Maia e deu a ele uma camiseta que diz: “O Brasil que queremos só depende de nós”.

#tamojuntos. A boa relação de Rodrigo Maia com João Doria despertou a desconfiança entre os políticos de que no horizonte da amizade, para muito além da reforma da Previdência e da agenda econômica, esteja a eleição de 2022. Maia poderia ser um bom vice do tucano, com ou sem fusão dos dois partidos.

De olho. Como ainda não foi publicado o acórdão da decisão do TRF-2 de prender novamente Michel Temer, quem acompanha de perto o STJ lembra que a corte já negou habeas corpus por esse motivo.

E aí. Os desembargadores que votaram pela prisão não levaram o voto escrito e a sessão durou cerca de seis horas. Isso significa que, se o STJ mantiver a jurisprudência, Temer pode ficar preso mais uma ou duas semanas até o TRF-2 transcrever a sessão.

Plano B. Caso isso aconteça, a alternativa da defesa de Temer será recorrer ao Supremo Tribunal Federal.

Na pauta. O TCU marcou para a próxima semana a análise da legalidade do bônus de eficiência de 23 mil auditores da Receita. O processo analisa, entre outros pontos, o fato de não incidir contribuição previdenciária sobre o valor, incorporado à aposentadoria.

Casa de ferreiro. Após ter enxergado irregularidades no bônus, que pode retirar R$ 3 mil do salário dos auditores fiscais, o TCU está sendo questionado por conta da gratificação aos seus próprios servidores.

Pode? A bonificação no TCU, além de polpuda, também é extensiva aos aposentados. Ou seja, até quem já deixou de trabalhar ganha por meritocracia. Não se trataria de “legalidade”, mas de “moralidade”, argumentam os auditores.

Com a palavra. O TCU diz, por meio de sua assessoria, que a gratificação tem teto e sobre ele incide contribuição previdenciária.

Da Redação com informações do Estadão (COM JULIANA BRAGA E MARIANNA HOLANDA)

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