Cidade de Águas Claras-DF. Foto: Reprodução

Além da interrupção imposta pela Caesb, condomínio definiu mais dois dias de corte d’água. Justiça deu razão a moradores, mas polêmica segue

Por Ian Ferraz

O racionamento estendido de água criou um clima de animosidade entre moradores do edifício Real Panoramic, em Águas Claras. A administração do prédio, localizado na Avenida Flamboyant, definiu um corte de água próprio, no qual os residentes chegavam a ficar três dias com o fornecimento prejudicado. A medida foi derrubada por decisão judicial e, desde o último domingo (7/5), o abastecimento tem seguido os padrões estabelecidos pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb). A polêmica, no entanto, está longe do fim.

Desde janeiro, quando teve início o racionamento imposto pelo Governo do Distrito Federal em várias regiões, os responsáveis pelo prédio definiram um calendário próprio, além do cronograma estipulado pela Caesb. Assim, determinaram que a suspensão extra no fornecimento de água aos moradores ocorreria em duas faixas de horário: entre as 5h30 e as 9h e das 18h às 23h, em dois dias da semana.

Foto: reprodução

Na prática, os cortes do edifício e da Caesb representaram três dias com o serviço suspenso integralmente ou parcialmente naquele endereço. O Real Panoramic conta com 360 apartamentos de um quarto, divididos em duas torres, além de um centro comercial. Cerca de 400 pessoas residem no local.

“Estabelecemos esses horários em assembleia. O condomínio fica na parte mais alta de Águas Claras, é o último a receber água e o primeiro a faltar. Tomamos essa medida na primeira semana de racionamento para não faltar água”, explicou o síndico geral Flávio Lemos.

Caso parou na Justiça

Moradores cuja rotina não se encaixava no horário estabelecido pelo condomínio se sentiram prejudicados e acionaram o Judiciário. A 5ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) julgou procedente o pedido feito por Elaine Toledo e determinou que o condomínio fornecesse água seguindo apenas as normas da Caesb.

Na ação, Elaine Toledo cobra danos morais e que o condomínio forneça corretamente a água aos moradores. O valor da causa é de R$ 10 mil, mas não foi aplicada multa ao condomínio. O assunto deve ganhar novos capítulos nos próximos dias. Mais precisamente na segunda-feira (15/5), quando o tema será discutido em Assembleia Extraordinária a partir das 20h.

O bancário Renato Pena, que também mora no prédio, disse que concorda com a ação proposta pela vizinha. “Para alguns ainda não houve racionamento. Não foram atingidos porque estão em casa durante a ‘janela’ em que as bombas estão ligadas”, explicou.

Segundo moradores, desde segunda-feira (8) não tem faltado água no local. Mas a administração do edifício entrou com pedido na Justiça para que a decisão do TJDFT seja revogada. E, por conta própria, após a determinação do tribunal, informou aos condôminos que áreas de lazer e a lavanderia teriam o funcionamento alterado.

Comunicado, Ed. Real Panoramic

Poupando água

Na tentativa de evitar novos problemas e questionamentos, a administração do Real Panoramic tem utilizado o serviço de caminhões-pipa para abastecer os condôminos. “Compramos semanalmente 10 caminhões-pipa com 10 mil litros. O pagamento é feito pelo fundo de reserva, e não há previsão de a tarifa ser reajustada. Vamos deliberar o assunto na assembleia”, completa Flávio Lemos.

O síndico promete acionar a Caesb e cobrar que a pressão de água atinja o percentual mínimo de 10mca (metros de coluna de água). “Eles têm que cumprir o mínimo estabelecido pela Adasa. Eu não tenho como medir a pressão, mas a água vem muito fraca nos dias que o sistema é liberado após o racionamento”, reclama Flávio.

A Caesb respondeu que “tem responsabilidade de fornecer água até o hidrômetro. A partir daí, a responsabilidade é de cada cliente.”

Da Redação com informações do Metrópoles

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